Fonte teorica: CAVALCANTE, Andréa V. O preconceito da Deficiência no processo de
Inclusão Escolar. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação, Universidade de
Brasília, 2004.
1)Introdução histórica sobre a deficiência e objeto de estudo da dissertação de
CAVALCANTE 2004;
A República, a coisa pública no Brasil relacionado a políticas que abordam
educandos com necessidades educacionais especiais possui um mote básico sobre tal
problema educacional e social – a prática da exclusão.
Inicialmente tal estado da arte sobre o problema hoje, está pautado no foco na própria
deficiência e não no ser. Na medicação e no diagnóstico da deficiência e não numa
avaliação cujo foco é o seu desenvolvimento não somente do “cognitivo” mas de suas
potencialidades enquanto seres humanos, que apesar de “diferentes” (o que somos
todos). Na delimitação de objeto de estudo a mestra CAVALCANTE (2004) irá abordar
o tema sobre o preconceito na deficiência enquanto variável que irá estancar o processo
ESCOLAR de inclusão.
A autora CAVALCANTE (2004 a), tratará o tema preconceito sobre a matriz
analítica de G. W. ALLPORT (ate um certo ponto) e também sobre uma antropologia de
BUBER. Segue então o tema como uma construção de ordem histórico cultural sobre a
deficiência, onde a pesquisa foi capaz de reconhecer os principais elementos que constrói o
preconceito da deficiência.
Remete-se então que seu objeto de estudo, se refere à ideia de que se
avaliarmos tal literatura (ver os teóricos Allport e Buber) e os discursos dos professores
entrevistados esta qualificação
2)A parte teórica sobre o preconceito e a deficiência;
Tentando seguir os planejamentos de nossos anexos (I e II), vemos que a
dissertação de divide basicamente em duas partes, uma primeira parte – um levantamento
teórico sobre o preconceito da deficiência e em seguida uma parte mais empírica e de
análise de dados coletados em campo sobre a vinculação (no discurso dos entrevistados)
sobre o preconceito da deficiência enquanto DISCURSO analisado.
Algumas questões inicias sobre seu levantamento teórico sobre o preconceito
da deficiência é que, “o preconceito é como um conceito prévio de generalizações ligada à
hostilidade, dependente também de uma matriz emocional” (CAVALCANTE 2004 p.14).
Em suas ações negativas estariam as situações padrões do tipo: 1) Falar mal; 2) Evitar
contato; 3)Discriminação; 4)Ataque físico; 5) Extermínio.
Diz a autora que se diferem preconceito e discriminação, sendo essa última uma ação
negativa do próprio preconceito.
Nos instrui também a entender que, todo preconceito é um pré julgamento, mas nem todo
pré julgamento é um preconceito.
Cita também CAVALCANTE (2004b) que os significados da deficiência, até o
Renascimento e o advento das ciências de uma forma geral e em especial da medicina que
a deficiência era baseada em visões fatalistas do mundo pro vias sobrenaturais e também
naturais... mas sempre relacionado a um processo de irreversibilidade, predestinação,
castigo, possessão demoníaca ou maldição.
Agora com o “enfoque” médico a deficiência entre em um novo patamar de
conflito entre saúde x doença. “O médico agora é o novo árbitro do destino do deficiente.
Ele julga, ele salva e ele condena” CAVALCANTE Apud Penotti (1984 p. 39).
Surge o discurso eugenista que relaciona a questão da deficiência, quanto seres
inferiores, genes de má qualidade ou homens e mulheres em uma raça distinta, ou numa
espécie degenerada. Aqui, necessita o pedagogo(a) ou pesquisadores em geral terem um
extremo cuidado teórico sobre questões em termos de espécies, ou das relações
filogenéticas estabelecidas pela espécie humana que é, em termos epistemológicos (apesar
de sua diversidade de fenótipos) somente UMA espécie, não subdividida em “sub-
espécies” conforme querem nazistas e eugenistas de uma forma geral. Não existe por
exemplo processo de especiação entre um pigmeu africano e um caucasiano nórdico. Todos
são pertencentes a mesma espécie – apesar de grandes diferenças em termos de fenótipo.
Nos séculos dezessete e dezoito, deficiência vista enquanto loucura ou
enquanto sob uma dinâmica de patologia\doença. Para o fatalismo orgânico a deficiência se
relaciona a um quantum de inteligência e que tinha como pano de fundo, ideias do tipo de
caráter hereditário ou congênito.
Traça a autora, toda uma análise teórica sobre como que dentro da história os
significados atribuídos à deficiência impedem a realização de uma relação EU-TU, sempre
reduzindo o deficiente num EU-isso. Ou seja, a redução do Outro (aqui um outro
generalizado) num rótulo.
Inverte de forma criativa algumas problemáticas secundárias de sua dissertação
a autora CAVALCANTE (2004c), de que o deficiente em sentido pedagógico é um
sedento por interação e saber. Ora, que irônico, igualmente uma criança ou um
jovem “normal”, que está também dentro da dinâmica social e humana, enfrentando
também desafios escolares e sociais.
Defende a ideia de que o desenvolvimento acontece de forma diversificada e
peculiar. Se indaga de forma crítica citando TUNES p.69 “Não estamos preparados para o
deficiente, ou não queremos aceitar o desafio”, aceitar o desafio de ensinar alguém com
alguma restrição.
3) A parte empírica e metodológica da pesquisa.
Seguindo também o que foi proposto em nosso anexo II, cita a autora
CAVALCANTE (2004d), de que em termos metodológicos e de caminho empírico, captar
e analisar os dados de campo não foi tarefa nada fácil. Se pergunta a autora: - Como
estabelecer uma pesquisa não preconceituosa sobre o preconceito da deficiência e sobre os
discursos dos entrevistados? Qual método escolher?
Inicialmente foi aplicado um questionário qualitativos que sugeriu categorias
principais do tipo: preconceito, deficiência, Inclusão e a identificação de barreiras para a
viabilização de práticas em educação especial. Então, por meio de um roteiro de pesquisa
semi-estruturada (30 perguntas) também se identificou os elementos constitutivos do
preconceito da deficiência conforme as seguintes categorias:
a) Redução do Outro;
b) Sujeito da falta;
c) Negação da Diversidade;
d) O desencontro mediado;
e) Descompromisso;
f) O exílio relacional.
Assim, dentro da dinâmica de seu trabalho de dissertação, a autora CAVALCANTE
(2004e) cita que apesar das dificuldades de se estabelecer tal pesquisa, os instrumentos de
pesquisa e seu próprio levantamento teórico se mostraram adequados para interpretar os
dados captados em campo – onde a pesquisa teórica CONSTATA a pesquisa empírica, na
identificação prévia de categorias que iriam qualificar essa deficiência, ora sobre discursos
fatalistas, ora de controle e tutela do diagnóstico e de médicos, ora sobre a redução do
outro, ora negando a própria diversidade humana, ora enxergando somente a deficiência
num sujeito que sem lhe “falta” alguma coisa – influenciando a quantidade e a qualidade de
suas amizades, de sua forma de se relacionar na sociedade... constatando um outra categoria
teórica que sim, fora vista nos discursos captados em campo sobre uma espécie agora de
categoria sociológica da deficiência – o exílio relacional que irá estancar a possibilidade do
deficiente estabelecer relações profundas com o Outro, onde aqui no caso, numa relação de
fato enquanto relação EU-TU.
Porem, conforme o preconceito foi se construindo historicamente, por vias culturais
diversas o primado do EU, não possibilitaria o reconhecimento de um Outro, de um TU,
que se reduz agora num isso, num objeto... uma alienação (aqui alienação em termos
marxistas mesmo) do homem pelo próprio homem que o coisifica, que o torna um isso –
inclusive em seu discurso, inclusive em nosso discurso cotidiano na rua e logicamente –
na escola. O reflexo desse discurso posto é justamente o freio em ações de inclusão. Uma
impossibilidade hoje construída, mas que historicamente, sob o acúmulo de forças políticas
e institucionais e de base pode desconstruir tais discursos pela prática e assim criar uma
espécie de cultura da inclusão – porem isso aconteceria somente também por construções
historicamente voltadas para uma cultura da inclusão.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
O preconceito da deficiencia por CAVALCANTE (2004) - Uma resenha critica
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terça-feira, 25 de setembro de 2012
Algumas questoes sobre o iluminismo, o esclarecimento e a Ciencia atual.
Existe ainda hoje uma atualidade impar na filosofia kantiana acerca do que e' o esclarecimento, a ilustracao, ou o movimento iluminista em termos historicos quando falamos em igualdade, liberdade e fraternidade entre os homens. Nesse contexto defende Kant em seu texto O que eh o esclarecimento em 1873, isso cinco anos de acontecer a Revolucao Francesa - de que, existe uma possibilidade filosofica de admitir, que precisamos da interacao e do contradito, para estabelecer uma especie de razao que hipoteticamente vai para alem de razoes de ordem privada. Isso estabelece uma bencao e uma desgraca na vida politica da civilizacao.
Uma desgraca por que institui o contratualismo pela lei e natureza juridica das leis, estabelecida pelos "consensos" na formacao dos estados e nacoes, isso sob uma natureza de estado democratico DE DIREITO, que tambem casara com a logica capitalista contratual. Por outro lado, o mesmo Kant pode ser visto como ponto de inflexao na forma de ver o mundo, instituindo o contradito e uma logica de utilizacao publica da razao, em detrimento a uma utilizacao privada para trazer a possibilidade do homem a liberdade. Liberdade essa que esta linkada para o autor, a liberdade de pensar, de crer, de pesquisar, de perguntar, de criticar, de tirar sinteses necessarias e parciais para o aperfeicoamento do como enxergamos o mundo.
A separacao historica entre religioes e Estado, entre a sociedade juridicamente ordenada e a ordenanca da Eclesia e do Abadiado, entre templos confessionais diversos na transformacao de espacos plurais de pensadores livres da filosofia, ate a biotecnologia aplicada hoje serve como exemplo para demonstrar a existencia de um tensionamento historico entre o sagrado e o laico, entre revelacoes e construcoes cientificas.
Tal separacao se da principalmente pela forma de como se estrutura a propria cosmovisao laica, secular, historica e socialmente vista. Ou seja, pelo iluminismo, pela logica livre - nao se necessita da biblia, ou do corao, ou dos Vedas, ou dos mestres budistas, ou dos gurus indianos, ou das imagens arquetipicas junguianas, quica de se ter experiencias holotropicas grofianas para se estabeler uma forma de ver o mundo.
Caracteristicamente e de forma qualitativa, nos parece que por exemplo a Ciencia e parte da filosofia, se apresente de forma a se estruturar sob falseabilidade, sobre publicidade e em publicidade em peer review, sobre empirismo, sobre Teorias (inclusive em sua construcoes paradoxalmente sobre doxas/opinioes para depois se estruturar axiomas, teoremas demonstraveis e a partir dai o estabelecimento do mais alto grau abstrato em Ciencia que se pode ter - Teorias. Ou modelacoes teoricas).
Por uma outra forma de utilizar a razao, agora sob uma logica privada dar-se-a vazao a dimensao religiosa, subjetiva e idiossincratica de cada ser humano enquanto participante de uma especie, mas dotado de peculiaridades. Nem melhor nem pior ao nosso ver do que a utilizacao publica da razao no estabelecimento de uma nacao em termos historicos - somente estruturada de uma outra forma. Forma essa que para a dimensao do sujeito pode nao tem mesmo logica, nem se precisa de demonstrabilidade ou provar a existencia desse ou daquele objeto de "pesquisa" em termos religioso ou holotropico grofiano. Nao diz o tetragrama sagrado YHVH do hebraico יה-וה - "eu sou aquele que sou". Se eh por que eh, nao tem que se perguntar se eh assim, demonstre que eh assim...
Em termos historicos, nos parece que a reverberacao da Revolucao Francesa e a perspectiva de tirar sentido da vida, sob uma otica publica de uma nacao civilizada abraca muito bem toda uma matriz de pensamento material, empirico e livre em detrimento ao modal espiritual e nao demonstravel.
Porem, na realidade dos povos, novamente em termos historicos - declaramos por liberdade, optar pela dialetica, por Drummond na perspectiva de ser mais interessante pesquisar e se dedicar ao tempo presente, aos homens presentes do que eldorados (termo antropologico) que sao importantes para atender personalidades humanas distintas - porem torna-se mais atraente pesquisar por exemplo... o atual diverso da teia da vida em aproximadamente 30 milhoes de especies catalogadas pela atual taxonomia, mas com uma biota de cerca de 100 milhoes de especies, de seres organicos TODOS eles simbioticos e em simbiose com o sistema aberto chamado Terra. Assim e de forma paralela... juntamente com todas as preciosidades da P&D, C&T, juntamente com as tecnologias da informacao, as ciencias da natureza e essas em rapidissimo processo de revisao, todos os mestres da ciencias sociais que pela compilacao do conhecimento historico possibilitou alem do milagre da civilizacao que segundo Freud, S. (1900), "liberdade nao foi um presente da civilizacao, maior do que isso fora que acontecesse qualquer civilizacao" possibilitou fazer funcionar um computador, ou sua panela de pressao e que por sua vez possibilita o ato filosofico, o ocio, o prazer, o deleite do sexo e "n" liberdades individuais.
Se asceticamente, tanto os engravatos de jesus, ou os esfarrapados de buda e do outro lado, se milicos, socio-marxistas ou neocapitalistas exploram o Outro (aqui o Outro em termos generalizados) - inclusive vampirescamente sugando ate as ultimas energias do Outro (pela escravidao/tutela/ e "n" relacoes difusas de poder)TANTO por meio da Biblia ou por meio da utilizacao insana dos escritos de Darwin, ou Marx para criar o darwinismo social, ideologia eugenista que nao se estabelece por distorcoes e fraudes - nada disso, sinceramente,nada disso nao nos parece colocar em xeque a cultura dos preguicosos teologos de gravata que ficam berrando nos pulpitos da igrejas o proselitismo dominical, nem sequer tambem - as liberdades filosoficas que pensadores idiotas, petulantes e iletrados possam falar ou agir no mundo sem dar qualquer explicacao para isso. A utilizacao publica da razao para estabelecer o sentido da vida - temos como uma forma pedagogica de inclusive estabelecer livremente qual o sentido que damos para a vida e para a existencia.
O gostinho drummoniano de traduzir o que o mundo e os fatos nos dao durante a Historia - nos parece e nos aparece com cores mais atraentes do que o ascetismo cinza que estabelece a holotropia grofiana na procura de eldorados no post mortem por meio de imageticos difusos, imageticos altamente simbolizados sob uma dimensao edipica e parental (ambos termos freudianos).
O proprio cotidiano e vida dos esfarrapados agora de Paulo Freire e esse cotidiano patologicamente apresentado por Freud - visoes essas abertas e contemporaneas nos atraem mais ate do que algumas ortodoxias em termos de analisar o porvir ou o post mortem e a imortalidade da alma.
Analisar o devir koraniano (ver Walter Koran), o devir dentro mesmo da vida de criancas, adolescentes e seres adultos em termos pedologicos (desenvolvimento) e pedagogico (aprendizado) eh tambem objeto de estudo do Traquinagens. Objeto esse que tambem esta pautado em grandes ancoras teoricas onde para o Traquinagens, em strictum sentido pedagogico se caracteriza principalmente em Vigotski et al - inclusive na exploracao da dimensao humana em termos de relacoes filogeneticas, ate suas subjetividades em termos micro.
Se a luminescencia desse periodo historico ainda reflete em mentes mais de duzentos anos depois, pode-se ate pensar na ilusao dos pirilampos ao seguir luminarias a noite pensando que esta de dia, retrazendo as metaforas evangelisticas de que "ninguem que acendendo uma vela a coloca debaixo da cama, mas sim num lugar mais alto", a isso especificamente nos garante, pelo impacto da nossa ignorancia a benevolencia e misericordia divina no post mortem - porem, HOJE, AGORA, na vida presente, no tempo presente drummoniano Kant nos traz a possibillidade de entender a amplificacao historicas das liberdades individuais advindas da Revolucao Francesa e da instituicao de se poder utilizar a razao em termos publicos para efetivamente resolver questoes de ordem tambem publicas.
Algumas luzes para guiar o caminho de uma civilidade equilibrada e a docilidade de bons argumentos nos parece ser uma devida explicacao historica inclusive quando nos confrontamos com a violencia intrusiva do proselitismo neocristao. Essa violencia por vezes se caraceterizara por alta erudicao discursiva, pelo sentimentalismo de adultos-infantins, e por uma estrategica de grande sucesso no angariar fieis geralmente identificado no discurso por enganos como falacia circular de paley, de antiguidade, apelo a ignorancia, autoridade - articuladamente forte para inclusive ter peso politico dentro da logica publica ao legislar sobre tambem o publico.
Sabemos que a sociedade eh algo extremamente fluido e falar sobre laicidade e historia nao agrada a muitos...porem nos aponta a propria historia que nossa sociedade hoje - possui alicerces fincados no capital, no urbano-industrial, no racismo, no sexismo e que veem durante a historia tentando apagar algumas "luminarias" (leia-se drummon's, Kant, Marx, Vigotski, Freire, Gould e tantos outros. Nao para instituir uma nova idade das trevas (algo que nunca existiu em se tratando de idade medida), mas simplesmente para organizar currais que injetam felicidade, mas ninguem sabera ao certo quais os resultados de tais felicidades assim introduzidas no ideario dos povos. Por isso de tambem uma razao publica para tentar solucionar demandas que aparecem do proprio seio da sociedade.
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sexta-feira, 13 de abril de 2012
A valsa do branco comedido
O branquinho comedido foi sempre um cidadão de bem
Quando tinha um tempo em sua vida, olhava o mundo aquém; dançava valsa com a branca e não pensava em mais ninguém.
Feliz e realizado, completo e pleno.
Era sempre comedido, dançava valsa, sempre com a roupa nobre porem sua comiseração cristã era veneno.
Diferente dos plebeus da noite, coitados. Mouros, malhados.Malvados e malfeitores.
O branquinho era comedido, usualmente se portava bem
Era pai de família, vivia numa “ilha” sempre comia bem
O branquinho era comedido nunca torturou
Porem, seu equilíbrio se “amadurou”, rasgou o atlântico com os negreiros. Metade perdurou.
O resto? Três milhões ao mar. Alvas brancas, almas alvas agora podem rezar.
Maldita poesia negreira de uma tal de Alves, talvez Castro, talvez Alves, talvez alva, talvez uma malva literária.
Foi histórico, foi guerreiro – mesmo tendo por sinhosin
O branco “zen”, o branco cidadão de bem que nunca matou ou roubou
A valsa nos salões da casa grande era uma pequena Europa
A capoeira e o samba na senzala, eram vultos do diabo que cultivam roça.
Roçado quilombola tinha batata doce, mandioca e galinha, por vezes até fartura de peixe, farinha.
Amor de branco é o seu amor e é o amado
Amor de preto é o terror, é o incesto é a cópula do mal, onde a cúpula racial brada direitos
O branco dançador de valsa, alva cor quer pintar o diferente.
Mouro roto, foi pintado pela mais ideal cor de malva. Para passar na TV? Não Malva, mas cara alva que mascara.
Porem, a história nos mostrou os fragmentos do tambor em seu ardor de prosseguir;
Mouros, se fizeram negros. Rotos, se fortaleceram.
O samba ajudou-os a prosseguir.
No discurso alvo, denegrir figura a mancha, figura a mãe escura, figura a loucura.
O tempo passou e o idealismo voltou. Mouros se fizeram alvos. Novas almas “alvas” para o Vaticano.
Agora, Palmares nos presenteia com a resistência, com a uma contra opulência do viver Massai de pé no chão.
Mouros se fizeram negros, Rotos se fortaleceram.E as brancas valsas, das mentes do aquém mal brada o cheiro da Malva, mal escondem a comiseração branca e cristã que sempre pregará: somos de fato do bem.
Mas saibam mouros fétidos, pretos rotos, vagabundos toscos – que nesse salão só se toca a valsa da social democracia. Não se aceita nenhum tipo de samba, nenhuma escura arredia. Somente mucamas, escrava minha,vadias.
Somente a acometida e sem sal valsa alva, que sequer deixa os raios de sol brilhar, que sequer entende as savanas, que sequer roça sua sobrevivência, só se escuta negro mouro, negro diligência. Não se entende o olhar.
E no raio de visão do ignaro que constrói tal enredo, as tensões se sucedem quaase do mesmo jeito.
Isso se dá, por que mouros negros – escurecereu a pálida valsa alva;
Isso se dá, por que filhas da noite, endureceu a pálida democracia.
Isso se deu e isso se dá, por que tanto mouros, quanto mães, quanto banto, quantos nós
Quantos mais de nós? Aos milhões. Mas ainda temos o tambor, o amor – contudo o pé no chão. Como um Massai esguio.
Não pela altura, mas pelo chão; mas pela altivez de resistir à valsas alvas, aos venenosos enredos de retórica malva à serviço do moralismo cristão.
Por fim, onde se permite ou reside o egoísmo e a miserabilidade de minha existência alva, alvamente opressiva.
Tento por um momento, ter a intempestiva negra criatividade de Alves, seja Castro, seja Alves.
Criação e Concepção: Traquinagens* Pedagógicas. [Também em repúdio ao terrorismo psicológico para com a comunidade Universidade de Brasília em Abril de 2012].
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