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O Povo Brasileiro - Da urbanização caótica
Em detrimento a um contexto histórico, Darcy Ribeiro assinala que apesar de termos muitos brasileiro ou sem pátria (mameluco) ainda viverem e se desenvolverem em inúmeros grupos no meio rural, o povo brasilerio já na parte a Urbanização Caótica cita que o Brasil surge já com uma nação urbana.
Darcy admite que a existe uma complementariedade das funções sociais e de produção econômica entre o rural e as novas cidades já tinham se estabelecido em 1500 com o surgimento da Bahia, cidades como Rio de Janeiro e João Pessoa no século seguinte, Cabo Frio, Belém e no início do terceiro século haverá uma interiorização das cidades, surgimento de Mariana,Ouro Preto e toda a região do interior de São Paulo.
Com isso, aconteceu também o desenvolvimento rápido do comércio do açucar, desenvolvimento de Recife, da Bahia, criação das monoculturas de açucar, mantimento das casas grandes e do modus vivendi e operandi do regime escravocrata, descrito minuciosamente por (FREIRE 1935) .
Nesse período também ouve uma intensa imigração de lusitanos ao Brasil.
No comando desses primeiros empreendimentos(casas grandes) elites lusitanas e os novos senhores de engenho brasileiros.
A configuração da formação nas novas cidades e a situação do campo no Brasil dos primeiros séculos são citadas por Darcy sob os seguintes resultados (referentes à tabela 2 - Da urbanização Caótica):
Brasil - Rede Urbana Colonial
Século XVI ao XVIII - Número de Cidades foi de 3 para 10 e o número de vilas foi de 14 para 60 vilas.
População das principais cidades e vilas:
- Século XVI ao - Século XVIII: Salvador 15 mil para 40 mil habitantes, Recife/Olinda 5 mil para 25 mil habitantes, São Paulo - 1.500 habitantes para 15 mil habitantes, Rio de Janeiro - Um mil habitantes para 43 mil;
População do Brasil (- Século XVI ao - Século XVIII):
- Século XVI 60 mil habitantes para no - Século XVIII 3 milhões de habitantes.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Povo Brasileiro - Urbanizacao Caotica
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quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Fim à casta conservadora da UnB
Fim à casta academicista e conservadora da UnB
Venho por meio deste, prezados da educação e da comunidade UnB apelar para a necessidade de ficarmos atentos para a gestão atual da instituição e para sua condução.
Existe a possibilidade da UnB ainda permanecer sectária racialmente, corporativista, e movida por uma lógica contratualista, de meros contratos de capacitação, prestações de serviços e/ou aferimento de aluguéis.
A banca de jornal existe essencialmente para vender jornalecos e "revistecas" (tipo Veja)e para também vender seus "peixes", isso não pode ser o norte no universo da educação e da academia como instituição pública e de responsabilidade social.
A UnB não é banca de jornal.
A academia não pode ser movida pela lógica do dinheiro.E sim por uma lógica autônoma e mais à frente, soberana!
Se você leitor, está na UnB para somente ganhar dinheiro, não está a exercer sua cidadania em plenitude.
Todos procuramos "lugares ao sol", mas a academia como geradora de conhecimento para o povo não pode somente e somente se; ser ferramenta de uma casta academicista/eruditista de aproximadamente 500 ou 600 indivíduos (Professores/funcionários/alunos) que de forma coesa, em corpo político, pode decidir a gestão da instituição para os próximos anos, levando à inocuidade o movimento de retomada da reitoria e processo de cassação do ex-reitor Thimothy, enfraquecimento dos estudantes e mantimento da alienação da instituição UnB para poucos professores e empresas com interesses exclusos.
No dia 17/09/2008(manhã), no primeiro dia do pleito, das eleições para reitor da UnB, inúmeras falhas no processo da eleição foram identificados tais como:
- Falta de informação no campus dos locais de votação, muitos desses postos de votação, no subsolo, sem indicações por cartazes, avisos ou informações orais da administração da UnB;
- A forma separatista das chapas, não admitindo nenhum tipo de conversa para um eventual segundo turno foi se diluindo na real possibilidade do pleito vir se desdobrar em dois turnos.Tudo parte do jogo político, mas o clima eleitoral era de indiferença por uns, desinformação de outros e/ou desinteresse, mas o interesse é crescente. A expectativa de aumento de quorum no segundo dia é também coisa a ser considerada. Até as 13:30 (somente na Faculdade de Educação, zona 7) tinham votado, 82 alunos, 18 professores e 12 funcionários.
- A disputa para o segundo dia promete ser acirrada...Participem todos! Votem!
Em 22/09/2008.
O pleito acontece agora em segundo turno com duas chapas para a gestão da UnB. Mas o que se segue de forma a analisar as forças atuantes é necessariamente a existência de uma estrutura institucional viciada, e por estar viciada a UnB comporta vários erros políticos, um deles é o eruditismo sem norte, nesse contexto:
" O eruditismo é uma ferramenta, uma forma de pensar que mistifica o debate sociopolítico e a realidade presente.
Mistificando a realidade, o eruditismo visto na UnB, se torna nessas circunstâncias, ferramenta para o ad baculum, sofismo e alienação política.
Torna-se portanto ferramenta de erudocratas
sem prática política. Uma contradição teórica. Caracteriza-se portanto erudocratas, o conservadorismo no trato legal e administrativo da UnB. Na democracia, não existe espaço para conselho de notáveis ou intocáveis. Muitos erudocratas, se encastelam em suas fortificações argumentativas para não atuar politicamente na UnB e assim, pela via institucional, molda sua erudocracia na instituição, sufocando a pluralidade de concepções, na democratização do conhecimento, no aumento de pesquisas inovativas, na implementação de tudo isso na sociedade, sem a qual a UnB e toda e qualquer instituição de ensino não faz sentido algum. O objetivo do eduditismo nessas circunstâncias é podar a natureza includente, social e transformadora da UnB, nada tem de conteúdo de projeto político e autônomo."(PEREIRA, SauloF 2008)
Se não bastasse, ainda temos vícios administrativos, legais e estruturais.
Solicito aos conscientes professores da UnB e também a todos os funcionários e alunos que além de termos compromisso com uma boa gestão, não devemos entancar o processo de redemocratização da UnB que está acontecendo nesse exato momento e sim dar-lhe maior proporção.
A UnB em primeiro lugar.
E será essa real redemocratização da UnB como instituição pública é que trará a mesma, sua natureza de ser includente, social, libertadora e formadora de cidadãos.
respeitosamente à comunidade da UnB,
Saulo Fabrício
Discente de Pedagogia-UnB
Em 23/09/2008 a comunidade da UnB, teve a oportunidade de assistir o debate final para a reitoria. Vimos com isso, a chapa 73 vinculada a um discurso maniqueista e personalista, no intuito de dividir a comunidade UnB entre os eticos e os nao eticos. Entre uma chapa aparelhada e uma da excelencia do ensino.
No decorrer do debate, as visoes distorcidas da chapa 73 foi caindo por terra pois o conteudo programatico da chapa 76 era visivel e foi citada pelo prof. Jose Geraldo logo no primeiro bloco. Dai por diante vimos a forma parca em questao de proposicoes para a UnB. Jose Geraldo saíra fortalecido do último debate para a reitoria da UnB.
Nota sobre a natureza da erudocracia no meio Discente
Não é de hoje que a academia, tambem é tida como o lugar para notáveis, ou pessoas especiais, ou inteligentes. Não sendo de todo falso tal proposição também carrega mesmo que difusamente, um alto teor de preconceito e também é válvula de escape para inúmeras distorções.
A primeira trata-se da erudocracia no meio discente. Tudo é motivo para coerção, manifesta ou subjetiva/mental. A roupa, o cheiro, o cabelo, a aparência e os padrões de beleza, a fala, as concepções de mundo, a religião, a crença, a não crença, o comportamento, os gestos. Tudo é motivo para coagir o outro,seja por meio de um poder subjetivo, advindo da "erudição" de veteranos, discentes mais experientes ou professores.Seja pelo meio institucional,que lhe impõe a meritocracia para ascenção acadêmica.
Tais situações, ambas mascaram os gargalos sociais que justamente a UnB não está sendo capaz de fazer. Transformar a sociedade e formar sujeitos.
A erudocracia entre o meio discente, faz com que, integrantes do mesmo meio, sintam-se completamente excluídos do processo de ensino-aprendizagem acadêmico. O estímulo torna-se mínimo, evazão aumenta.
Para piorar as coisas, a meritocracia(que é uma forma da erudocracia discente), torna as coisas mais difícies para iniciantes na vida acadêmica, com seus custos intrísecos e mantimento no curso tão sonhado. O não mantimento faz a evazão subir repercutindo resultado de menos investimento na instituição UnB. O prejuízo é contabilizado na não formação do ingressante por falta de meios para se manter atuando nos estudos.
Esse vício se perpetua em escala maior ou menor desconsiderando por completo a história e a situação concreta atual do solicitante(discente), como o critério é o mérito, os necessitados ficam duplamente prejudicados; sabe-se que o meio acadêmico é necessáriamente metódico, sistemático e difícil por vezes e que requer maturação e evolução do discente dentro do campo proposto de atuação.
Como as IES (públicas e privadas) ainda mantem a erudocracia e a meritocracia como formas de ver e atuar na academia veremos os mesmos erudocratas em forma de casta centralizadora, conservadora e por assim ser, turva e obscurantista no trato da realidade das Universidades Federais e privadas no presente 2008. Que o diga no fomento e difusão do conhecimento e tecnologias.
O total descalábro para com um plano soberano de desenvolvimento e capilarização de polos industriais e econômicos, juntamente com um plano de educação é que ainda torna a UnB, campo de batalha de egos a comentar a roupa, a beleza ou feiura de fulano e frivolidades costumeiras da vida alienante dos tempos atuais. Tal erudocracia encurta a percepção científica do que vem a ser a instituição UnB como instituição transformadora.
Não à pequenês erudocrata e egoística de professores e discentes, sim à pluralidade de idéias e total integração UnB e sociedade.
A pluralidade, a socialização da UnB, e o resgate de uma UnB soberana, includente, atrelada ao Brasil e às reais necessidades do Distrito Federal e ao mundo é que deverá ser o norte da UnB do século vinte e um.
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quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Psicologia e Psicologias (capitulo 1 e 2)
Perspectiva de Desenvolvimento Humano
Capítulo I
- Relação entre ciência e o senso comum;
- Senso Comum também faz Ciência, ou se apropria de termos da Ciência (rapaz complexado, mulher histérica);
- Ciência como um processo (Objeto específico, linguagem rigorosa, método e técnicas específicas, processo cumulativo, objetividade);
- Objeto da Psicologia e das ciências humanas é o homem. Pode ser também o inconsciente, a mente humana, o comportamento humano;
- Existem várias concepções do que é o homem. A psicologia acaba estudando os diversos homens concebidos e vistos pela sociedade humana.
- Fenômenos psicológicos: não podem ser acessíveis para mesmo método ou nível de observação, não possuem mesmos padrões de descrição, medida, controle e interpretação ( ciências psicológicas);
- Matéria-prima da Psicologia – Vida dos homens;
- Fenômenos psicológicos – Processos do mundo interno que são construídos durante a vida. A subjetividade e o mundo interno construído pelo sujeito;
- Psicologia atual (para a resolução do conhecimento fracionado) vê o homem como ser concreto e multi-determinado;
- O mundo externo (história) e o interno (mundo psicológico – psicologia);
- Qual o parâmetro para se dizer que o fenômeno psicológico é observável ou não.
- Behavioristas (observação) consideram que a Psicanálise não possui provas do inconsciente;
- Os psicanalistas afirmam resultados práticos na cura de neuroses, histerias, fobias de fundo psicológico etc;
- A Psicologia deve ser aberta ao universo místico e ao ainda desconhecido psiquismo humano.
Capítulo 2
- História da Psicologia – 2 mil anos na Grécia. O avanço das cidades da Grécia possibilitou que os homens se ocupassem das coisas do espírito (filosofia/arte);
- A concepção de Psique era a parte imaterial do ser humano responsável por pensamentos, sentimentos, emoções, irracionalidades, desejos, sensações e percepções;
- Relação entre (Idealistas versus Materialistas). Sócrates da consistência (razão);
- Platão procurou lugar da alma (medula serviria de elo entre o corpo e a alma);
- Aristóteles – Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta – possui alma;
- Antes do advento da psicologia (platonismo e o aristotelismo), em seguida o cristianismo pela monopolização do saber e do saber sobre o psiquismo humano. Para Agostinho e Aquino a Alma era a prova da manifestação divina;
- Tempos depois, vem a revolução industrial, protestantismo, capitalismo quebra o paradigma da visão católica;
- Renascença, pela evolução das estruturas sociais e políticas, descoberta de novas terras, povos, culturas e acumulo de riquezas – valorização do homem;
- Principais obras: Divina Comédia, Anunciação (Da Vinci), Escultura de Davi, O Príncipe de Maquiavel;
- Avanço das ciências: Copérnico, Galileu, sistematização do conhecimento (taxonomia), Descartes, avanço da anatomia e fisiologia – progresso da Psicologia;
- Origem da Psicologia Científica: Hegel e a importância da História. Darwin encerra o Antropoculturismo;
- Noção de unidade – terá que passar pelo crivo, pelo aval da Ciência. O positivismo o método da história natural como modelo da construção do conhecimento;
- No séc. XX além de filósofos é objeto de estudo da fisiologia e Neurofisiologia. Teorias sobre o Sistema Nervoso Central. Psicologia passa a absorver a linha da fisiologia e da neurofisiologia;
- Doenças mentais século XX – Relação direta ou indireta sobre células cerebrais;
- Neuroanatomia – Atividade motora nem sempre está ligada à consciência. Um exemplo seria o reflexo – estímulo chega primeiro à medula para depois ir ao SNC;
- Primeiro tratado de psicologia científica – Da Anima que diferencia razão, percepção e movimento;
- Em 1860 lei de Fechner-Weber – Relação entre estímulo/sensação – onde permite a mensuração);
- Wilhelm Wundt – Cria o primeiro laboratório na área de Psicofisiologia. Idéia do paralelismo psicofísico;
- Fenômenos mentais são fenômenos orgânicos – Método introspeccionismo;
- Psicologia se liberta da filosofia;
- Outras abordagens nos EUA: funcionalismo, Estruturalismo, Associacionismo;
- Principais Teorias: Behaviorismo, Psicanálise, Gestalt ( Humanismo);
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Postado por Ciência da Educação às 14:57 1 comentários
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Postado por Ciência da Educação às 11:02 0 comentários
O conceito de devir-crianca sob analise
Universidade de Brasília
Faculdade de Educação
Departamento de Teorias e Fundamentos
Disciplina – Investigação Filosófica – 193151
Professor: Álvaro Ribeiro
Período: 2º/2008
Memorial de Infância sob a perspectiva histórica/fotográfica sob o critério do conceito devir-criança.
Restrições analíticas (Atenção)
O presente memorial de infância será apresentado de forma escrita e sob a forma de fotografias explicativas.
A perspectiva histórica está intrinsecamente ligada à infância do Saulo Fabrício e as crianças que também tiveram sua infância nesse ambiente. As fotos para outras crianças não serão significativas, históricas e não pertenceria ao conceito devir-criança.
Com isso se hipoteticamente, mostrarmos tais fotografias para uma outra criança qualquer, hoje adulta, tais fotos não terão significado aparente, não serão histórias, nem se quer estará presente no conceito devir-criança de Kohan. As fotografias são significativas e atemporais se e somente se for levada em consideração toda a infância do Saulo Fabrício e suas inerentes subjetividades.
Introdução
A infância é entendida por Kohan num primeiro momento como potencialidade. Infância como sendo uma espécie de matéria prima de utopias e sonhos de filósofos e educadores.
Na Grécia, passando pelo assunto justiça da polis, os pensadores (Sócrates principalmente), sabia da importância de se preocupar com a educação na infância, visto ser condição necessária para a equalização dos problemas da polis.
[Para se refletir]
Como seria a forma de abordar a educação na Grécia antiga para com criança de pais escravos? Não era tida a educação como ferramenta para se alcançar a justiça? Como seria abordado a contradição educação/liberdade?
O ciclo de educando, futuros educadores (chamado por Platão de Filósofos Reis) tinha o ser humano com um ser em desenvolvimento, numa relação de continuidade entre presente, passado e futuro.
Trata-se de ver a criança como possibilidade, potencialidade, seres que devem ser.
Sob Agambem, a infância é tida como uma condição da experiência humana. O papel do fenômeno da linguagem, do falar humano também se dá na infância. Característica essa única do ser humano. Comunicação complexa.
Uma outra questão de viés agora filosófica é citada.
Para os autores, a infância em sua plenitude, fragmenta o tempo em “duas” fases, em dois momentos.
Uma histórica, cronológica, mensurável, outra, difusa, simbólica, a concepção do devir-criança em foco.
Em outras palavras, uma infância é histórica, com uma fase cronológica e de mudanças biológicas para a criança (possivelmente “igual” ou “familiar” para toda criança), mas outra infância é a concepção do conceito de devir-criança.
Que é uma infância, atemporal, não mensurável pelo passar dos anos significativa para a criança e somente para ela. Por isso cita o texto em relação às duas temporalidades da infância: Uma é lógica e temporal, segue os números, outra brinca com os números.
Mais a frente complementa: No reino infantil que é o tempo não há sucessão nem consecutividade, mas a intensidade da duração. Uma força infantil, sugere Heráclito, que é o tempo aiónico.
Lembremos também que as duas infâncias do texto para o ser, para a criança são necessariamente interdependentes e acontecem de forma pari passu.
Exemplificações fotográficas e comentários gerais
(Foto 1 – Barra de exercícios)
Levando em consideração as restrições citadas inicialmente, a foto 1 tem significado histórico e de devir-criança para o Saulo Fabrício.
A barra de exercícios para a infância (devir, atemporal) é a maior barra do mundo. Assim, como a criança acha que o quintal de sua casa é maior do que a cidade, ou que as pedrinhas de sua casa são as maiores pedras do mundo.
(Foto 2 – Bloco D)
(Foto 3 – “Imensidão do Bloco)”.
Nas fotos 2 e 3, remete-nos novamente a concepção espacial para a infância (Saulo Fabrício), ou possivelmente a uma pequena criança que por ventura venha a morar no mesmo prédio e desenvolver a mesma percepção histórica e atemporal e mesmo assim, certas nuances atemporais, serão somente referente à cada pessoa.
Para outras não, não passa de um prédio “normal”, um ambiente “normal”, sem significado algum.*
*Poderia ser uma espécie de não lugar (antropológico).
O bloco D é o “maior” prédio de todos, é maior do que toda a quadra. Isso foi até o dia em que conheci os outros prédios, a quadra e outros ambientes.
Nota-se perfeitamente a distinção entre as duas infâncias em relação o tempo e ao espaço. O conceito de devir-criança é a percepção de uma pluralidade de seres, cada qual com mais ou menos a mesma infância histórica, mas nitidamente cada criança com sua infância não sob o mero passar do tempo, mas sim uma infância atemporal, que “brinca” com os números e com a lógica.
Essa infância não leva em consideração, pelo menos por uma lógica adulta, situações e conceitos do tipo:
- Grande e pequeno (será que uma criança entende o que é grande e pequeno?);
- Demorado ou rápido (será que uma criança de três anos entenderá que o pai irá passar o final de semana fora? Consegue mensurar nos termos demorado ou rápido o que seria um final de semana);
Assim, a medida é dada pela intimidade com que se tem contato com os conceitos grande, pequeno, rápido, demorado.
Provavelmente a criança não entenderá como demorado ou rápido termos como “final de semana” mas quando a mesma percebe que o pai ou a mãe não estará junto com ele, a primeira reação é de rejeição e/ou choro. Independentemente de ser um, dois, ou três dias afastados. Essa percepção cronológica ainda é relativa para uma criança de três anos...
Nota sobre as percepções infantis
É provável que crianças de 2 anos, ainda não saiba mensurar grande, pequeno, ou principalmente não percebe em totalidade o tempo. Não se tem idéia, a criança que se passou duas horas, ou dias. Agora se é associado à criança, o tempo como algo que “tira-lhe” o convívio com o pai, ou mãe, este chora, poderá ter reações de desânimo.
Tornar a não convivência da criança com os pais é também campo de início de carências afetivas, na escola, cabe ao pedagogo identificar comportamentos que demonstre falta de afetividade, desânimo para atividades normais e/ou cotidianas e trazer as melhores ferramentas pedagógicas visando desenvolvimento do aluno.
Reflexões finais
Vimos, portanto que o conceito de devir criança concebe a criança como um ser em potencial, uma possibilidade, um sistema aberto que permite assimilar sua subjetividade interna e também assimila estímulos externos.
Possibilidade essa que se encontra fora de uma lógica conhecida, o fenômeno (do devir criança) é abstrato e difuso por vezes, mas verificável levando em consideração o universo pessoal da criança.
Tal campo deve ser levado em consideração por educadores, mas deve ser levado em consideração no sentido não de podar esse universo significativo/lúdico e sim lhe dar o devido valor para a formação e desenvolvimento da criança. Essa consciência leva o Pedagogo a melhor compreender comportamentos, traumas, fobias etc de determinadas crianças.
Nesse universo, o quintal da criança é mais do que um quintal é o maior quintal de todo o mundo. As pedrinhas desse mesmo quintal não são meras pedrinhas sem importâncias, pois as pedrinhas do meu quintal são as maiores pedras de todas.
Nesse universo, barras de exercícios, prédios e árvores não são meros objetos comuns ao olho externo. Nesse universo subjetivo, a barra é a maior e mais alta barra de todas. E o bloco é o maior e mais familiar e aconchegante bloco existente.
O reconhecimento desse conteúdo mental e único em cada criança (falo do conteúdo da infância atemporal) deverá nortear políticas e metodologias de ensino-aprendizagem para a criançada. O fazer educação levando em consideração esse conteúdo pode ter uma importância fundamental para a formação de sujeitos.
Brasília, 22/08—11/09/2008.
ps - Para visualização das fotos - solicite-as ao criador do texto. Cienciadaeducacao@gmail.com
Postado por Ciência da Educação às 10:52 0 comentários
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Considerações sobre Nietzche - Para alem do bem e do mal
[ A falsidade de um juízo, não pode constituir em nossa opinião, uma objeção contra esse juízo... A questão é saber em que medida esse juízo serve para conservar a espécie, acelerar, enriquecer e manter a vida. Por princípio estamos dispostos a sustentar que os juízos mais falsos (e entre estes os “juízos sintéticos a priori”) são para nos mais indispensáveis, que o homem não poderia viver sem as ficções da lógica, sem relacionar a realidade com a medida do mundo puramente imaginário do incondicionamento e sem falsear constantemente o mundo através do número, renunciar aos juízos falsos equivaleria a renunciar a vida, a renegar a vida. Admitir o que não verdadeiro é a condição da vida é opor-se audazmente ao sentimento que se habitualmente dos valores. Uma filosofia que se permita tal intrepidez se coloca apenas por esse fato, além do bem e do mal.Pág. 13-14 Para alem do bem e do Mal]
Tece comentários sobre a "pessoalidade" dos filósofos em fazer a própria filosofia. Trazem assim a ilusão, o auto engano, tendência, visões distorcidas, sofismas, falácias...etc
Indaga aos Metafísicos - " A que moral querem nos remeter" ? O conhecimento Metafísico é instintivo ou aprendido?((notem que essa é também essencialmente uma pergunta de Psicólogos e Pedagogos.... remete-nos ao Inat-Ambient-Interacionismo)).
Platonismo/estoicismo - trouxe distorções para o campo da filosofia.
Critica a romantização da Europa (com o que era considerado o mundo real e o que era imaginário);
A produção de conhecimento era e faria parta do jogo erudito, mas ainda não atacando a essência das questões filosóficas.
- Considera o Puritanismo = Niilismo (Assentam a verdade em ilusões);
- Choque ideológico entre a "velha" filosofia e modernidade das idéias;
- Emmanuel Kant, descobre a faculdade humana de formulação de juízos sintéticos... Desenvolvimento da Moral alemã, da intuição intelectual, em detrimento ao realismo político;
- Início de uma reflexão sobre a categoria (talvez científica) dos juízos de valores descritos à priori pelo platonismo, pela teologia, Moral etc;
-Tudo em contraponto à liberdade de pensamento, do comportamento sexual rebatido pelos cristãos moralistas, pelos místicos, pelos artistas;
-Cita Boscovich e Copérnico e traça um pequeno esforço da separação entre fé e ciência;
-Trata a matéria como meio do pensamento sistemático/metódico não como produto, via de prova da alma imortal (metafísica);
-Inicia-se a desconfiança na física, com o passar do tempo, essa se estabelece em bases sólidas e corroboradas;
- Nietzsche verifica também uma contradição idealística. SE o homem é a causa de tudo, ele é causa dele próprio? Como isso? Para Nietzsche uma contradição do tipo: reductio ad absurdum – redução ao absurdo;
- Demonstra que a faculdade pensar não é uma espécie de intuição de conhecimento que a “alma” pegou em algum lugar...(mundo das idéias);
- Trata-se da relativização do ato de pensar. Toda vez que penso, penso de forma reflexiva? Filosófica?
Cita que a vontade, o querer, o livre-arbítrio e o pensar de forma livre, não necessariamente são um “pensar” filosófico. Nietzsche de uma certa forma foge do ciclo de causa (APARENTE) efeito real;
- O pensar idealístico é somente o reflexo de um pensar ilusório e aparente. É tido como ferramenta ideológica da classe dirigente para a apropriação dos êxitos da coletividade;
Descreve os sistemas filosóficos como cíclicos. Não existe filósofo novo que não retorne às questões antigas para suas reflexões (atuais). Isso em sentido lingüístico, de conteúdo e significado.
Descreve e ataca conceitos “deterministas” no desencadeamento lógico e cíclico entre CAUSA e EFEITO;
Trata assuntos como: reciprocidade, necessidades, números, leis, liberdade, razão e outros termos como criação mitológica. Determinada por pensamentos filosóficos ilusórios.
Assim, o determinismo tem suas justificativas para Nietzsche como ingenuidade, deturpação e adulação servil a uma liberdade democrática de pensamento pela tirania dos poderosos. Não em uma explicação neutra, isenta e científica.
Contextualização Um - Nietzsche e questões acerca da realidade e correntes filosóficas.
Entre os sofistas e filósofos antigos, permanecia correntes que viam a realidade da seguinte forma:
Uma corrente apoiava a unidade entre pensamento (filosofar) e a vida orgânica e se debruçavam justamente na natureza das idéias como (Verdadeiro ou Falso), essencial ou aparente, Inteligível ou Sensível.
Nietzsche via a distinção da realidade em dois mundos (material x ideias) como uma degeneração do legado Socrático.
Para Nietzsche, a tragédia grega trazia a unidade entre vida e morte e dava uma visão mais clara para entender a realidade. Assim o homem se afastou da tragédia (sabedoria da arte), restando a Sócrates o lógico e racional. Esquece-se o místico e quer sistematizar a realidade pela lógica. O que seria realmente real e o que seria ilusório?
Em Nietzsche, esse forma de pensar é limitada (metafísica)... e chega a um ponto de abstração que não diferencia-se metafísica de arte. Ou seja, para N. não se tem as idéias advindas de um plano metafísico. As idéias, valores, religiões, doutrinas morais/éticas, não devem analisadas sob critérios de juizos de valor, ou em polos de realidade (bem/mal, luz/trevas, deus/diabo) pois todas essas idéias são na verdade SINAIS CULTURAIS da multiplicidade da existência/condição humana.
Notem que, a visão de N. sobre as idéias serem sinais e não devem ser postos sob critérios de juízos de valor (verdadeiro/falso) no sentido maniqueista. Não no sentido da construção da lógica formal (Vide COPI, Irving - Lógica Formal).
O que é tratado é a visão maniqueista de filósofos, religiosos, teólogos, espiritualistas, gnósticos).
Em se tratando de filosofia do direito, não vemos o maniqueismo impregnado no direito, na mente de magistrado e na sociedade a enxergar a população carcerária do Brasil como NECESSARIAMENTE sem ética, sem moral e má, uma população de 100% bandidos.Tudo isso em detrimento a uma população ética e que é cidadão de "bem".
Com essa lógica maniqueista temos uma evolução no número de detentos e "bandidos":
"O número de presos aumentou consideravelmente nos últimos 12 anos. Dados revelados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram que, em 1995, eram 148.760 mil presos no país. Até junho deste ano, havia 419.551 mil detidos em penitenciárias e delegacias. Em 1995, a proporção era de 95 presos para cada 100 mil habitantes. Hoje, esse número aumentou e chega a 227 presos para cada 100 mil habitantes. A média na América Latina é de 165 por 100 mil habitantes." (Fonte: DEPEN E INFOSEG 2008).
(( A educação, projetos pedagógicos e a filosofia em foco ))
Existe pois então perspectiva de constituir planos pedagógicos para uma população carcerária não pela lógica proibitiva/punitiva e de estereotipação social e sim por reconhecimento de seus DH, à vida e respeito à sua cultura e integridade corporal para reintegração social, seguindo justamente uma perspectiva filosófica futura que esteja além dessa visão maniqueista, além do bem e do mal?
Sim, é possível. Já existe literatura para isso. Sistematizar tal projeto no Distrito Federal seria um grande desafio Pedagógico, e também filosófico. Restrições legais e estruturais certamente deveriam ser levadas em consideração. O direito nesse aspecto ainda é viciado e alienado.
Pequeno dicionário (Aurélio v.2003)
Metafísica
[Do gr. metà tà physiká, 'depois dos tratados da física'.]
S. f.
1. Filos. Parte da filosofia, que com ela muitas vezes se confunde, e que, em perspectivas e com finalidades diversas, apresenta as seguintes características gerais, ou algumas delas: é um corpo de conhecimentos racionais (e não de conhecimentos revelados ou empíricos) em que se procura determinar as regras fundamentais do pensamento (aquelas de que devem decorrer o conjunto de princípios de qualquer outra ciência, e a certeza e evidência que neles reconhecemos), e que nos dá a chave do conhecimento do real, tal como este verdadeiramente é (em oposição à aparência). [Cf. ontologia.]
2. Hist. Filos. Segundo Aristóteles (v. aristotelismo), estudo do ser enquanto ser e especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser.
3. Sutileza ou transcendência do discorrer.
Estoicismo
S. m.
1. Filos. Designação comum às doutrinas dos filósofos gregos Zenão de Cício (340-264) e seus seguidores Cleanto (séc. III a.C.), Crisipo (280-208) e os romanos Epicteto (c.55-c.135) e Marco Aurélio (121-180), caracterizadas sobretudo pela consideração do problema moral, constituindo a ataraxia o ideal do sábio.
2. Austeridade de caráter; rigidez moral.
3. Impassibilidade em face da dor ou do infortúnio.
Puritanismo ( do ing. Puritan)
Adj.
1. Diz-se do membro de uma seita de presbiterianos mais rigorosa que as demais, e que pretendia interpretar melhor que ninguém o sentido literal das Escrituras.
2. Pertencente ou relativo a essa seita.
3. P. ext. Que é ou aparenta ser muito rigoroso na aplicação de princípios morais.
4. P. ext. Austero, rígido; moralista: 2 2
S. m.
5. Sectário do puritanismo.
6. Indivíduo puritano (3 e 4).
Maniqueísmo
[De maniqueu + -ismo; fr. manichéisme.]
S. m.
1. Filos. Doutrina do persa Mani ou Manes (séc. III), sobre a qual se criou uma seita religiosa que teve adeptos na Índia, China, África, Itália e S. da Espanha, e segundo a qual o Universo foi criado e é dominado por dois princípios antagônicos e irredutíveis: Deus ou o bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo.
2. P. ext. Doutrina que se funda em princípios opostos, bem e mal.
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