Fim à casta academicista e conservadora da UnB
Venho por meio deste, prezados da educação e da comunidade UnB apelar para a necessidade de ficarmos atentos para a gestão atual da instituição e para sua condução.
Existe a possibilidade da UnB ainda permanecer sectária racialmente, corporativista, e movida por uma lógica contratualista, de meros contratos de capacitação, prestações de serviços e/ou aferimento de aluguéis.
A banca de jornal existe essencialmente para vender jornalecos e "revistecas" (tipo Veja)e para também vender seus "peixes", isso não pode ser o norte no universo da educação e da academia como instituição pública e de responsabilidade social.
A UnB não é banca de jornal.
A academia não pode ser movida pela lógica do dinheiro.E sim por uma lógica autônoma e mais à frente, soberana!
Se você leitor, está na UnB para somente ganhar dinheiro, não está a exercer sua cidadania em plenitude.
Todos procuramos "lugares ao sol", mas a academia como geradora de conhecimento para o povo não pode somente e somente se; ser ferramenta de uma casta academicista/eruditista de aproximadamente 500 ou 600 indivíduos (Professores/funcionários/alunos) que de forma coesa, em corpo político, pode decidir a gestão da instituição para os próximos anos, levando à inocuidade o movimento de retomada da reitoria e processo de cassação do ex-reitor Thimothy, enfraquecimento dos estudantes e mantimento da alienação da instituição UnB para poucos professores e empresas com interesses exclusos.
No dia 17/09/2008(manhã), no primeiro dia do pleito, das eleições para reitor da UnB, inúmeras falhas no processo da eleição foram identificados tais como:
- Falta de informação no campus dos locais de votação, muitos desses postos de votação, no subsolo, sem indicações por cartazes, avisos ou informações orais da administração da UnB;
- A forma separatista das chapas, não admitindo nenhum tipo de conversa para um eventual segundo turno foi se diluindo na real possibilidade do pleito vir se desdobrar em dois turnos.Tudo parte do jogo político, mas o clima eleitoral era de indiferença por uns, desinformação de outros e/ou desinteresse, mas o interesse é crescente. A expectativa de aumento de quorum no segundo dia é também coisa a ser considerada. Até as 13:30 (somente na Faculdade de Educação, zona 7) tinham votado, 82 alunos, 18 professores e 12 funcionários.
- A disputa para o segundo dia promete ser acirrada...Participem todos! Votem!
Em 22/09/2008.
O pleito acontece agora em segundo turno com duas chapas para a gestão da UnB. Mas o que se segue de forma a analisar as forças atuantes é necessariamente a existência de uma estrutura institucional viciada, e por estar viciada a UnB comporta vários erros políticos, um deles é o eruditismo sem norte, nesse contexto:
" O eruditismo é uma ferramenta, uma forma de pensar que mistifica o debate sociopolítico e a realidade presente.
Mistificando a realidade, o eruditismo visto na UnB, se torna nessas circunstâncias, ferramenta para o ad baculum, sofismo e alienação política.
Torna-se portanto ferramenta de erudocratas
sem prática política. Uma contradição teórica. Caracteriza-se portanto erudocratas, o conservadorismo no trato legal e administrativo da UnB. Na democracia, não existe espaço para conselho de notáveis ou intocáveis. Muitos erudocratas, se encastelam em suas fortificações argumentativas para não atuar politicamente na UnB e assim, pela via institucional, molda sua erudocracia na instituição, sufocando a pluralidade de concepções, na democratização do conhecimento, no aumento de pesquisas inovativas, na implementação de tudo isso na sociedade, sem a qual a UnB e toda e qualquer instituição de ensino não faz sentido algum. O objetivo do eduditismo nessas circunstâncias é podar a natureza includente, social e transformadora da UnB, nada tem de conteúdo de projeto político e autônomo."(PEREIRA, SauloF 2008)
Se não bastasse, ainda temos vícios administrativos, legais e estruturais.
Solicito aos conscientes professores da UnB e também a todos os funcionários e alunos que além de termos compromisso com uma boa gestão, não devemos entancar o processo de redemocratização da UnB que está acontecendo nesse exato momento e sim dar-lhe maior proporção.
A UnB em primeiro lugar.
E será essa real redemocratização da UnB como instituição pública é que trará a mesma, sua natureza de ser includente, social, libertadora e formadora de cidadãos.
respeitosamente à comunidade da UnB,
Saulo Fabrício
Discente de Pedagogia-UnB
Em 23/09/2008 a comunidade da UnB, teve a oportunidade de assistir o debate final para a reitoria. Vimos com isso, a chapa 73 vinculada a um discurso maniqueista e personalista, no intuito de dividir a comunidade UnB entre os eticos e os nao eticos. Entre uma chapa aparelhada e uma da excelencia do ensino.
No decorrer do debate, as visoes distorcidas da chapa 73 foi caindo por terra pois o conteudo programatico da chapa 76 era visivel e foi citada pelo prof. Jose Geraldo logo no primeiro bloco. Dai por diante vimos a forma parca em questao de proposicoes para a UnB. Jose Geraldo saíra fortalecido do último debate para a reitoria da UnB.
Nota sobre a natureza da erudocracia no meio Discente
Não é de hoje que a academia, tambem é tida como o lugar para notáveis, ou pessoas especiais, ou inteligentes. Não sendo de todo falso tal proposição também carrega mesmo que difusamente, um alto teor de preconceito e também é válvula de escape para inúmeras distorções.
A primeira trata-se da erudocracia no meio discente. Tudo é motivo para coerção, manifesta ou subjetiva/mental. A roupa, o cheiro, o cabelo, a aparência e os padrões de beleza, a fala, as concepções de mundo, a religião, a crença, a não crença, o comportamento, os gestos. Tudo é motivo para coagir o outro,seja por meio de um poder subjetivo, advindo da "erudição" de veteranos, discentes mais experientes ou professores.Seja pelo meio institucional,que lhe impõe a meritocracia para ascenção acadêmica.
Tais situações, ambas mascaram os gargalos sociais que justamente a UnB não está sendo capaz de fazer. Transformar a sociedade e formar sujeitos.
A erudocracia entre o meio discente, faz com que, integrantes do mesmo meio, sintam-se completamente excluídos do processo de ensino-aprendizagem acadêmico. O estímulo torna-se mínimo, evazão aumenta.
Para piorar as coisas, a meritocracia(que é uma forma da erudocracia discente), torna as coisas mais difícies para iniciantes na vida acadêmica, com seus custos intrísecos e mantimento no curso tão sonhado. O não mantimento faz a evazão subir repercutindo resultado de menos investimento na instituição UnB. O prejuízo é contabilizado na não formação do ingressante por falta de meios para se manter atuando nos estudos.
Esse vício se perpetua em escala maior ou menor desconsiderando por completo a história e a situação concreta atual do solicitante(discente), como o critério é o mérito, os necessitados ficam duplamente prejudicados; sabe-se que o meio acadêmico é necessáriamente metódico, sistemático e difícil por vezes e que requer maturação e evolução do discente dentro do campo proposto de atuação.
Como as IES (públicas e privadas) ainda mantem a erudocracia e a meritocracia como formas de ver e atuar na academia veremos os mesmos erudocratas em forma de casta centralizadora, conservadora e por assim ser, turva e obscurantista no trato da realidade das Universidades Federais e privadas no presente 2008. Que o diga no fomento e difusão do conhecimento e tecnologias.
O total descalábro para com um plano soberano de desenvolvimento e capilarização de polos industriais e econômicos, juntamente com um plano de educação é que ainda torna a UnB, campo de batalha de egos a comentar a roupa, a beleza ou feiura de fulano e frivolidades costumeiras da vida alienante dos tempos atuais. Tal erudocracia encurta a percepção científica do que vem a ser a instituição UnB como instituição transformadora.
Não à pequenês erudocrata e egoística de professores e discentes, sim à pluralidade de idéias e total integração UnB e sociedade.
A pluralidade, a socialização da UnB, e o resgate de uma UnB soberana, includente, atrelada ao Brasil e às reais necessidades do Distrito Federal e ao mundo é que deverá ser o norte da UnB do século vinte e um.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Fim à casta conservadora da UnB
Postado por Ciência da Educação às 12:25
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