domingo, 8 de novembro de 2009

Educação Especial - Os Transtornos do Pensamento e Linguagem



Relatório Comentado 04: Transtornos do Pensamento e da Linguagem: Tratamento Educacional – (VILCHEZ, Luis Fernando)

Vejamos, sob a Declaração de Salamanca, o fundamento de uma educação inclusiva para posteriores críticas aos critérios e classificações do autor VÍLCHEZ e bibliografia correlata:

“O Principio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade à todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escola. (Declaração de Salamanca – ONU 1994)”

Face ao exposto vamos pensar um pouco sobre os critérios de classificação que coloca o autor VÍLCHES na conceituação e classificação a respeito dos transtornos do pensamento. Assim, admite a interdependência entre pensamento e linguagem para contextualização de suas considerações posteriores:

a) Solução clássica com base na literatura;
b) Simplificação e clareza;
c) Eixo pensamento-linguagem para sistematizar classificações;
d) Abertura para considerar outros transtornos;
e) Probabilidade de incidência no âmbito escolar e etapas do desenvolvimento psicológico
f) Dificuldades epistemológicas que impedem clara sistematização;
g) Outras.

Somando-se a esses critérios o autor também coloca notas de esclarecimento para a sistematização de sua classificação dos transtornos do pensamento:

a) Refere-se (os critérios) aos processos do pensar, não de capacidade mental;
b) Ligados a processos de formação de conceitos, abstração e solução de problemas;
c) Ligados a conduta cognitiva mas não só a ela;
d) Problemática normalidade/anormalidade dentro de um enfoque em “continuum” parece ser a mais correta;
e) Admite ser um sistema hipotético aberto que ainda precisa de mais estudos em etiologia e outros problemas relacionados à linguagem.
O autor seguirá dentro de uma classificação tradicional anotações sobre: Os transtornos na vivência do pensamento, de seu conteúdo como dúvidas injustificadas, obsessões, compulsões, fobias, traz também o conteúdo dos delírios, transtornos do pensamento com correlatos verbais onde são identificados fuga de idéias, perseverança, prolixidade, pensamento/linguagem incoerente e transtornos do curso ou do ritmo do pensamento.

O autor também fará para cada classificação uma explicação do que vem a ser as classificações dos transtornos que envolveram sempre o eixo pensamento-linguagem.

Na identificação de outros transtornos, o autor VÍLCHEZ irá propor algumas outras hipóteses que compõem esse complexo contexto para se verificar cientificamente a dinâmica “normal” do pensamento e da linguagem. A lógica seguirá também para a obtenção dos diagnósticos que visará o sujeito em sua problemática atual não meras comparações.
Trará também anotações sobre os momentos do diagnostico, instrumentos e recursos que irá da simples entrevista psicológica, anamnese, sua conduta observada e testes específicos como o de inteligência geral e verbal.
Com relação às estratégias a prevenção é clássica porem ainda pouco compreendidas em termos de relações claras entre os transtornos do eixo pensamento-linguagem e atuações pedagógicas.
Alguns modelos de intervenção psicopedagógicas são:
a) Educação compensatória;
b) Estratégicas cognitivas;
c) Modificação da conduta e demais estratégias.

No transtorno da Linguagem admite primeiramente que o ser humano é um ser comunicativo e que a comunicação é uma dimensão essencial da existência. Já se referindo aos transtornos da linguagem verbal teríamos:

1) Transtornos da fala: Disartria, Disfonia, Dislalia e a Disfemia;
2) Transtornos da linguagem oral: Afasia expressiva e receptiva do desenvolvimento;
3) Atrasos na linguagem;
4) Transtornos da linguagem lectoescritora que podem aparecer como uma dislexia, causa genéticas, disfunção em áreas de associação parietoccipital, desequilíbrio funcional dos hemisférios e até de origem cultural da escola.

Os diagnósticos vão do levantamento do histórico do educando, antecedentes familiares até a feitura de exercícios de discriminação de fonemas ou palavras parecidas.

De forma conclusa e evidenciando a dinâmica e complexidade dos fenômenos pedagógicos que também se seguem sob uma sistematização aberta e dialética, algumas classificações apresentadas pelo autor VÍLCHEZ podem, em alguns casos se apresentarem como determinismos ou enganos analíticos tanto com relação aos critérios adotados (mesmo admitindo que a fenomenologia tratada é aberta e hipotética) podem estancar o processo pedagógico adquirido principalmente na experiência diária dentro da escola e reivindicada sob inúmeras problemáticas pelos agentes da educação, e em maior relevância para a Educação Especial. Seja essa problemática de forma micro, da escola – ou sob uma dimensão macro, institucional/governamental.
Dessa forma, algumas classificações podem ser enganos do “classicismo” literário, ou dos clássicos que o autor se furtará para justificar seus argumentos, inclusive que se apresenta com critério adotado pelo autor. Não obstante, vemos que a bibliografia adotada por VILCHÉZ é por demasiadamente psiquiátrica ou psicométrica demais para dar uma palavra final no desenvolvimento e aprendizagem de nossos educandos especiais. Os caminhos diferentes (para o desenvolvimento e aprendizagem) apontados por Vygotsky podem ser a chave para se verificar o que os diagnósticos e literatura teem a dizer e a partir daí aplicar ou não em nossos educandos especiais ou não – conforme peculiaridades, especificidades restrições escolares que concretamente existem e impedem o processo pedagógico no desenvolvimento de potencialidades, sendo nossos educandos especiais ou não.

*Criação e Concepção - TraquinagensPedagógicas.

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©2007 '' Por Elke di Barros