Orientação Vocacional Profissional – Ensaio crítico – “A complexidade do mundo do trabalho e os desafios contemporâneos do mundo pedagógico.(Fonte inicial:SPARTA, FERRETI e BOCK)”.
Introdução - Contextualização Histórica
Após o contato teórico com a disciplina OVP pela Universidade de Brasília, sob uma fundamentação em BOCK, S (2004), ANTUNES (1999), SOARES, Sílvia (2010) sobre os fenômenos difusos, por vezes complexos que envolve o mundo do trabalho, e todo esse universo envolvendo o processo de ensino-aprendizagem, o espaço escolar, formação docente, infraestrutura, pesquisa, extensão, currículum, metodologias, sistemas de avaliação dentre outros, DECLARO ENQUANTO PESQUISADOR:
- Necessidade de uma preocupação teórica e prática dentro da academia para com o mundo e fenomenologia do trabalho humano de forma permanente;
- Admitir que pela abordagem Sócio-Histórica, ou mais especificamente por uma abordagem histórico-cultural vygotskyana, partimos do pressuposto que o sistema capitalista em números absolutos, AUMENTA e não diminui seu exército de excedentes;
- Admitir que a República enquanto produtora, indutora, fomentadora (por exemplo pelo BNDES, IPEA, FINEP) de pesquisa e produção relevante ao povo, porem os reflexos no mundo do trabalho ainda estão dentro de uma dinâmica financista/monetarista. Uma dinâmica peculiar do sistema capitalista;
- Admitir que o Brasil (assim como toda e qualquer grande nação) possui um desemprego estrutural e que medidas estratégicas e planejamento sob a ótica de Estado seriam mais viáveis para longo prazo;
- A sociedade brasileira ainda é racista, sectária e muito violenta (os números da guerra civil no Brasil, são níveis de guerra iraquiana);
- Pensando na violência social agora sob uma dimensão psicológica/psicanalítica...Admitir como cidadão e homem, que não sabemos ainda por que o macho se comporta, numa incidência maior de casos de forma violenta em crimes contra a vida do que a fêmea (mulher);
- Admitimos que o processo de industrialização e modernização da sociedade mudou radicalmente a sociedade do trabalho, sua composição, configuração, remuneração e lógica social;
- Admitir que o problema (orientação e informação) pode gerar algumas dúvidas, porem é uma problemática relevante para se discutir e dar vazão a possíveis implementações pedagógicas;
- Admitir que uma boa parcela das escolas brasileiras não tem de forma institucionalizada a OVP;
- Que a Psicologia enquanto ciência possui grandes virtudes na feitura de modelos de OVP não confundir com o “psicometrismo unilateral” e ortodoxo para a OVP;
- Admitimos que parte da fenomenologia do trabalho foi feita por sua internacionalização;
- Entendemos que a vocação NÃO É um processo determinístico;
- Existem infindas possibilidades em OVP para a 3ª idade. Isso por que não só pelo estatístico e relevante produção nessa idade mas também para sua função biológica e social (de integração);
- Infelizmente também se coloca como problemática para a OVP a não existência de uma regulamentação da profissão (¿paradoxal?);
- Admitimos ainda não entende parte dos problemas e variáveis envolvidos entre (liberdade de escolha/oportunidade e restrições sistêmicas);
- Outra questão: Como avaliar ou verificar a metodologia da disciplina OVP;
- Um problema estrito pedagógico mas que possui ligação com o mundo do trabalho: Evasão (qual seria o papel dessa variável no IDEB)? Ainda não sabemos, mas que possui influência direta no mundo do trabalho. “- Aluno falta aula, também por que os pais não possuem emprego...”;
- Outra questão que se perfaz nas discussões históricas dentro da OVP, e sob esse parâmetro ver já vasta bibliografia como: ACHTINICH (1991), ANTUNES (1998), BOCK, A M. D. (1995), PIMENTA (1981), FERRETTI (1988), SUPER (1951), SPARTA (2003) BOCK, S (2002) et al seriam acerca das variáveis “psicologia” (enquanto ciência), “psicanálise” (enquanto uma corrente teórica da Psicologia), “psicometria” (enquanto metodologia dentro de uma corrente teórica da Psicologia) e tudo isso em reflexo à OVP e ao mundo do trabalho;
- Admitimos que FREUD et al e a Psicanálise tem muito que contribuir para o processo de orientação (Profissional e/ou Educacional);
- Pensando na dimensão institucional do mundo do trabalho, admitir que a OIT e instituições correlatas (inclusive MPU/MPE)e que tem muito a contribuir para as discussões dessa matriz fenomenológica.
Conclusão Crítica
Que a abordagem sócio-histórica sobre o universo do trabalho, conjuntamente com o universo pedagógico nos possibilita ver o homem, sociedade, trabalho, escola e meio por uma visão histórica – com características de mudança na forma de produção, de governo, institucionalmente, ética e moralmente e por assim ser, tanto as variáveis que compõem o universo pedagógico quanto o complexo mundo do trabalho não podem ser tratado por metodologias que ainda não alcançam a realidade dos fatos. Metodologias essas para indicar o perfil “certo” para o cargo “certo”, passa pela perspectiva socio-histórica a ter tratamento multidimensional, complexo e por uma confluência de ciências que são ou seriam capazes, não de fazer prognósticos rasos, fazer pseudociência, mas trazer problematizações acerca das profissões, sistema de governo, sociedade e de como fazer a “escolha” (aqui, sempre relativa) pela profissão certa; dado os desafios de hoje, os desafios objetivos contemporâneos (da escola e trabalho) ambos tendo seus devidos reflexos na sociedade e produção capitalista.
Para a disciplina OVP, uma experiência de grande valia para a experiência acadêmica, não somente pelo fato de termos sua perspectiva histórica, mas refletir sobre o que está posto, inclusive sob a “verdade” dos grandes teóricos dada a grande dinâmica de mudanças que podem vir do mundo do trabalho. (Ver anexo “da greve geral da França em 19/04/2009” – PEREIRA 2009).
Dentro dessa experiência da disciplina OVP, pensamos sempre em nos pautar pela clareza do que está posto, do que está de fato posto na realidade da sociedade humana. Não fazemos, seja por vaidade, seja por orgulho ou seja ambição do status de universitário (do qual de fato existe em se tratando de UnB) qualquer apologia ou servilismo pedagógico ao comportamento violento/opressor (inclusive em sua dimensão simbólica), qualquer tipo de estereotipia seja por motivos físicos, culturais, lingüísticos em se pensando em políticas públicas para o trabalho. Quiçá; o servilismo ao falatório sem rumo de agentes da educação com pouca experiência, com pouca ancoragem teórica científica, com achismos e mais achismos, com diletantismos e mais diletantismos que por vezes é pura falácia, por vezes, puro engambelo (inconsciente) ou mero falatório de opinião.
Opinião essa que; dependendo de uma fenomenologia estritamente já “cercada” por vasta literatura soa diretamente a uma falácia ad hoc, ou que pode até ter sentido para casos diversos, ou outros casos, exceto para o que fora posto num hipotético escopo de disciplina, ou norteamento de política pública para o trabalho – isso pensando em estrito sentido científico de delimitação de objeto de estudo.
Obrigado Profª . Obrigado pelo espaço cedido. o autor.
___________________________________________
Referências Bibliográficas:
BOCK, Silvio Duarte – Orientação Profissional: A abordagem Sócio-Histórica – 2002;
ENGELS, F; MARX, Karl: Do Papel do trabalho na transformação do macaco em homem 1ª Edição Neue Zeit – 1896 – Pelo Portal Marxist.org - (2004) – Acesso em junho de 2010;
BOCK, Silvio Duarte – Orientação Profissional: A abordagem Sócio-Histórica – 2002 - Apud Vygotsky em conceituação pedagógica de: Zona de Desenvolvimento Proximal;
ANTUNES, Ricardo – Da conceituação de trabalho em obras: Os sentidos do Trabalho – Boitempo – 1999;
SOARES, Sílvia Lúcia; BOAS, Benigna Mª de F. Villas – Em artigo – Trabalho docente: Profissionalização ou Proletarização? – 2010;
PEREIRA (2009) – Artigo: “Da greve geral da França em 19/04/2009” – Ver noticiário midiático do período e histórico da queima de carros em Lile, Marseille e também em Nantes desde 2004 até os dias atuais pelas crises estruturais do emprego e reformas antipopulares desde do governo Chirac, agora com o de Sarkosi;
Nota bibliográfica: Por se tratar de um ensaio, vemos que a questão é também uma questão filosófica e a idéia aqui foi, transpor alguns limites vistos nas referências que tomamos contato dentro da disciplina OVP para possibilitar a feitura de hipóteses e demais reflexões sobre os problemas enumerados nessas anotações relacionados à Educação e ao trabalho. O autor.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Ensaio OVP (SPARTA, FERRETI, BOCK - Ago/2010).
Postado por Ciência da Educação às 12:24
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário