===(Da conceituação da Pedagogia)===
No artigo passado, vemos que a conceituação da Pedagogia, ou a tentativa de conceituação irá sofrer mudanças em sua natureza conforme concepções diversas. Não se trata de escalonar, de atribuir valores e conceitos como fim de análise. Não interessa nesse momento conceituar a pedagogia de x ou y sob uma concepção científica, técnica, protocientífica, utópica, ou de uma formulação de devir, de vir a ser.
A atual reflexão visa inclusive, analisar pelos fins pedagógicos – uma melhor abordagem do fenômeno pedagógico. Nesse momento não importa a classificação, a conceituação, a identificação ou a feitura de analogias visando identificar padrões de abordagem que apontem para uma “classificação” pré-determinada. Tal restrição se faz, pois o fenômeno pedagógico pode ser tudo, menos determinístico e fechado. É ao contrário dinâmico e aberto – forjado nas interações histórico-culturais.
Não visa a reflexão, atuar analisando ou mensurando conceitos, autores, fórmulas, aforismos, o senso comum de entendimento da Pedagogia ou estruturas pedagógicas socialmente adquiridas e que podem ou não influir nos fins da Pedagogia, mas admite o autor que o fenômeno pedagógico possui a necessidade de partir de filões de teorias que dá à Pedagogia ares de curso acadêmico e foco, dentro de um corpo epistemológico próprio, em literatura própria e específica.
Apesar da não universalidade quanto à sua natureza e quintessência; a Pedagogia segue a passos firmes como ciência acadêmica, ou como queiram classifica-la mediante a factual percepção de quê, o ambiente pedagógico e o educador (como agente ativo) possui a capacidade, possuem a virtude de qualificar um educando que por si só, não poderia ter a percepção de partes do conhecimento humano – possibilitando a esse educando formar sua visão de mundo, ponderar ou raciocinar mais finamente sob uma circunstância de um problema ou da própria vida e contexto social em que se insere.
Notem que também não existe nos filões teóricos da Pedagogia uma universalidade de concepção quanto ao real impacto do educador no processo de aprendizagem, mas negar sua influência nesse processo seria um disparate, um grotesco erro analítico na opinião do autor. O educador como agente ativo do processo pedagógico, com agente ativo da educação, atuando como formador de sujeitos torna-se também peça chave para o movimento pedagógico, identificado em Vygotsky como ZDR para uma ZDP.
Entende-se como movimento pedagógico a diferença de um estado x de aprendizagem, para um estado mais avançado, complexo e superior de aprendizagem da qual a variável educador torna-se variável de composição imprescindível para o processo pedagógico. Remete-se ao entendimento de um movimento pedagógico o conceito de zona de desenvolvimento real e proximal de Vygotsky e conceitos correlatos.
Enfim, sendo ciência, sendo uma utopia, técnica ou uma protociência à caminho de um dever ser, de um devir – para o atual estado teórico e prático que se encontra a Pedagogia torna-se irrelevante conceitua-LA para um fim (exceto para formação de seus conceitos internos). O que importa agora, não é responder se a Pedagogia é uma ciência, mas entender que a Pedagogia e seus fins se justificam, pois sabidamente possui na imagem do professor e sob uma dimensão também institucional, a capacidade de interferir positivamente na formação de sujeitos, coisa que não aconteceria sob uma pedagogia avulsa, (a)teórica,” anárquica, dogmática, fechada ou determinística.
Não cabe mais para a Pedagogia contemporânea concebê-la ou encará-la de forma casuística ou inatista. Os fins pedagógicos se justificam não pelo poder de seus conceitos mas pelos seus conceitos e sua práxis adquirida pela experiência histórica das interações obtidas na escola e na sociedade.
sábado, 31 de outubro de 2009
O Projeto Parcimônia ao PET/FE/UnB - Artigo 2
Postado por Ciência da Educação às 10:06
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