Universidade de Brasília - UnB
Faculdade
de Educação - FE
Disciplina: Introdução à política científica e
tecnológica
Discente:
Traquinagens* Julho de 2014
1.Título
O
livro azul da C&T&I para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Política de estado para emancipação científica, ou política privada para
mantimento da ordem elitista na ciência? Repetição discursiva ou metas
plausíveis para emancipação científica do Brasil?
2.Resumo
Tem
por objetivo principal avaliar criticamente os principais elementos e o
objetivo estratégico do livro azul do MCT (2010) na busca de evidências de uma
política científica de estado para a emancipação da nação brasileira.
3.Síntese
do conteúdo
Segundo
a comissão executiva do livro azul do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação bem como seu conselho consultivo, o livro azul da C, T&I (2010),
está assim disposto:
O
Livro Azul inicia-se com o capitulo “Inovação e Sustentabilidade: Imperativos
para o Desenvolvimento Brasileiro”, que desenvolve os dois grandes princípios
norteadores da 4a Conferencia, apresentando o cenário que abriga as diversas
propostas do documento. Segue-se o capitulo sobre “As novas oportunidades para
o Brasil e o estagio atual da C,T&I”, que reúne um conjunto de considerações
e propostas sobre o incentivo a inovação nas empresas, o desenvolvimento de
tecnologias estratégicas, a sustentação do avanço da ciência brasileira, a consolidação
do Sistema Nacional de C,T&I e os marcos regulatórios. O capitulo final,
“Os grandes desafios e a agenda do futuro para C,T&I”, concentra-se na
perspectiva de realização do grande potencial da Amazônia, em especial mas também
de outras regiões e biomas do Pais, incluindo a extensão atlântica que se
projeta para além do litoral e das ilhas oceânicas. Aborda também o papel da ciência,
da tecnologia e da inovação no desenvolvimento social, tema que constituiu um
dos quatro grandes eixos da 4a Conferência. Encerra-se esse capitulo com recomendações
relativas a necessidade de uma revolução na educação em todos os níveis, ponto
considerado por todos os setores da sociedade fundamental para o sucesso do
projeto de desenvolvimento sustentável. (p.23)
No
primeiro capítulo uma das ideias norteadoras é que a política anterior, criou
as condições para a execução de uma política mais democrática e ampla para a
C&T&I possa se utilizar da inovação como motor principal do
desenvolvimento sustentável para o Brasil da atualidade.
No
segundo capítulo, uma das ideias principais seria, como identificar
pontualmente os fatores indutores da inovação como “cérebros brasileiros, ou
seja, recursos humanos – ver projeto brain
gain (p.58)” assim como tratar a inovação como estratégia, dar maior
protagonismo à iniciativa privada, ampliar e diversificar os investimentos,
estimular espaços como parques tecnológicos e industriais, incubadoras,
pré-incubadoras, empreendedorismo, internacionalização das empresas, foco nas
regiões menos desenvolvidas, revisão e expansão da Lei da Inovação.
No
terceiro capítulo, o mote seria garantir a inclusão social, com maior produção
de energia bem como a diminuição da emissão de CO2. As principais áreas de investimento
em termos estratégicos seriam: a) Agricultura, b) Bioenergia, c)TIC’s, d)Saúde,
e)Petróleo, gás do pré-sal, f) Tecnologia Nuclear, f) Espaço e defesa, g)
Tecnologias portadoras de futuro e outras energias.
No
quarto capítulo, o livro azul identifica o momento histórico para ciência
brasileira como a 13ª potência mundial sob o indicador – artigos publicados e
sob uma nova configuração da conjuntura mundial, hoje multipolar e o Brasil,
inserido na dinâmica dos BRICS. Com o crescimento das pesquisas das FAP’s nos
estados muito conhecimento é difundido de forma descentralizada. Dentre
quatorze recomendações destacamos a fixação de doutores e cientistas no
território nacional, bem como o desenvolvimento da autonomia institucional do
setor voltado para ciência, tecnologia, inovação e educação – para o
desenvolvimento sustentável do Brasil.
No
quinto capítulo, toda uma sistematização da dimensão institucional em termos de
gestão interministerial no estabelecimento de uma política científica de estado (p. 68).
No
sexto capítulo, o livro azul traz uma análise sobre a agenda, pauta para o
setor de C&T&I, identificando uma série de temáticas sensíveis para o
futuro como os biomas brasileiros e oceanos (Amazônia azul) com suas
peculiaridades e interdependência, assim como uma maior sinergia entre:
Instituição-Recursos Humanos-Projetos para a política científica brasileira.
No
sétimo e último capítulo, o livro azul do MCT (2010) se fixa numa ética e coloca todo o livro – a Educação
no sentido de uma revolução: a) No financiamento cuja meta seria 10% do PIB
para a pasta do MEC, b) Valorização do professor da EB, c) Ensino integral, d)
Formação básica em ciências para os professores da EB (p.98), e)
Estimulação para formação continuada e aumento do número de mestres e doutores
em todo o Brasil.
4.Avaliação
Crítica
Identificamos
inúmeras evidências documentais de que o Livro Azul da C, T&I do MCT (2010)
possui elementos estratégicos dentro da política da pasta para pensar Ciência
como uma política de estado, bem como todo esse know how (humano e institucional) está voltado para o
desenvolvimento sustentável do Brasil, de forma a trazer maior equidade para as
diferentes regiões do Brasil em termos socioeconômicos e estruturais, bem como
para o acesso ao povo ao conhecimento por meio da educação, vista no último
capítulo.
Nossa
crítica é de ordem delimitada e bastante superficial. Isso se dá por que a
própria resenha tem esse caráter mais simples em termos epistemológicos quando
se comparado às exigências de artigos científicos de boa qualidade, com suas
devidas estruturas e ancoragens teóricas citadas.
Em
termos gerais, possuímos uma parca visão sobre nossa política científica atual,
bem como não possuímos envergadura epistemológica para se descrever uma maior
análise com proposições agudas. O que nossa pouca experiência acadêmica advinda
do curso de Administração em Política, Ciência e Tecnologia pelo IESB-DF (2006)
e pelo curso da Pedagogia pela Universidade de Brasília (2014), que de forma
acertada – o estado brasileiro dá vazão e avança aos esquecidos livros Verde e
Branco do MCT dentro dos oito anos do governo FHC com todo um sistema de ensino
sucateado e esquecido, bem como pálida posição das grandes nações que fomenta
C, T&I e também P&D, para em duas décadas se tornar a décima terceira
nação científica e com uma vultosa e significativa produção acadêmica – e essa síntese entendemos que se encontra
também no corpo do livro AZUL (2010) do Ministério da Ciência e da Tecnologia –
MCT (2010).
Assim
com nos veio em termos conjunturais, bons ventos econômicos entre os anos de
2003-até o momento, mesmo tendo pelo percurso um forte marco histórico para o
capitalismo, pela crise de 2008 onde grandes bancos pediram falência e foram
socorridos pelos EDD, principalmente pelos EUA e Zona do Euro.
Essa
conjuntura foi paradoxal para a ciência brasileira em nossa humilde opinião
pois, por um lado tornou o acesso aos financiamentos mais caros e escassos,
porem o próprio governo, com o Decreto do 6.096 de 2007, que previa a
instituição do REUNI e que foi seguido por todas as UF’s do Brasil, na época
cinquenta e Quatro universidades federais.
Entendemos
que suas diretrizes bem como eixos cujo pano de fundo é o desenvolvimento
sustentável do Brasil por meio de uma educação e uma cultura científica –
trouxe e ainda está trazendo grandes transformações nesse sentido. A difusão do
ENEM/SISU e políticas do PROUNI – traz o jovem brasileiro para mais perto do
ambiente universitário/acadêmico e eleva nossa capacidade de produzir os louros
da ciência na áreas escolhidas.
A
preocupação com os biomas e com o grande bioma “Amazônia Azul” ou seja, nossas águas
litorâneas, a produção diversificada de energia e uma atenção especial sobre as
tecnologias e conhecimentos portadores de futuro – em especial “células
tronco”, estudos dentro da neurociência, biorobótica ou nanotecnologia e suas
aplicações fantásticas, beirando o surreal ou ficção.
Torna-se para
nós, uma grata surpresa dado o grande destaque que a educação básica como
diretriz inclusiva para a difusão já nos anos iniciais de formação escolar,
pensamentos, conceitos, digamos a forma ou as formas de ver da ciência digamos
acadêmica, onde mais estreitamente em minha área de atuação que seria a
Administração e a Educação Básica – porem com alguns difíceis desafios para a
obtenção de tais situações sociais no aumento do entendimento básico de como
pensa a ciência. Citemos três:
1. Existe um hiato em
gestão de projetos científicos e educacionais sobre o que é planejado e sob
diversas RESTRIÇÕES (termo em estrito sentido do PMBOOK, um dos livros
basilares da gestão de projetos) para suas respectivas implementações.
Apontamos como literatura possível e pertinente em termos agora políticos,
Leonardo SECCHI (2010) para um entendimento mais agudo sobre tipologias de
políticas e leis que geram as possibilidades de implementação física, não a boa
retórica (ironia) de boas intenções de professores sonhadores/idealistas. Isso
não significa olhar as ciências portadores de futuro, enquanto realidade de
hoje, enfim enquanto os louros da ciência;
2. O acesso a esses
louros ainda estão extremamente elitizados quando falamos por exemplos de
produtos que vão para além da obsolescência programada como produtos de
nanotecnologia. Porem temos que admitir enquanto
pesquisador da área de gestão de projetos em C&T&I e também voltados
para o campo educacional não somente os indicadores do documento das nossas
Referências Bibliográficas mas nos históricos de avanço na Educação Básica (EB)
em termos de proficiência em ciência enquanto eixo OBRIGATÓRIO da legislação
pedagógica e afins do MEC e órgãos subordinados;
3. Enquanto paradoxo
social, talvez em strictum sentido sociológico
e político – como no caso de uma estranha maldição (aspas) com nações que
possuem petróleo mas por razões históricas geopolíticas
de guerras de estado e guerras civis, também vemos a devastação da cultura e inclusive
da cultura científica desses povos. O interesse em acabar com centros que
irradiam cultura mundial como toda a riquíssima região do Nilo (Egito/Etiópia),
bem como a região do Níger (Nigéria),
Iraque, Irã com centenas de sítios arqueológicos, toda a vasta região da
Indochina que para nós ainda é uma incógnita, além de nossa ignorância e falta
de insensibilidade para com toda a América (enquanto continente),
principalmente a América Latina e esse espaço em interação com os oceanos
Pacíficos e Atlântico, cuja nossas águas costeiras tem
importância e riqueza fundamentais. Todo esse contexto para além de saber lidar
com uma profunda contra política republicana, o fomento de uma cultura de
pilhagens, inclusive da cultura científica dos povos que almejam emancipação e
autonomia nesse aspecto. Em termos gerais, os desafios nesse
aspectos seria, implementar de forma mais horizontal possível projetos
visando C&T&I bem como P&D por que tem, a República brasileira, o
Estado brasileiro – o pré-sal que hoje gera 500 mil barris/dia de petróleo
leve, alto valor comercial. Transformar essa riqueza em substrato sociológico
para novamente colocar brasileiros enquanto renda média e
mais sabedor de ciência. Onde por exemplo iniciativas como a SBPC ou
como a Semana da Ciência e Tecnologia do MCT política implementada
desde 2007 e ainda uma cultura de ciência na escola já no ensino fundamental e
o que produz nossas universidades públicas.
Diante de um novo mundo multipolar e de um Brasil com
ainda uma nova democracia, entendemos que o livro AZUL (2010) do MCT é um bom
início em termos de diretrizes e clareamento da nossa atual política de
Ciência, Tecnologia e Inovação – focando inúmeros ramos promissores e que futuramente,
será nosso presente – entendo que nosso principais
desafios estão na capacitação de jovens cientistas e na implementação dessas
diretrizes em projeto viáveis e atuais, pertinentes à sociedade brasileira do
século XXI.
5.Referência Bibliográfica da Obra
BRASIL, Livro Azul da 4ª
Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento
Sustentável – Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia/Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos, 2010. 99p – ISBN: 98-78-85-60755-37-0
6.Referência
Bibliográfica do autor
Autor do traquinagens nasceu
em Brasília no dia 14/01/1979, em pleno regime militar de João Figueiredo –
atualmente reside na mesma cidade. Aos 13 anos entra para os movimentos sociais
e participa dos atos dos caras pintadas em 1992. Em 1999 esteve na marcha dos
100 mil. Em 2003, entra para o curso de Administração com ênfase em Política,
Ciência Tecnologia se tornando bacharel em 2006 pelo Instituto de Ensino
Superior de Brasília - IESB. Em 2008 entra para o curso de Pedagogia da
Universidade de Brasília se tornando licenciado em 2014. No ano de 2009,
participa do Fórum Social Mundial em Belém do Pará e publica sua tese pelo
CCN/UNB no mesmo ano. Em 2013 faz a gestão de projetos do Município de Afogados
da Ingazeira – PE via SICONV. Ativista, escritor de cordéis, cientista. Corredor
de rua há 12 anos onde se especializou nas provas de 10km
e 10 milhas. Atualmente se encontra em plena atividade acadêmica e social e tem
por objetivo profissional o mestrado stricto
senso em Educação e ser Gestor na administração publica com foco em
projetos na área de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação.
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