Existe ainda hoje uma atualidade impar na filosofia kantiana acerca do que e' o esclarecimento, a ilustracao, ou o movimento iluminista em termos historicos quando falamos em igualdade, liberdade e fraternidade entre os homens. Nesse contexto defende Kant em seu texto O que eh o esclarecimento em 1873, isso cinco anos de acontecer a Revolucao Francesa - de que, existe uma possibilidade filosofica de admitir, que precisamos da interacao e do contradito, para estabelecer uma especie de razao que hipoteticamente vai para alem de razoes de ordem privada. Isso estabelece uma bencao e uma desgraca na vida politica da civilizacao.
Uma desgraca por que institui o contratualismo pela lei e natureza juridica das leis, estabelecida pelos "consensos" na formacao dos estados e nacoes, isso sob uma natureza de estado democratico DE DIREITO, que tambem casara com a logica capitalista contratual. Por outro lado, o mesmo Kant pode ser visto como ponto de inflexao na forma de ver o mundo, instituindo o contradito e uma logica de utilizacao publica da razao, em detrimento a uma utilizacao privada para trazer a possibilidade do homem a liberdade. Liberdade essa que esta linkada para o autor, a liberdade de pensar, de crer, de pesquisar, de perguntar, de criticar, de tirar sinteses necessarias e parciais para o aperfeicoamento do como enxergamos o mundo.
A separacao historica entre religioes e Estado, entre a sociedade juridicamente ordenada e a ordenanca da Eclesia e do Abadiado, entre templos confessionais diversos na transformacao de espacos plurais de pensadores livres da filosofia, ate a biotecnologia aplicada hoje serve como exemplo para demonstrar a existencia de um tensionamento historico entre o sagrado e o laico, entre revelacoes e construcoes cientificas.
Tal separacao se da principalmente pela forma de como se estrutura a propria cosmovisao laica, secular, historica e socialmente vista. Ou seja, pelo iluminismo, pela logica livre - nao se necessita da biblia, ou do corao, ou dos Vedas, ou dos mestres budistas, ou dos gurus indianos, ou das imagens arquetipicas junguianas, quica de se ter experiencias holotropicas grofianas para se estabeler uma forma de ver o mundo.
Caracteristicamente e de forma qualitativa, nos parece que por exemplo a Ciencia e parte da filosofia, se apresente de forma a se estruturar sob falseabilidade, sobre publicidade e em publicidade em peer review, sobre empirismo, sobre Teorias (inclusive em sua construcoes paradoxalmente sobre doxas/opinioes para depois se estruturar axiomas, teoremas demonstraveis e a partir dai o estabelecimento do mais alto grau abstrato em Ciencia que se pode ter - Teorias. Ou modelacoes teoricas).
Por uma outra forma de utilizar a razao, agora sob uma logica privada dar-se-a vazao a dimensao religiosa, subjetiva e idiossincratica de cada ser humano enquanto participante de uma especie, mas dotado de peculiaridades. Nem melhor nem pior ao nosso ver do que a utilizacao publica da razao no estabelecimento de uma nacao em termos historicos - somente estruturada de uma outra forma. Forma essa que para a dimensao do sujeito pode nao tem mesmo logica, nem se precisa de demonstrabilidade ou provar a existencia desse ou daquele objeto de "pesquisa" em termos religioso ou holotropico grofiano. Nao diz o tetragrama sagrado YHVH do hebraico יה-וה - "eu sou aquele que sou". Se eh por que eh, nao tem que se perguntar se eh assim, demonstre que eh assim...
Em termos historicos, nos parece que a reverberacao da Revolucao Francesa e a perspectiva de tirar sentido da vida, sob uma otica publica de uma nacao civilizada abraca muito bem toda uma matriz de pensamento material, empirico e livre em detrimento ao modal espiritual e nao demonstravel.
Porem, na realidade dos povos, novamente em termos historicos - declaramos por liberdade, optar pela dialetica, por Drummond na perspectiva de ser mais interessante pesquisar e se dedicar ao tempo presente, aos homens presentes do que eldorados (termo antropologico) que sao importantes para atender personalidades humanas distintas - porem torna-se mais atraente pesquisar por exemplo... o atual diverso da teia da vida em aproximadamente 30 milhoes de especies catalogadas pela atual taxonomia, mas com uma biota de cerca de 100 milhoes de especies, de seres organicos TODOS eles simbioticos e em simbiose com o sistema aberto chamado Terra. Assim e de forma paralela... juntamente com todas as preciosidades da P&D, C&T, juntamente com as tecnologias da informacao, as ciencias da natureza e essas em rapidissimo processo de revisao, todos os mestres da ciencias sociais que pela compilacao do conhecimento historico possibilitou alem do milagre da civilizacao que segundo Freud, S. (1900), "liberdade nao foi um presente da civilizacao, maior do que isso fora que acontecesse qualquer civilizacao" possibilitou fazer funcionar um computador, ou sua panela de pressao e que por sua vez possibilita o ato filosofico, o ocio, o prazer, o deleite do sexo e "n" liberdades individuais.
Se asceticamente, tanto os engravatos de jesus, ou os esfarrapados de buda e do outro lado, se milicos, socio-marxistas ou neocapitalistas exploram o Outro (aqui o Outro em termos generalizados) - inclusive vampirescamente sugando ate as ultimas energias do Outro (pela escravidao/tutela/ e "n" relacoes difusas de poder)TANTO por meio da Biblia ou por meio da utilizacao insana dos escritos de Darwin, ou Marx para criar o darwinismo social, ideologia eugenista que nao se estabelece por distorcoes e fraudes - nada disso, sinceramente,nada disso nao nos parece colocar em xeque a cultura dos preguicosos teologos de gravata que ficam berrando nos pulpitos da igrejas o proselitismo dominical, nem sequer tambem - as liberdades filosoficas que pensadores idiotas, petulantes e iletrados possam falar ou agir no mundo sem dar qualquer explicacao para isso. A utilizacao publica da razao para estabelecer o sentido da vida - temos como uma forma pedagogica de inclusive estabelecer livremente qual o sentido que damos para a vida e para a existencia.
O gostinho drummoniano de traduzir o que o mundo e os fatos nos dao durante a Historia - nos parece e nos aparece com cores mais atraentes do que o ascetismo cinza que estabelece a holotropia grofiana na procura de eldorados no post mortem por meio de imageticos difusos, imageticos altamente simbolizados sob uma dimensao edipica e parental (ambos termos freudianos).
O proprio cotidiano e vida dos esfarrapados agora de Paulo Freire e esse cotidiano patologicamente apresentado por Freud - visoes essas abertas e contemporaneas nos atraem mais ate do que algumas ortodoxias em termos de analisar o porvir ou o post mortem e a imortalidade da alma.
Analisar o devir koraniano (ver Walter Koran), o devir dentro mesmo da vida de criancas, adolescentes e seres adultos em termos pedologicos (desenvolvimento) e pedagogico (aprendizado) eh tambem objeto de estudo do Traquinagens. Objeto esse que tambem esta pautado em grandes ancoras teoricas onde para o Traquinagens, em strictum sentido pedagogico se caracteriza principalmente em Vigotski et al - inclusive na exploracao da dimensao humana em termos de relacoes filogeneticas, ate suas subjetividades em termos micro.
Se a luminescencia desse periodo historico ainda reflete em mentes mais de duzentos anos depois, pode-se ate pensar na ilusao dos pirilampos ao seguir luminarias a noite pensando que esta de dia, retrazendo as metaforas evangelisticas de que "ninguem que acendendo uma vela a coloca debaixo da cama, mas sim num lugar mais alto", a isso especificamente nos garante, pelo impacto da nossa ignorancia a benevolencia e misericordia divina no post mortem - porem, HOJE, AGORA, na vida presente, no tempo presente drummoniano Kant nos traz a possibillidade de entender a amplificacao historicas das liberdades individuais advindas da Revolucao Francesa e da instituicao de se poder utilizar a razao em termos publicos para efetivamente resolver questoes de ordem tambem publicas.
Algumas luzes para guiar o caminho de uma civilidade equilibrada e a docilidade de bons argumentos nos parece ser uma devida explicacao historica inclusive quando nos confrontamos com a violencia intrusiva do proselitismo neocristao. Essa violencia por vezes se caraceterizara por alta erudicao discursiva, pelo sentimentalismo de adultos-infantins, e por uma estrategica de grande sucesso no angariar fieis geralmente identificado no discurso por enganos como falacia circular de paley, de antiguidade, apelo a ignorancia, autoridade - articuladamente forte para inclusive ter peso politico dentro da logica publica ao legislar sobre tambem o publico.
Sabemos que a sociedade eh algo extremamente fluido e falar sobre laicidade e historia nao agrada a muitos...porem nos aponta a propria historia que nossa sociedade hoje - possui alicerces fincados no capital, no urbano-industrial, no racismo, no sexismo e que veem durante a historia tentando apagar algumas "luminarias" (leia-se drummon's, Kant, Marx, Vigotski, Freire, Gould e tantos outros. Nao para instituir uma nova idade das trevas (algo que nunca existiu em se tratando de idade medida), mas simplesmente para organizar currais que injetam felicidade, mas ninguem sabera ao certo quais os resultados de tais felicidades assim introduzidas no ideario dos povos. Por isso de tambem uma razao publica para tentar solucionar demandas que aparecem do proprio seio da sociedade.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Algumas questoes sobre o iluminismo, o esclarecimento e a Ciencia atual.
Postado por Ciência da Educação às 19:56 0 comentários
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