A literatura vista na disciplina Avaliação Educacional da pessoa com necessidades educacionais especiais na analise critica/conceitual do programa da Radio CBN – Caminhos Alternativos do dia 25 de Fevereiro de 2013 sobre o aumento do uso do Cloridrato de Metilfenidato (Ritalina) entre os anos de 2009-2011 segundo ANVISA. O discurso e as categorias preconceito, deficiência e inclusão pensando uma pedagogia para o futuro.
Objetivo de Pesquisa:
Analisar criticamente, tendo por base a bibliografia vista sobre preconceito, deficiência e inclusão – a entrevista da CBN sobre a Ritalina nos casos de TDA/H em pauta. Analise do discurso da entrevista da CBN pela perspectiva de RAAD et al sobre o diagnóstico, a medicalização da sociedade e o preconceito da deficiência.
Objetivos Específicos:
1) Transcrever a entrevista da CBN (Caminhos Alternativos do dia 24 de fevereiro de 2013 – Sobre a utilização da ritalina pelos alunos brasileiros) Duração da entrevista 20 min;
2) Identificar as principais categorias que os médicos falaram sobre os diagnósticos e sobre a TDHA;
3) Identificar as principais categorias que RAAD et al fala sobre o diagnostico e sobre a deficiência;
4) Dissertar sobre as possibilidades de se ver as manifestações da própria diversidade existencial por uma perspectiva ética e com uma práxis voltada para o futuro.
Justificativas da Pesquisa
A existência humana é algo extremamente frágil e que, segundo BURSZTYN apud HOBSBAWN (1998) p. 38 que o século vinte, depois de ter herdado por grandes revoluções técnicas/cientificas e no mundo do trabalho e da proteção social, foi um século vinte de guerras e contra revoluções e que ao invés do que falavam os analistas, as desigualdades sociais cresceram e com esse crescimento de desigualdades de base social, também se estabeleceu toda uma serie de argumentos que sempre sugeriu que existem homens superiores e homens inferiores. Mulheres superiores e mulheres inferiores.
Vemos portanto, que toda uma serie de discursos ideológicos – se formaram com o pensamento eugênico, ate em diversos estigmas de grupos que também sofreu por meio não somente de guerras comerciais, mas em guerras de pilhagem de ordem inclusive cultural. Sim, a eliminação de documentos, arquivos, livros, pecas arqueológicas, manuscritos, registros fotográficos etc
Essas guerras, também são por motivos políticos, étnicos, raciais, de gênero e geracionais. A modernidade acelera a obsolescência de mercadorias e exércitos de reserva para dar conta da dinâmica do capital. Essas características assinalam um discurso de que existiria na espécie humana um centro de normalidade, da qual, qualquer situação ‘fora’ desse núcleo de normalidade deveria ser podado inclusive do consumo.
Tal discurso se identifica com um histórico patriarcalista de monopolização da terra e bens de consumo e serviços que levariam no seu bojo, por consequência – inúmeros discursos preconceituosos, que não “respondem-responsabilizam” (ver Buber) pela diversidade. Como a escola é nada mais nada menos que os reflexos da sociedade que a cerca, a escola publica terá também algumas dessas características. Ora, de forma análoga – também para com os profissionais da educação que fazem o dia a dia da escola a incorporação de inúmeros discursos sobre as diferenças seja na condição anatômica ou psicológica dos alunos ditos “deficientes”.
Uma das questões que fica clara para entender essa situação, também vista no decorrer dos interessantes debates na disciplina a Avaliação Educacional da Pessoa com Necessidades Educacionais Especiais seria como se categoriza o preconceito da deficiência. Segundo CAVALCANTE (2004) pela redução do outro, falta, negação da diversidade, o desencontro mediado, descompromisso e o exílio relacional das pessoas e por conseguinte na escola – tais categorias do preconceito aplicados aos alunos com deficiência.
Diante desse contexto de conjuntura política sobre da metade do século XIX ate a modernidade da Internet/Intranets e das TIC`s, enquanto práxis de fato na transformação da educação publica e enquanto variável que segue a vida das pessoas por toda a existência.
Esse contexto político, conforme nos aponta BURSZTYN (2010 p. 38) trouxe a democracia por meio de um “estado de bem estar social” mas as desigualdades de base material – não fez diminuir, por contrario – aumentaram.
Toda essa situação material da sociedade – também reflete no discurso e nos mecanismos culturais para se excluir alunos deficientes. Nesse contexto, uma outra situação que se apresentou em termos históricos foi uma rápida deteriorização e decadência das leis trabalhistas – também trás reflexos na proletarizacao do trabalho docente – culminando na formação agora, de discursos pedagógicos permeados pela psicometria e pelo poder social/institucional da medicina.
Façamos uma digressão sobre os antagonismos citados por exemplo por TUNES (2007 p. 68) Apud CANGUILHEM (1990) entre os estados ditos normais e patológico.
O que TUNES (2007 a) quer dizer é que sempre se estabeleceu na historia social dos povos um núcleo de normalidade e etnias e outros homens e mulheres eram considerados como etnias periféricas, seres secundários, com inteligências medianas, inclusive impossibilitados de entender e/ou participar de uma cultura superior.
Porem, tal digressão nos faz necessárias por que pode o leitor achar que não existem estados patológicos. O que de fato é um engano. A medicina tem por registro centenas de estados de tecidos que sofrem com bactérias comedoras de carne, leucemias e cânceres que matam e de fato mudam o estado antes tido como “normal” de uma célula e tecido, outra e incorporar o avanços da biomedicina chancelando o eugenismo ou o perfeccionismo biomédico que ao mesmo tempo da vida ao preconceito enquanto atitude voltada para a sectarização, negação ou isolamento do deficiente, cuja categoria de signo linguístico tem ate adjetivos específicos, palavras especificas para denomina-los – enquanto novamente segundo TUNES (2007 b), basta chamar-lhe pelo nome.
A autora TUNES ( 2007 b) expõe que a questão do diagnostico cristaliza algo que é um processo. Ora, ainda se torna titubeante as situações da entrevista do programa Caminhos Alternativos no tocante a “É...acho que a banalização talvez seja um dos fatores, eu concordo que sem duvida nenhuma, alguns casos onde a medicação foi utilizada, casos graves de hiperatividade e déficit de atenção que inviabiliza o crescimento, a atenção e o aprendizado da criança e inviabiliza a relação com a escola e ate com a família e ai nesses casos a medicação pode ser muito útil.”
Tal discurso começa ao nosso ver de forma acertada mas ainda não demonstra como seria essa inviabilização do crescimento( como assim?), da atenção? Como identificam essa categoria “atenção” em sala de aula. Tem aluno que esta sentado na sua frente, balançando da cabeça dizendo que esta entendendo mas não esta entendendo nada por não estar com a atenção focada no momento presente.
Ainda, também em momento nenhum da entrevista como seria, especificamente a identificação do TDA/H como uma sistematização de sintomas, mas enquanto práxis conectada com a escola, com sua a comunidade que ainda insiste em esconder, humilhar, subestimar e ate torturar, quando o exílio sofre as manifestações agudas do preconceito, se materializando em atitudes de extermínio. Para a autora TUNES (2007 c) o futuro ainda é uma incerteza perturbadora para as políticas e agentes da inclusão – que pode ate gerar novos holocaustos.
Temos que se fossemos analisar questões sobre o discurso, divaga o Doutor Daniel Becker (entrevistado pela CBN) quando não tipifica o diagnostico e ainda relaciona de forma temerária atenção, crescimento e aprendizado. Categorias essas na educação que podem ter uma outra acepção, não sendo a da categoria medica.
Sabemos que de forma geral, a pediatria adota para a aferição do desenvolvimento – a curva pediátrica, relacionando indicadores biomédicos, como peso, altura, glicose, hormônios, creatina, componentes do sangue, exames clínicos e sintomatológico durante o período da infância onde “desvios” acentuado dessa curva já apontaria uma situação que destoaria do normal, ou daquilo que a medicina moderna considera como normal.
Por outro lado o próprio entrevistado, sob nossa analise acerta em termos gerais ao refletir sobre a banalização da medicação e essa medicação inclusive, sendo utilizada e prescrita de maneira errônea. Notem a passagem transcrita que indica tal situação: Que é como a Doutora Nívea falou...é, quando você tem um diagnostico, fique calma, procure uma segunda opinião, buscar mudar um pouco o olhar sobre a criança. Buscar outras opiniões do ponto de vista psicológico ou terapia familiar em termos inclusive de questionar a escola na sua proposição, com aquela criança que é medicada e que a medicação nunca pode ser uma solução fácil, buscar uma situação multiprofissional e multidisciplinar. Buscar também oferecer para essa criança uma vida de melhor qualidade. (Anexo I).
Outra interessante questão que fora captada durante a disciplina foi que a deficiência gera dinheiro e que a temática já esta difundida na mídia e nos meios de comunicação de grande alcance, porem em termos materiais e de renda – a organização social ainda não mudou.
Trazendo a importância da perspectiva histórica e social dessas anotações – apelando para o educador Paulo Freire (das redes sociais em 2013), quando cita “que seria uma atitude muito ingênua, achar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitisse as classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma critica” assim também seria ate certo ponto ingenuidade, achar que não existe um grande lobby da industria farmacêutica que de forma a cooptar agentes da educação pode responder pelo o que foi noticiado, no inicio da entrevista pela CBN – no aumento de 75% do consumo do Cloridrato de Metilfenidato e o Brasil sendo o segundo maior mercado do mundo no consumo da Ritalina e correlatos.
De forma ate irônica para não dizer trágica, um dos remédios também à base do Cloridrato de Metilfenidato se chama Conserta . Sim, do verbo “consertar”. Ora, inclui-se ainda na política de venda e nas diretrizes do remédio – um componente comportamental e ate ético. A normalização da diversidade humana ate impressa em caixas de remédios que contém anfetaminas
Acertadamente a Psicopedagoga cita sobre o componente ético e também sobre o contexto pelos quais estão se receitando a Ritalina para os alunos supostamente com TDA/H : “E... e uma criança que chegou aqui, sentou no colo da mãe, com o pai do lado, com um livro debaixo do braço, uma criança não apresentava nenhum sinal, nenhum comportamento violento, ela dormia na casa de amigos, os amigos dormiam na sua casa, ela se comporta bem na escola, mas esta com dificuldade em duas matérias, presta atenção, conversou direto com a gente, não apresentou nenhum sintoma de hiperatividade. Os pais não referiam qualquer sintoma de hiperatividade ou qualquer que tipo de dificuldade de atenção ou concentração.Essa criança tinha um relatório de trinta paginas com vários questionariozinhos, e apontando distúrbio de agressividade, distúrbio de atenção/concentração e receitando a Ritalina no final.Bom, isso é chocante!”
Como a mídia também divaga e muitas das vezes não sabemos as reais intenções dos entrevistados tentamos o acesso o endereço da rede www.andea.org.br durante a semana que se seguiu a pesquisa, mas infelizmente o portal esta fora do ar, sendo estranhamente identificado pelo nosso software antivírus (avast) como endereço que possui inconsistência de segurança do tipo trojan. Bom, de qualquer forma, ainda não conseguimos captar a linha política dessa associação voltada para o “desenvolvimento” da aprendizagem dos alunos – o que é certo é que a neurologia e a psicologia são carros chefes para guiar essas ações.
Retornando nossas analises para as políticas publica que possuem um centro ideológico sobre a normalidade, geralmente de caráter de classe media alta, branca, do gênero masculino e que possuem a oportunidade de colocar os mais diversos discursos, geralmente procurando ou justificando o bem estar social, mas sendo o próprio estado uma das grande instituições que ainda patinam em termos de compromisso social e ações para a acessibilidade.
Devemos lembrar e salientar que um dos grandes argumentos que sustentou o nazismo foi a primazia de uma etnia e de uma nacionalidade ligada ao espaço e a cultura. Hitler quis reerguer a Alemanha por meio de uma suposta superioridade intelectual pelo meio simbólico da nacionalidade alemã da época (1935 em diante) que via na união desses super homens que parte da Europa e a própria Alemanha, dada agora o comando de novas terras e meio de produção, poderia dar vazão esse planejamento nazista.
A Historia mostrou que, não somente a extensão territorial da Rússia e seu inverno avassalador, com o ponto culminante em Stalingrado (1945), o próprio enfraquecimento do exercito alemão ela fome e pela falta de meios para manter os insumo da guerra, trouxe uma segunda derrota ao povo alemão e europeu em menos de duas décadas. – porem, o Eugenismo e neonazismo sobrevive e vem solapando a todo custo a diversidade humana.
Como a competitividade e os modelos de avaliação escolar preza pelo ritmo e por modais voltados aos “ alunos normais” grandes variáveis conjunturais para trazer ações inclusivas como as TIC`s, ações em desenvolvimento sustentável, do turismo para a acessibilidade e produtos desenvolvidos para os deficientes também seguiu as conjunturas do pós-guerra e novamente os estados e inclusive o Brasil, decidiu ao invés de matar por estado de sitio, no pós-guerra decidiu, pelo isolamento e pela invisibilidade – matar (indiretamente/socialmente) quem possuía alguma incapacidade.
Torna-se ate engraçado ver que a todo momento – falamos sobre o cadeirante ou sobre o deficiente mental dentro de uma classificação histórica e socialmente construída, mas no dia a dia levando tais cidadãos pela ótica da invisibilidade.
Apelando para o teórico MOSCOVICI (2003), de forma representativa – tais comportamentos são ancorados justamente em ideias/temas muito antigos. Ora, não é de hoje que acreditamos que possamos ser superiores que outras pessoas por conseguir passar no vestibular ou ter acesso a um certo status profissional que lhe trará reconhecimento etc.
Não é de hoje que acreditamos que supremos magistrados ou grandes mentes na ciência teriam o poder de agir em políticas publicas, para sectarizar o outro por meio da concretização das verdades que foram chanceladas justamente pelos títulos reconhecidos pelo estado ou pela sociedade e que na verdade pode ser a reprodução de pensamentos eugênicos, mas com discursos psicometricos e mais atualizado de cientificismo.
Para Bartholo (2007 p. 39) citando Buber – a existência humana é frágil e deve ter um imperativo ético voltado para uma alteridade (qualidade daquilo que é do outro).
Ontem, deficientes eram jogados nos penhascos - hoje, exilados em quartos, escondidos ate da família e de vizinhos.
O baixo aproveitamento escolar esta se tornando a grande válvula de escape para essa enxurrada de prescrições do Cloridrato de Metilfenidato (Ritalina ou Conserta) aos alunos do ensino fundamental e médio. Associado ainda (segundo os entrevistados da CBN), vida “corrida” e de maior acesso aos bens tecnológicos como games e TV`s que por conseguinte – trouxe o isolamento, e as vicissitudes de um menor contato familiar.
- Alguns bons argumentos, porem vemos algumas racionalizações por parte dos entrevistados. Novamente vemos trechos se remetendo a competência dos médicos e a incompetência dos professores com alunos que possuem TDA/H. Vejamos: “(Nívea) Tenho casos de crianças que estão ótimas e que de fato tinham o TDAH. Existe também a necessidade do trabalho da escola e eis ai um grande problema, a questão da inclusão esta imposta de uma forma muito generalista e os professores não estão capacitados e ficam perdidos”
Os principais debates da disciplina também nos alertou para essa situação de falso dilema pedagógico com relação ao estar não pronto para o contato com o outro. Ora, quem realmente esta pronto para apreender, planejar e ter a petulância de ensinar algo. As desculpas para racionalizar e para tentar justificar o descompromisso com os deficientes vem ao encontro de alguns discursos no tocante a “os professores não estão capacitados e ficam perdidos” nos remete a questões do tipo? Quem então está pronto para esse encontro não racional, não mensurável pela psicometria cientifica, mas encontro existencial.Lembra-nos Buber que o homem não é consciência de si, mas o homem só é homem no encontro com o outro.
Tudo isso envolve uma responsabilização para com o outro (que para Buber é resposta atenta). Essa desresponsabilização também sustenta essas idas e vindas do discurso da prescrição de Ritalina para (ironicamente falando) “consertar” os alunos. Por vezes os entrevistados identificam os extremos abusos e impactos na saúde geral dos nossos alunos, porem sugestiona situações do tipo:
- Para a reportagem da CBN: Doutor Daniel essa informação – aumento de 75% do uso da Ritalina entre 2009 e 2001 é um surto? As nossas crianças estão mais doentes?
Aqui, já se tem a presunção generalista (isso por que não sabemos nem QUEM EH REALMENTE A CRIANCA que cita o entrevistado, o Doutor Daniel (Pediatra Integral) e por que já partir do pressuposto que TDA /H tem sempre por traz um quadro patológico, que pode se submeter a um diagnostico pela medicina – abrindo assim centenas de justificativas medicas para prescrever a Ritalina e semelhantes.
Contribuindo para a difusão da informação e inclusive como alerta social, o entrevistado também contribui de forma muito positiva ao enxergar que o abuso de Ritalina é um abuso grave e que existem riscos vejam:
- Olha, não assunta não? Apavora. Acabo de ver aqui que o Brasil acaba de se tornar o segundo maior mercado de Ritalina no mundo, depois dos Estados Unidos. Eu tenho minhas duvidas quando você olha para uma doença para uma condição qualquer ..tem alguma coisa muito grave acontecendo, uma epidemia que estão causando que as crianças fiquem hiperativas ou simplesmente estamos cometendo um abuso gravíssimo dessa medicação colocando as crianças em risco e em risco grave podendo afetar não somente seu desenvolvimento e tentar procurar uma solução clássica que resolver um problema procurando outros problemas.
Esse abuso pode soar como uma armadilha para o professor, pais podem muito bem, admitindo facilmente que as informações e os nomes dos remédios e substancias correm na mídia e pais podem muito bem pedir conselhos e pedir “receitas” ou indicações para quando o aluno esta com dificuldade de aprendizado (outra categoria de palavra perigosas para lidar) pode-se pedir ao professor, já que ele detém o conhecimento, para prescrever alguma medicação para que seu filho aprenda como os outros.
Ora, de forma direta, professor não prescreve remédio e aquele que o faz pode responder por exercício ilegal da medicina, expõem crianças a riscos desnecessários e ainda incorre em questões que ferem a ética de docente.
Segundo LOPEZ (2007 p. 157) apud INE, Inserso e Fundação Once as categorias para a incapacidade (uma das características da deficiência) na triagem de serviços hoteleiros/turismo seriam: a) Deslocamento de casa; b) Realizar tarefas de casa; c)Deslocar-se; d) Utilizar os braços/mãos; e) Ver; f) Ouvir, g) Cuidar de si mesmo; h)Aprender a desenvolver tarefas; i) Relacionar-se com as pessoas; j) Comunicar-se.
Podemos notar de forma analítica de que, todas as categorias sempre nos remete a falta, mas de forma muito curiosa, a categoria “j” para comunicar-se traz em seu bojo o poder da palavra.
A sociedade não coloca em nenhum momento, a palavra dos médicos em xeque, não somente por uma relação desigual de poder, mas também em termos técnicos e de fato assim as coisas se apresentam porem outra coisa completamente diferente, seria para casos específicos dizer o que realmente acontece – quando estabelecemos uma visão pedagógica de futuro para trazer a cada dia, oportunidades de chegar cada vez mais perto de situações que trazem emancipações no seu dia a dia e isso podemos dizer que também trará qualidade de vida para esse aluno e cidadão.
Não se trata de uma dicotomia de saberes (medicina/psicologia x pedagogia), mas de uma complementaridade para uma ética profissional e para a qualidade de vida – um dos objetivos de políticas inclusivas. Lembrando que tais políticas não devem ser encaradas como geralmente são – como assistencialismo para aqueles ceguinhos. “Ah, isso é....sabe aqueles manquinhos lá da APAE, aqueles mongoloides e deficientes da APAE que precisam de dinheiro para seus projetos.”
Esse próprio tipo de discurso torna-se uma desresponsabilização pela problemática que não deve ser deslocada para uma ótica de assistencialismo, mas de atitude ética inclusive para explorar toda a composição de direito e garantias que prevê nossa Constituição Federal (1988) e as leis sobre a temática.
O sujeito que encerra e que imaginamos conceitualmente nesse trabalho estará sempre sob uma dimensão histórica e social. Isso significa dizer que preconceito guia atitudes para classificar o deficiente, porem essa mesma pessoa, cujo imperativo não deveria ser sua deficiência e sim seu nome e identidade – também se encontra na mídia diminuído, reduzido em sua existência. Afinal precisa-se de demanda para se consultar, se submeter a um diagnostico e vender remédios.
Assim, em pleno domínio da racionalidade tecnológica e cientifica – sendo essa racionalidade difundida como proselitismo fundamental, o outro ainda se encontra envolto de mistério e de desafios – principalmente se colocamos essas questões dentro agora do campo ético e para uma pedagogia voltada para o futuro.
Aqui reside parte da relevância dessas anotações – contribuir para se entender discursos sectários e promover insistentemente mudanças pedagógicas, integrando essa grande luta da inclusão na pauta das lutas sociais dentro desse novo século que já possui quase que uma década e meia mas que vem com muita forca para de um lado manter a conjuntura e a organização social pelas políticas neoliberais e por outro o compromisso de poucos que visa expor tais situações sociais vinculados ao mundo da educação.
Ainda, em pleno século vinte e um – esse objeto de pesquisa – o outro; se mostra dialético, fluido, não mensurável e de uma diversidade que se faz ontologia dentro da própria existência. Admitimos a diversidade na escola e fora dela não por polidez política e ética enquanto pedagogo e profissional da educação, mas admiti-se a diversidade pelo simples motivo de ser factual a pluralidade de rostos e existências.
Metodologia de Pesquisa e Procedimentos
A perspectiva metodologia é histórico-cultural para se identificar o homem como produto dessas dimensões e analisar o discurso e categorias básicas identificadas na entrevista da CBN, do programa caminhos alternativos sobre a utilização do Cloridrato de Metilfenidato na melhoria ou melhor, numa hipotética melhoria do próprio processo de ensino e aprendizado. Que em ultima analise, não se pode prever ou controlar totalmente a situação, quica a energia de crianças que querem aprender, mas nem sempre com as pautas e planejamentos dos professores, orientadores ou neuropsicólogos podem conceituar ou controlar.
O próprio exercício de ler ou escutar e depois transcrever entrevistas se torna uma atividade pedagógica que pode ser fomentada par aqueles alunos que tem algum gosto pelas TIC`s seja para estudar mesmo ou para criar mecanismo de acessibilidade.
Utilizamos também para estabelecer as presentes proposições, de anotações feitas captando os ensinamentos durante os debates feitos pela disciplina em questão. O objetivo aqui, seria captar máximas(aforismos), situações vistas enquanto padrões de discurso e padrões do preconceito na dimensão relacional, nesse encontro imprevisível com o outro.
Em termos dissertativos, pode perceber o leitor que, muitos dos assuntos tratados são assuntos que convergem para o entendimento da literatura levantada de que são assunto que ainda estão em aberto no campo dos debates sobre educação, saúde, preconceito, deficiência e inclusão.
Tais anotações em dissertação visa também, identificar algumas categorias muito relatadas sobre a deficiência de um lado pela perspectiva de um medico pediatra e de uma neuropsicóloga e de outro – algumas identificações nos discursos desses profissionais que não rompem com o paradigma educacional e aqui é que reside grande pertinência da pesquisa, não somente identificar como pensa a mídia médicos e mestres sobre o processo de ensino e aprendizado em situações diagnosticadas, mas como se apresenta uma ética de descompromisso que fala, mas não faz, que fala e classifica o “deficiente” – mas não instrui para a cidadania e para o futuro.
Em termos metodológicos, o objetivo será problematizar não responder. Lançar luzes em hipótese e não afirmar. Descrever a historia e o que alguns teóricos dizem sobre toda essa problemática da mídia e de especialistas sobre diagnósticos e sobre o TDA/H e de outro lado um objeto de pesquisa que extrapola a própria racionalidade das ciências modernas – o sujeito, que muitas vezes fica em segundo plano – eclipsado justamente por seu diagnóstico. Admite-se portanto a total abertura de alguns assuntos aqui abordados.
Conclusões parciais de pesquisa
Estabelecemos como nosso objetivo geral de pesquisa em nosso trabalho final as seguintes questões a saber: Analisar criticamente, tendo por base a bibliografia vista sobre preconceito, deficiência e inclusão – a entrevista da CBN sobre a Ritalina nos casos de TDA/H em pauta. Analise do discurso da entrevista da CBN pela perspectiva de RAAD et al sobre o diagnóstico, a medicalização da sociedade e o preconceito da deficiência.
Esse objetivo de pesquisa possibilitou entender parte da literatura que foi utilizada na Disciplina A avaliação Educacional da pessoa com necessidades especiais educacionais, não levando a questão para uma dimensão somente dialética e de lógica conceitual, desta ou daquela linha teórica.
Percebemos que não somente a mídia, mas também profissionais da classe médica, juntamente com a indústria farmacêutica de hoje – possuem uma grande influencia social e a utilização da medicação vem ganhando muitos dividendos com a prescrição de remédios , a feitura de consultas.
Os impactos físicos e sociais? Ainda não sabemos ao certo, mas vemos que alem de considerar os profissionais da educação, como profissionais de segunda linha nas decisões sobre a educação dos alunos (as) que se torna temerário qual a repercussão dessas ações adotadas a longo prazo.
As TIC`s dentro de um contexto socioeconômico vem ajudando muito no desenvolvimento de ferramenta para o ensino de pessoas com necessidades educacionais especiais, porem ainda vemos um grande desmande na escola e ainda grande duvidas de ordem conceitual e epistemológica de se associar o consumo do Cloridrato de Metilfenidato com uma hipotética “melhoria” na atenção, desenvolvimento e aprendizagem dos alunos do ensino fundamental e médio.
Hipóteses essas que infelizmente possuem peso na classe médica, ao lançar mão de um medicamento não para trazer benefícios aos alunos, mas por vezes, somente ganhar dinheiro com a venda da medicação e ainda brincar profissionalmente com conceitos do tipo ‘desenvolvimento’ ou aprendizagem por meio da prescrição desenfreada e com risco de remedicamentos voltados não para a resolução de problemas que as vezes nem existem, mas para uma ética de tutela e controle – de muitas crianças que as vezes não apresenta nada...somente algumas traquinagens naturais de criança que estão cheias de energia e que precisam se movimentar, sonhar...existir.
Referencias Bibliográficas
CAVALCANTE, Andréa V. O preconceito da Deficiência no processo de Inclusão Escolar. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, 2004.
TUNES e BARTHOLO – Nos limites da Ação: Preconceito, inclusão e deficiência – organizado por Elizabeth Tunes, Roberto Bartholo – São Carlos – EDUSFSCAR – 2010, 117p.
RAAD, Ingrid Lilian Furh – Em intervenções orais dentro da disciplina a Avaliação Educacional da pessoa com necessidades educacionais especiais – (2013).
Nota Bibliográfica: Sabemos que pela ABNT, os anexos seguem como um texto com formatação normal do texto. Porem aqui, de forma deliberada, mantivemos o anexo I e todas sua citações literais com o tamanho de fonte em italico, visando unicamente tornar mais fluida/fácil a leitura ((Autor))
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ANEXO I
Programa – Caminhos alternativos – (Radio CBN – 25/fev/2013) – Transcrição da entrevista – Por TraquinagensPedagogicas*.
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(ruídos, arquivo começa com 15 segundo de atraso. Tempo de entrevista 20 minutos).
- ...levantamento feito pela ANVISA aponta que as vendas do (cloridrato de metilfenidato), conhecida como a Ritalina, usada no TDAH. Um crescimento de 75% entre 2009 e 2011 aqui no Brasil, só pra lembrar que, os dados são em crianças Fabíola,
- -e em crianças que são diagnosticadas que chamam de TDHA e o uso da Ritalina divide opiniões causa também uma reflexão nos pais e educadores. Será que e o caminho para que a criança tenha mais atenção na sala de aula. É uma discussão importante. Em julho de 2011, juntamente com o Conselho de Psicologia no fórum de medicalização iniciaram junto à comissão de direitos humanos um a campanha, a campanha não a medicalização da vida. Por isso hoje, nos estamos aqui nos Caminhos alternativos com dois especialistas que lidam muito com criança para falar e a gente poder saber mais sobre esse assunto.
- Conosco no estúdio a psicóloga, ela lida com crianças ela é psicopedagoga, trabalha numa escola inclusiva e defende a pluralidade ne? Estamos falando da doutora Nívea Fabrício, ola como vai?
- Tudo bem.
- Também estamos em contato com o doutor Daniel Becker ele é mestre pela universidade federal do rio de janeiro e atua na área da pediatria integral. Doutor bom dia?
- - Bom dia a todos.
- Doutor Daniel essa informação – aumento de 75% do uso da Ritalina entre 2009 e 2001 é um surto? As nossas crianças estão mais doentes?
- Olha, não assunta não? Apavora.Acabo de ver aqui que o Brasil acaba de se tornar o segundo maior mercado de Ritalina no mundo, depois dos Estados Unidos. Eu tenho minhas duvidas quando você olha para uma doença para uma condição qualquer ..tem alguma coisa muito grave acontecendo, uma epidemia que estão causando que as crianças fiquem hiperativas ou simplesmente estamos cometendo um abuso gravíssimo dessa medicação colocando as crianças em risco e em risco grave podendo afetar não somente seu desenvolvimento e tentar procurar uma solução clássica que resolver um problema procurando outros problemas.
- Bom, nos estamos também em contato com a doutora Nívea aqui no Caminhos Alternativos, ela que também lida com crianças, é diretora do colégio. É... você percebe que as crianças estão mesmo hiperativas?
- - O que é ser hiperativo?
- Seguindo o Doutor Daniel, acho que é uma coisa exagerada, fazendo uma correção, não é somente a Ritalina, são dois ou três medicações na mesma linha ta.
- O mais conhecido mesmo é a Ritalina (cloridrato de metilfenidato), mas que também tem dois ou três nomes comerciais. E tem sido exageradamente usado. Quando indicado adequadamente tenho visto resultados muito bons. Eu vejo uma guerra de ortodoxia sem lógica.
- Por que vendo as crianças dentro do culegio em que a medicação é bem feita – excelente.
- Porem os números são muito menor do que foram apresentados (era isso que Ia falar) onde a gente observa isso no cotidiano.
- Olha, veja hoje a sociedade é mais agitada, ponto por n razoes – atitudes familiares, enfim n razoes. Por outro lado, acho que vivemos numa sociedade menos intolerante com as traquinagens das crianças. Eu vejo assim, eu...minha infância a 60 anos atrás, eu tinha a rua, eu tinha o quintal que era enorme, eu tinha espaço. Hoje, a criança é muito presa.
- A gente se incomoda quando a criança vai num restaurante e quer levantar da cadeira, tem essa coisa de levantar da cadeira, o que é normal.
- Então tem assim, ainda muita confusão na minha opinião.
- Mas ai, ela pode gerar uma confusão do diagnostico doutor Daniel?ou de banalizar o diagnostico da hiperatividade?
- É...acho que a banalização talvez seja um dos fatores, eu concordo que sem duvida nenhuma, alguns casos onde a medicação foi utilizada, casos graves de hiperatividade e déficit de atenção que inviabiliza o crescimento, a atenção e o aprendizado da criança e inviabiliza a relação com a escola e ate com a família e ai nesses casos a medicação pode ser muito útil.
- O que nos estamos questionando aqui, não são nos casos onde a medicação e necessária mas exatamente o diagnostico errôneo, um diagnostico excessivamente fácil, e que isso na verdade implica/significa no uso de uma medicação, para mudar o comportamento de uma criança e torna-la mais adequado, a digamos as exigências da família e da escola tornando uma criança ai sim, com problemas mentais.
- Podemos então criar uma criança atípica com o remédio quase...
- Mais do que uma questão de banalização, acho que existe ai, um certo conluio, com base no mercado e que isso gera dinheiro, gera a movimentação de mercadoria, tanto de mercadoria, quanto de serviços e medicamentos.
- Então, existe ai, uma mão pesada do mercado de psicólogos de neuropsicologos e também profissionais da indústria farmacêutica, que também favorece também professores em escolas, que pra eles é muito fácil, pois a criança pode ter alguns distúrbios de comportamento e ai é medicada...que ai ela passa a ser tornar uma criança mais mudável.
- Não te trata de mais uma banalização, mas de uma conspiração social que leva a medicalização nesses níveis.
- Agora, e quem e pai que tem alguma criança? Também tem responsabilidade, chamando então, inclusive a classe medica para dividir essa responsabilidade. Os pais tem alguma responsabilidade nessa questão ou não?
- Não tenho a menor duvida. Quando um pai não questiona um diagnostico, ele facilmente aceita que o filho dele tem um distúrbio psiquiátrico. Por que isso são distúrbios psiquiátricos e aceitam uma medicação psiquiátrica, derivada da anfetamina... para uma criança que é um pouquinho mais fraquinha ou um pouco mais agitada. E assim como a doutora colocou.... elas estão vivendo em espaços mais cerrados, fica mais em casa, por que ela não tem mais aquela rua, por que ela tem pouco contato com a natureza, por que ela esta sempre vendo programas de televisão, de jogos, de aparelhos eletrônicos portáteis, facebooks e computadores com o contato com corantes e edulcorantes. Muito conservante já na sua comida que é industrializada... uma serie de fatos que estão levando as crianças a se tornarem mais agitadas, hoje em dia você tem provas cientificas de que o corante mais usado nos refrigerantes e nas bebidas em geral chamado benzoato de sódio, eles causam a hiperatividade.
- Hoje em dia, vemos a criança tomando refrigerante como se fosse água ne...e ainda achamos que os refrigerantes lights pode ir inclusive na mamadeira.
- A doutora Nívea que esta com a gente aqui também... ela é também psicopedagoga. É claro que ai, tem também a responsabilidade dos pais perceberem.
- Agora também é difícil quando você leva, quando você percebe algo na criança e não sabe nem por onde começar...
- (Nívea) – Eu vejo muitos pais angustiados e ai, nos montamos uma associação, a associação nacional da dificuldade do ensino e da aprendizagem que serve também para os pais. O site é www.andea.org.br e que nos dispomos a responder duvidas.
- Geralmente os pais que chegam ate nos, passam por uma romaria e muitas vezes a inadequação da criança gera diferentes diagnósticos, dependendo de onde ela vai.
- (repórter) – Os pais são vitimas também?
- (nívea) – Os pais são vitimas.
- (Dr. Daniel) – concordo integralmente com ela. Pra você fazer algum diagnostico dessa complexidade precisa-se de uma abordagem de múltiplos profissionais e deve ser multidisciplinar.
- Um dia desses chegou uma criança de dez anos, que estava em recuperação em duas matérias e que tinha sido reprovado. A escola mandou um laudo de um neuropsicologo (não sei de La onde, não estou aqui para citar nomes mas...)
- E... e uma criança que chegou aqui, sentou no colo da mãe, com o pai do lado, com um livro debaixo do braço, uma criança não apresentava nenhum sinal, nenhum comportamento violento, ela dormia na casa de amigos, os amigos dormiam na sua casa, ela se comporta bem na escola, mas esta com dificuldade em duas matérias, presta atenção, conversou direto com a gente, não apresentou nenhum sintoma de hiperatividade. Os pais não referiam qualquer sintoma de hiperatividade ou qualquer que tipo de dificuldade de atenção ou concentração.
- Essa criança tinha um relatório de trinta paginas com vários questionariozinhos, e apontando distúrbio de agressividade, distúrbio de atenção/concentração e receitando a Ritalina no final.
- Bom, isso é chocante!
- (repórter) Mas doutor Daniel, o que pode causar numa criança, um medicamento mal aplicado? Esse medicamento que estamos falando, a Rita Lina, e que se usada de forma abusiva, em que o senhor estava relatando o caso dessa garota. O que pode trazer de consequências na vida dessa criança?
- (Dr. Daniel): Como qualquer outro remédio psiquiátrico, existem vários efeitos colaterais ne. Ela (Ritalina) pode tirar o apetite, pode mexer no sono, perde-se o movimento normal... pense no cérebro de uma criança. O cérebro de uma criança, esta sempre em desenvolvimento e se você favorece certos processos bioquímicos, ativando processos bioquímicos por meio de uma substancia e processos bioquímicos desnecessários e certos processos psíquicos (que estão todos interligados). Vão ser prejudicados.
- É o foco excessivo na criança, da necessidade da criança processar varias situações ao mesmo tempo, e você (ao mesmo tempo também) estar interferindo em processos de desenvolvimento e fisiológicos da criança, e isso acabara levando ao uso de outras medicações.
- Um outro caso, ouvi de uma mãe de criança que já estava no quarto remédio psiquiátrico e que começou a ter alterações no sono.... e depois outras alterações de comportamento, e ai isso se torna uma bola de neve e alem disso, poda da criança, aquilo que pode solucionar o problema.
- Se você, digamos assim “tampa” um probleminha que esta por trás da hiperatividade, talvez pela ausência dos pais, pelo excesso de tecnologia, a falta da natureza, a falta de convívio familiar etc., etc. Você não oferecer a oportunidade para a criança de uma vida melhor...
- E ai, essa criança na vida dela, vai ficar com os mesmo fatores (que esta levando ela a ser hiperativa) e você vai cair em outra situação mas não livre do remédio.
- Novamente, não estou dizendo... e acho que a (nívea) colocou de forma muito pertinente que existem crianças com alguma alteração especifica grave e que precisa de medicação, porem essa é uma minoria absoluta.
- A doutora nívea que falar aqui também. Doutora nívea, você acompanha um pouco de como encontrar alguma saída para isso. A gente já esta terminando nosso papo aqui, e agente tem que deixar um recado bacana para os pais que buscam algumas saídas pra isso e como tratar.
- (Nívea): As crianças hoje são muito traquinas e as vezes, não e nada mais nada menos que uma criança que mais inteligente do que as outras na media. Uma criança fora da curva, na classe...
- (repórter) Tem que deixar ela brincar ao ar livre.
- Tem que se identificar na criança, dar mais atenção pra ela. Para tratar o TDAH não basta o remédio, tem que usar estratégias adequadas.
- (Nívea) Tenho casos de crianças que estão ótimas e que de fato tinham o TDAH. Existe também a necessidade do trabalho da escola e eis ai um grande problema, a questão da inclusão esta imposta de uma forma muito generalista e os professores não estão capacitados e ficam perdidos.
- E o que nos estamos fazendo esse ano? Um congresso de capacitação de professores, que vai ser em agosto – na universidade presbiteriana Mackenzie e um dos grandes fóruns são a questão da TDHA.
- Por que o professor fica muito angustiado com uma criança e que deixa os pais também muito angustiados.
- (repórter) Eu queria deixar dois caminhos. Acho que doutora nívea já trabalha há muito tempo com essa historia de inclusão e também no caso do doutor Daniel, que trabalha com a perspectiva da pediatria integral. E a gente acaba escutando esse bate papo de hoje, o que suscita muitas angustias para os pais que buscam um caminho. Então queria que a doutora e o doutor Daniel pudessem dar dois caminhos para os pais. Para que os pais possam continuar...
- (nívea) Busquem orientação para tomar a decisão certa. Por exemplo no site da www.andea.org e que La, a gente da uma boa orientação.
- Por que se viver alguma indicação de medicação, por que a medicação salva a criança.
- (repórter) Mas a maioria das indicações que chegam para os pais são erradas, como os pais podem saber quais indicações são certas e quais são as incorretas? Por que essa é a angustia dos pais dado o numero no aumento de 75% da venda desses medicamentos...
- Busque o nosso site por exemplo e um terapeuta que saiba avaliar essa criança?
- (repórter) – Essa é a grande dificuldade não é doutor Daniel?
- Busquem o nosso site e outros, mas já existe uma associação especializada no TDHA, alias a sede da associação brasileira e no Rio de Janeiro e eles podem orientar tão bem quanto a andea.org. Por que assim, existem n contraindicações – eu concordo com o Doutor Daniel.
- (repórter) – Daniel, dois caminhos (rapidinho), agente tem um minutinho...
- Que é como a Doutora Nívea falou...é, quando você tem um diagnostico, fique calma, procure uma segunda opinião, buscar mudar um pouco o olhar sobre a criança. Buscar outras opiniões do ponto de vista psicológico ou terapia familiar em termos inclusive de questionar a escola na sua proposição, com aquela criança que é medicada e que a medicação nunca pode ser uma solução fácil, buscar uma situação multiprofissional e multidisciplinar. Buscar também oferecer para essa criança uma vida de melhor qualidade.
- Hoje, foi como a gente conversou...as crianças estão cerradas em casa, tendo uma alimentação extremamente toxica, sem contato com a natureza, sem a possibilidade de brincar fora de casa. Com uma agenda extremamente pesada (aula de inglês, corte, costura, culinária juntamente com pouca atividade física), então seria dar um pouco mais de atividade física, de atividades livres, seria fundamental para que elas (crianças) escapem um pouco das garras do medicamento inadequado.
- (nívea) Eu queria somente acrescentar uma coisa...pedir a orientação de alguém para a escola por uma das fontes de muita ansiedade na família é a escola. Não somente a escolha da escola, mas como a escola deve lidar com aquele aluno. Muitas vezes a escola precisa disso...
- (repórter) Bom, muito bom isso que nívea falou – de estimular o nosso pensar sobre a escola. Muito obrigado aqui, pela presença da doutora Nívea Fabrizio que esta aqui conosco e também ao doutor Daniel Becker pediatra e especialista em pediatria integral que é um conceito muito interessante para os pais não somente sobre hiperatividade, mas como tratar seu filho pela pediatria integral. Doutor Daniel Becker, muito obrigado.
- (Dr. Daniel) Foi um prazer conversar com vocês (do programa Caminhos alternativos) e com a Nívea.
- Nos estamos na CBN e voltamos na sequencia.
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sexta-feira, 8 de março de 2013
Mídia, medicalizacão e Cidadania - Relações com uma educacao voltada para o futuro.
Postado por Ciência da Educação às 06:06
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