sábado, 12 de julho de 2014

Planejamento de aula (literatura) no atendimento do PCN-Arte

PLANO DE AULA – ( LITERATURA) – 23/04/2014

Identificação (público alvo):

Turma: 4 ano da educação básica 9-11 anos de idade;

Tema: Literatura: Seus gêneros literários e possibilidades pedagógicas. (cordel, poesia, textos utilitário-institucionais).

Trabalhando os passos iniciais sobre os gêneros literários infantis para o estímulo inicial mundo das letras. Duração: 120 minutos subdivididos em três blocos de 40 minutos para (Introdução, Realização das atividades propostas e para considerações finais da turma).

Intencionalidade:

Atender os objetivos do PCN de arte para o EF, mapeando inicialmente o universo vocabular e gráfico dos educandos, por meio de atividades que envolvam os diversos gêneros de textos exemplificados em sala de aula.

Estimular a imaginação e a criação de suas próprias histórias, contos e livros e também divulgá-los na íntegra. Para a escola e comunidade. Iniciar a composição do arquivo de memórias e produções literárias da escola e comunidade com seus saberes e falares diversos.

Estabelecer uma meta estratégia dentro do PPP escolar para se trabalhar em pelo menos 1/3 da carga horária letiva anual com atividades de leitura, escrita, interpretação de textos diversos para o resgate do patrimônio cultural e da memória do povo e das matrizes culturais brasileiras.

Concretizar regionalmente a meta do Estado (através do Ministério da Cultura)[1] de passar de 1,2 livros lidos por brasileiro FORA do seu ambiente formal/escolar para 5 livros/ano por brasileiro.

Objetivo Geral de Aprendizagem :

Proporcionar aos educandos uma noção preliminar de reconhecimento das formas padrões da gramática por meio de textos curtos, com sentenças curtas e visuais. Exemplo: As canções do Álbum – A arca de Noé de Vinícius de Morais como “A casa”, “ O pato pateta“,“A foca“,“As abelhas“. Se planejados com a devida expressão artística visual do professor e também com acompanhamento sonoro – entendemos que o aprendizado se torna mais rico. As atividades com isopogravura e cordéis são exemplos claros para o processo de letramento e ampliação do universo vocabular dos alunos.

Competência:

Promover a cultura do letramento por meio de cordéis. Promover a interação entre os educandos em um primeiro encontro com a realização de uma atividade agradável ao grupo, proporcionando assim um ambiente positivo para o desenvolvimento do processo de letramento tendo por vetor, a arte de se construir cordéis e ainda, publicá-los, sempre com parcos recursos.

Habilidades:

  • Fazer com que os educandos se apropriem das áreas das artes, se utilizando da percepção, da imaginação e da sensibilidade para
  • Estimular as relações de coletividade e situações do cotidiano por meio dos textos. Estimular o senso de responsabilidade cívica ao tomar contanto com bens culturais do Brasil;
  • Identificar as possíveis dificuldades dos alunos advindas das associações do trio: fonema/grafema.
  • Entender o patrimônio histórico/cultural/artístico do Brasil por meio dos diversos gêneros textuais da aulas.
  • Criar ferramentas e caminhos coletivos para transformar sua realidade, entendendo que a arte é fato histórico contextualizado para se entender as culturas e saberes diversos do Brasil.
  • Criar autonomia e liberdade cidadã para pegar o ônibus certo ou conferir o troco do comércio.
  • Melhorar a comunicação e as relações interpessoais.
  • Criar a cultura diária da leitura.
  • Aprender a aprender a ler cada mais, melhor e de forma autônoma para sua própria emancipação.
  • Aprender a aprender estar sempre em contato com a cultura da leitura e ser agente multiplicador (aluno ensina aluno as vezes melhor que nós professores).

Procedimentos metodológicos:

  • Orientar os alunos quanto à dinâmica a ser realizada;
  • Disponibilizar o material a ser utilizado em na aula;
  • No momento do acolhimento (instante em que a criança entra em sala de aula), procurar alocar os alunos em círculo para iniciar um primeiro contato entre o grupo. É importante o professor demonstrar tranqüilidade diante da classe para promover a interação entre os alunos;
  • Leitura/criação de cordéis diversos. Como por exemplo:

(O professor) -“Bom dia turma! Nessa nosso primeiro encontro, a gente vai fazer uma atividade bem divertida. Quem aqui na sala tem muita vontade de se aventurar no mundo da leitura?”

(os alunos) – Alguém responderá positivamente, e esse é o gancho para começar a falar brevemente sobre as belezas (deve criar o professor uma estética pedagógica própria da infância para o correto estímulo à leitura e do aproveitamento dos projetos de leitura – Cantinho da Leitura, Livro do Mês, Preservação do Livro Didático para o aluno mais novo.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES – FAE (1º/2014) – Grupo literatura

Bloco I – Introdução aos Gêneros Literários (Duração 40 minutos)

Introdução

Atividade 1

Descrição da Atividade

1

Ao DOCENTE (Conceituação de Alfabetização e Letramento Parte I): Nos últimos anos, nesses países, a discussão sobre problemas da aprendizagem inicial da escrita; o que se quer aqui destacar é que os dois problemas – o domínio precário de competências de leitura e de escrita necessárias para a participação em práticas sociais letradas e as dificuldades no processo de aprendizagem do sistema de escrita, ou da tecnologia da escrita – são tratados de forma independente, o que revela o reconhecimento de suas especificidades e uma relação de não causalidade entre eles.(SOARES, Magda 2008 citando também FERREIRO 2000).

Aos alunos (Introdução ao tema): Olá turma. Tudo bem com vocês? Hoje vamos produzir nosso próprio conto, nossa própria história. Mas com um tempero de Brasil. Sim, vamos produzir cordéis para conhecer melhor o nosso país e o nosso povo. Mas professor(a), cordéééééis? Eu não sei o que são cordéis nem como escrevê-los. Turma, cordéis são histórias rimadas ....

2

Explorando a Riqueza do exemplo (VARAL DE CÓRDEIS): Incentivar os alunos a tocarem as produções do varal, a imaginarem por meio das isopogravura o conteúdo do cordel antes de ler, pensarem e lerem os cordéis também como leitura da vida, leitura prévia do mundo. A leitura do mundo precede a leitura escrita. (FREIRE, 1921).

3

Ao DOCENTE (Conceituação de Alfabetização e Letramento – Parte II): No Brasil, o debate ainda existe entre os métodos sintéticos (fônico, silabação) e os métodos analíticos (palavra, sentença, texto), mas vem sendo também discutido em termos de um “construtivismo” aos moldes de whole language que terá por indicadores de efetivo letramento os domínios das relações (fônica-gráfica), leitura oral e silenciosa, compreensão do texto e demais processos de inferências, dedução e indução advindas da norma culta (gramatical) e de suas naturais variações faladas e que também podem ser exploradas no processo de ensino e aprendizado. (IDEM SOARES 2008).

 

Aos alunos (Desenvolvendo o tema): Muito legal esse cordel não turma? Vamos produzir agora os nossos cordéis sobre a nossa realidade. (Se alunos analfabetos ou semianalfabetos – LETRAR alfabetizando justamente com o cordel). Afinal todo aluno já possui uma leitura (aspas) prévia do mundo.

Bloco II – Atividades de Leitura e Escrita (Duração 40 minutos)

Atividades

Atividade 2

Descrição da Atividade

1

Trabalhando com Cordéis (Introdução ao tema):

* O que é um cordel?

* Por que tem esse nome?

* Como se estrutura um cordel?

* Quais são os temas mais utilizados nos cordéis?

* Onde e quando começou a arte do cordel?

* Qual a técnica mais utilizada para ilustrar o cordel?

* O que é a xilogravura?

* Quais os principais artistas brasileiros que utilizam a técnica da xilogravura?

* Por que as pessoas começaram a utilizar esta técnica, ou seja, em que contexto cultural e social começou a ser produzido.

2

Trabalhando com Cordéis (Do tema à ação/produção):

Os alunos, com auxílio dos professores, irão produzir um folheto (em quadra simples) de cordel, ilustrar a capa através da técnica de isopogravura.

Nota Metodológica: Uma alternativa é improvisar com materiais mais simples. Por exemplo: usando bandejas de isopor (essas de alimentos, que geralmente as pessoas jogam fora - é uma boa já entrar com o assunto do lixo no meio ambiente), corte as abas, deixando só o fundo, para ficar mais fácil e não quebrar. Com o lápis, as crianças desenham, formando os sulcos. Depois, com um rolinho e tinta guache, passar sobre o desenho e em seguida, imprimi-lo em um papel. Não é exatamente xilogravura, mas pelo menos você exemplifica a técnica.

Para realizar seu trabalho o aluno deverá ilustrar através da xilogravura o trecho que escolheu de um cordel.

3

Trabalhando com Cordéis (Da criação à arte em exposição):

Ao final do trabalho os alunos irão organizar uma exposição em varais para apreciação da turma.

Bloco III – Considerações Finais e Avaliação (Duração 40 minutos)

Conclusão/Avaliação

Atividade 3

Descrição da Atividade

1

Conclusões em aberto.[2]

2

Avaliação /Autoavaliação docente e do plano de aula em aberto.

3

Avaliação/Autoavaliação discente em aberto.

Recursos Didáticos:

Papel A4, lápis, canetas diversa cores, tesoura, revistas, jornais, imagens, livros, tradição e bens culturais orais dos alunos, materiais reciclados. Materiais para a isopogravura descritas na atividade 1, momento 2.

Avaliação da aprendizagem :

A avaliação será por intermédio de uma análise sobre as atividades de leitura e escrita propostas. Como esta é a primeira aula, essa análise servirá apenas como um parâmetro para saber de onde o professor terá de começar o processo de alfabetização/letramento. Porém, que expresso que esse não será o único critério a ser considerado, mas servirá para uma leitura mais concreta da realidade da sala de aula, que sempre será um sistema “aberto, caótico e indeterminado”. (ver Doutora Maria Acácia Kuenzer 2006). Nossa perspectiva principal será avaliação para o aprendizado.

Ainda, se atentar estimado professor para não superdimensionar o erro (escrito) daqueles que estão em processo de letramento. Isso se dá, por que existem variações linguísticas (sem o trema) do falar e do escrever. No Brasil isso de fato acontece dada as variações regionais com mais ou menos prestígio na cultura local. Bem comum aluno escrever táuba (tábua), pigilógico (psicológico), vrido ou vridu (vidro), zaluzejo (azulejo), pobrema (problema), s”a”meia (com a) variação de semeia, dentre outras. Para o processo de ensino-aprendizagem isso NÃO é um erro, são variações da complexidade da linguagem falada, que as vezes se expressa na língua escrita. A literatura de G. Rosa em “Grande sertão veredas” mostra bem as variações linguísticas do Brasil em seus regionalismos com maior ou menor prestígio na sociedade.

 

Referências Bibliográficas

 

BORTONI-RICARDO, Stella Maris – Educação em Língua Materna: A sociolinguística na sala de aula – Stella Maris Bortoni-Ricardo – SP: Parábola Editorial, 2004. Linguagem. 1. Língua Portuguesa (Ensino Fundamental) - Estudo e ensino em sociolinguística.

 

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros curriculares nacionais : arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.130p. 1. Parâmetros curriculares nacionais. 2. Arte : Ensino de primeira à quarta série. I.

__________Ministério da Cultura – Plano Nacional da Cultura (2012). Ver também Decreto n. 3000/1999 e legislação cultural no Brasil. Dos programas, Projetos e Metas do PNC (2012). Fonte: http://www.cultura.gov.br/documents/10883/13075/METAS_PNC_final.pdf/682b8507-e451-4a44-8a4e-f9c30587e6e7

FERREIRO, Emília – Reflexões sobre a Alfabetização (1985);

FREIRE, Paulo – Da importância do ato de ler (1921) Cortez Editora;

KUENZER, Maria Acácia Zeneida (2006) – Acerca da natureza do sistema escola e da natureza da sala de aula com sendo, fenômenos educacionais abertos, caóticos e indeterminados. Conceitualmente não tem nenhum significado com subverter a importância do planejamento pedagógico, situação essa última obrigação legal dos educadores, conforme a LDB (1996) e legislação correlata, principalmente se escola pública.

SMOLKA, Ana Luiza Bustamante – A criança na Fase Inicial da Escrita p.112;

SOARES, Magda ( 2008) – Da conceituação de Alfabetização e Letramento, citando também FERREIRO (2005).

VYGOTSKY, Lev Semionovitch – A formação social da Mente. SP, Martins Fontes, 1999;

__________Psicologia da Arte”. SP, Martins Fontes, 2001

__________“Pensamento e linguagem.” SP, Martins Fontes, 1987

__________”Psicologia Pedagógica.” Porto Alegre, ARTMED, 2003

__________ “Los problemas fundamentales de la Defectologia” – Obras Escolhidas (1990);



[1] BRASIL, Ministério da Cultura – Plano Nacional da Cultura (2012). Ver também Decreto n. 3000/1999 e legislação cultural no Brasil. Dos programas, Projetos e Metas do PNC (2012). Fonte: http://www.cultura.gov.br/documents/10883/13075/METAS_PNC_final.pdf/682b8507-e451-4a44-8a4e-f9c30587e6e7

[2] A doutora em Educação Maria Acácia Kuenzer (2006), defende que a natureza da sala de aula e das escolas são sistemas abertos, caóticos e indeterminados. Isso não significa que termos que abrir mão do planejamento escolar. Essa última variável é lei e deve respeitar inclusive a LDB (1996), e legislações correlatas. No caso da literatura, é item obrigatório do PCN da EB nos eixos de Português e em todos os outros eixos com História, Geografia, Ciências Naturais etc. Para o planejamento de aula, deixar em aberto significa partir do pressuposto que a avaliação é processual e também é uma AUTOavaliação. Ainda, isso não quer dizer também que o professor não deve ter ferramentas para traduzir a avaliação na EB numa dimensão quantitativa (numa nota de 0-10) por exemplo.

0 comentários:

©2007 '' Por Elke di Barros