ARTIGO: Menos borracha, mais hipóteses. O que seria uma filosofia do conhecimento?Tentativas de generalizações filosóficas em “postulados” em considerar variáveis como: natureza física, homem, cultura, sistemas éticos/morais, conhecimento espécie em sociedade positiva/jurídica ou política organizada.
Anotações filosóficas sobre a natureza da História Natural. A ciência natural em fluidez independente da superestrutura criada pela espécie humana. Das dinâmicas geofísicas (independentes) do planeta em detrimento aos enganosos discursos pseudocientíficos na vinculação dos fluxos naturais aos fluxos e criações culturalmente adquiridas e tidas no senso comum como “naturais”.Crítica sobre o fenômeno pedagógico contemporâneo e a sociedade científica brasileira – A feitura de políticas públicas educacionais sob o viés científico e histórico – Anotações sobre as Políticas Afirmativas de Cotas Étnicas. Acerca do “fim da histórica” como refutação à própria lógica neokeneysiana e neoliberal nas restrições estruturais às rubricas estatais para C&T e P&D. Anotações sobre a natureza do discurso científico. Crítica sobre a natureza cumulativa e pública da História da Educação e da História da Ciência. Privatismos educacionais ou possibilidades de organização de projetos emancipatórios e libertários freirianos. Da dimensão falaciosa das induções democráticas e questões sobre o poder nas democracias ocidentais. Das dimensões do fenômeno pedagógico contemporâneo.
Palavras Chaves: Filosofia do conhecimento, História natural, Políticas educacionais, Pedagogia, Ciência e Tecnologia.
Palavras Chaves secundárias: Processo heurístico, Políticas Afirmativas, Postulados pedagógicos, Erudocracia/erudocratas, dimensões pedagógicas.
“Um bom aluno é aquele que gasta borracha em seu aprendizado. Não falo de mero processo binário, tentativa/erro mas na eterna sede de conhecer sua realidade para melhor agir e ser. Menos borracha, mais hipóteses!”
Existe muita literatura sobre ciência natural. Esse esboço procura adicionar e relatar algumas diferenças entre o que é estrutura cultural e o que é fluxo natural. Nossos superficiais juízos de valores não possuem conexão direta (a priori) com fluxos físicos da natureza - falamos dos juízos de valores humanos a fatos naturais, a fenômenos naturais que não podem ser classificados como bons ou maus, porem esses são condicionantes da formação da cultura humana.Explicação em excelência pela física experimental.
A produção científica e a concepção de um plano de Brasil Científico capilarisado em novos parques tecnológicos, conectados com os já existentes e voltados para o desenvolvimento interno.
Esboço proargumentativo agora das Políticas Afirmativas de Cotas (doravante PA). Ações inclusivas concomitantes do governo federal – REUNI. Da irrefutabilidade do critério socio-historico na feitura da PA.O Atuar científico sob o parâmetro público e cumulativo. A ciência não trata de particularidades nem inclinações éticas/morais.
A educação dentro da lógica neokeneyseiana a partir da concretização de Bretton Woods. Elitização e centralização da produção do conhecimento científico sob uma lógica também jurídica/contratual – onde o juridicismo tenta justificar de que forma uma parte vai ganhar e outra irá perder. Não existe sobrevalorização de capital, sem aceitar a manutenção do aumento do torno da mais valia absoluta no universo do trabalho e em seguida ao universo educacional.
Carta à comunidade UnB. O atuar científico e a Política Afirmativa de Cotas, uma perspectiva científica natural e acerca da filosofia da ciência. O Sistema Educacional Brasileiro sobre criteriorização soberana.
Vivemos numa sociedade pós-moderna, uma sociedade tecnológica. O Brasil é um país que mais novos internautas se conectam a rede a cada dia. Temos mais de 140 milhões de celulares, indústrias, prestadoras de serviços, inúmeras mercadorias não faltam advindas de mercados fora ou até mesmo do interno. Mas, veremos a seguir que a configuração de nossos PI e PT (parques industriais e tecnológicos), e nossa capacidade de gerar C&T e P&D é nula em diversos ramos da economia mundial. Nossa atual configuração dos PI e PT não atende soberanamente nossa população. O centro Oeste por exemplo carece de uma identidade econômica – sua diversidade ainda é pouca e cara.
A produção acadêmica do Brasil é baixa, vide índices no sítio do INPI (propriedade industrial).Produção de papers, artigos, inovações, patentes é também irrisória; Enfim, sabem e divulgam pouco ciência e seu método no Brasil. As contra argumentações em termos de aumento do número de papers não significa indicador seguro de um crescimento em setores estratégicos da economia. Nem extensão de conhecimento aos pobres.
Filosofia da Ciência Natural
Por vezes a natureza age de forma completamente diferente de nossa estrutura de valores aprendidos, nossa moralidade. Não que a natureza seja imoral ou antiética. Ela age, conforme suas leis não sob a égide da espécie.
Os elementos que compõe a matéria seguem suas causas físicas não pela vontade do homem, mas por suas leis fundamentais. A natureza age conforme leis naturais, a natureza não tem motivo, nem ideologia, nem é ética ou antiética. Tais construções são genuinamente humanas e culturais, não naturais.
Proposta de postulado em filosofia da ciência natural: [[O encadeamento lógico de causa-efeito da dinâmica da natureza e suas leis são variáveis independentes do processo de causa-efeito da culturalização do homem e de seus comportamentos sociais, onde esse primeiro encadeamento não depende do segundo.]]
São processo que também por vezes acontecem ao mesmo tempo. Mas sempre o ambiente de forma indeterminável, segue seu fluxo independente e natural, independente da volição humana. A natureza não age pela volição humana, mas segue em transformações nunca em “perdas” ou “ganhos” de matéria (Lavoisier).
O fluxo pelo qual a natureza se equilibra, não depende de uma sistematização ética prévia do ser humano. A natureza, não é boa nem má, não é justa, nem injusta. Natureza e suas leis, não possuem religião ou doutrina religiosa. Não confessa e não dá prova de Deus, nem também por seus feitos demonstra ser contra ou a favor dessa ou daquela religião ou sistema religioso.
A natureza dá causa ao feito homem e não o homem dá causa ao feito natureza. O homem depende da natureza e a natureza não depende do homem em se tratando de sua dinâmica geofísica geral.
Todas essas características das manifestações do espírito humano em detrimento a natureza, são antropomorfizações da mesma e de estruturas mentais da cultura do próprio humano que a profere. A natureza segue imparcial.Não se pende e nem tem volição a qualquer composto cultural humano. A natureza segue seu fluxo imparcial à espécie humana.
Suas leis principais (físicas e químicas) não são definidas pelo gosto ou inclinação ética, religiosa ou ideológica. São fatos demonstrados a qualquer hora e lugar sob um método lógico e racional; que de alguma forma possa mensurar (medir) objetos passíveis de comprovação científica sob uma teoria posta como verdade.
Um exemplo: Lei da conservação de energia (hidrelétrica capta/armazena por energia mecânica, energia elétrica, repassa ao meu radio para escutar música, que por sua vez transforma energia elétrica em sonora e em calor. Pois na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma (Lavoisier)).
Políticas Afirmativas (Cotas)
Negros possuem a mesma capacidade cognitiva de Brancos – fato. Mas as cotas se justificam não por um argumento biológico (que também é fato – negros e brancos possuem a mesma capacidade cognitiva), mas pela nossa grave situação socioeconômica. O critério biológico não justifica por si só, a não validade inclusive jurídica da PA (Cotas).
Ainda não se pode afirmar que a PA (Cotas) irá nivelar por baixo a qualidade do ensino superior no Brasil. Esse achismo não se comprova na realidade. Qual o parâmetro para o nivelamento? O meritocrático?
Daremos então, em questão de genocídio histórico, uma grande medalha meritória à nossa antiga aristocracia branca, hoje materializada numa classe rica e em sua maioria também branca, pela escravidão, matança e isolamento social de 24 milhões de afrodescendentes por mais de quatrocentos anos e que sem o repasse dessa exploração, hoje tenta sustentar seu status quo adquirido pelo capital acumulado. A contradição atual se configura – negro produziram em sociedade por durante quatrocentos anos, mas nunca deteve aqui no Brasil terra e meios de produção próprios.(( produção social, propriedade privada)).
Retornando à PA (Cotas), não existe nenhuma demonstração estatística de que o ingresso de afro-descentendes?nivelaria? para baixo a UnB. Mesmo por que o ingresso de negro não impede ninguém a produzir e difundir ciência.
Educação LDB;
A educação básica, segundo a LDB, é um problema estrutural do Brasil. Não se fala em EB, pensando em somente creche – profissionais da educação – escola – criança. O grande problema está na estrutura básica pela qual esses atores não conseguem atuar de forma contínua. A educação passa inclusive por uma rede estruturada de urbanismo sérios, saúde, cultura e esportes.
Pré-conclusões – Política Afirmativas de (Cotas):
- Não se tem* qualquer argumento estatístico que valide o cancelamento do processo da PA (Cotas). Mesmo por que a política ainda não acabou e não se tem como ainda avaliar e obter dados estatísticos.
- Ora, não se tem parâmetro, ou quando se tem o parâmetro é falso e/ou incompleto e aí se dá falhas em qualquer amostra ou dado posterior, assim como um efeito dominó.
- O critério meritocrático, não resolve um problema estrutural sócio econômico e que não abraça todas as situações concretas da sociedade de hoje. No DF são aproximadamente 80% dos jovens até 24 anos estão desempregados.
A PA (Cotas) não foi concebida e planejada para ser a panacéia social da massa jovem pobre e negra que precisa estudar até a Universidade. Não sendo a panacéia, também não é o melhor dos mundos pois ainda não teve o prazo determinado ainda percorrido, as primeiras turmas se forma em dez/2008.
Não tendo parâmetro para mensurar eficiência da política não se pode afirmar nada estaticamente.
“Existe branco pobre” – O entendimento é: Tratamento desigual aos desiguais sob uma criteriorização histórica. E de forma progressista ainda existem as seguintes possibilidades para o ingresso nas universidades públicas e cefet’s:
- Pro-Uni;
- Ampliação de vagas pelo REUNI;
- Agenda dos CEFET’S para bolsas;
- Monitorias;
- Bibliotecas públicas e particulares;
- Jornais, revistas e internet;
- Solicitação de pós-graduados;
- Solicitação de aluno especial;
- Demais estruturas das UF’s e CEFET’s;
- Auxílio de instituições do tipo: Capes, Cnpq, Ibict, Finep, MCT, Iniciativa Privada, própria comunidade.
Assim, implodamos das argumentações científicas rasas o critério meritocrático para vestibulares, para graduandos em sua permanência. Em labores de natureza específica pode-se até abrir ressalvas, mas a produção de ciência e de transformações sociais de ser fomentada ao máximo possível à comunidade/sociedade.
A disparidade socioeconômica da comunidade negra, crioula, quilombola em relação à comunidade branca, torna-se a premissa histórica de prova, condição sine qua nom par a justificativa teórica da PA (Cotas).
Pede-se mais especificidade, mais método acurado para chegarmos na feitura de políticas sociais. Mas não aceitamos as cotas antes mesmo de terminar a política afirmativa? Alias onde está o erro metodológico da PA (Cotas)? Ou será que devemos conceber políticas sociais pela paixão superficial de fatos por vezes difusos? Ou pela religião? E o gigante plural Brasil O conhecemos e o reconhecemos de forma etnográfica? Não são verificáveis estatisticamente tais disparidades históricas quanto à etnia?
Pensemos ações inclusive em curto prazo para a EB, mas também pensemos e temos que manter a positividade da PA (Cotas) para atender essa imensa massa negra.
Pensemos em ações multidisciplinares que abordem a vida cotidiana da matriz afro brasileira, agora brasileira.Que possa atuar de forma etnográfica, sob diversos pontos de vista e possibilitar vistas de pontos diferentes do Brasil negro, não do Brasil negro da mídia paulistana, mas de um imenso Brasil baiano e negro de Serra Preta, Ribeira do Pombal, Capim Grosso, Queimado, Carbaína, Nuguaçu, Jacobina, Jeremoabo, Pedro Alexandre, Sandra Frígida, Uauá, Patamuté, Pinhões, Abreu, Junco, Umaniú, Apamirim, Delfino, Gameleira do Assuruá, Ibitunane, Ibipetum, Upuçaba, Canaíba, Miniaçu, Itanagé, Ibitirá, Caraibuna, Guaripá, Mozondó, Iguara, Carrapichel, Tiguaçu, Sambaíba, Acajutiba, Ibatuí, Calambes, Batuí, Ibiporã, Tapiraipé. De um Brasil imensamente negro de todo o Tocantíns e Goiás, das formações quilombolas nesses dois gigantescos estados e também em toda a extensão do estado de Minas Gerais, um estado também imensamente negro e caboclo que se expressa em centenas de municípios pobres. E o que dizer do interior do Rio ao Brasil negro? Existem registro de aporte de mais de trezentos mil negros angolanos e de demais etnias africanas no século XVI e que deu origem a parte da negritude do povo brasileiro.
Pensemos agentes da educação na formulação de disciplinas para não acoitar a inteligência alheia com mentiras bem contadas que sob um manto de “historicidade” dar-se-á crédito ao falar erudito. Ao falar erudito que se apresenta como revisionismo.
Não adianta passar no vestibular e não se alimentar corretamente. Não ter acesso ao transporte público, elevando evasão geral nas UF’s elevando o custo geral da rubrica das mesmas que bate doze mil reais/aluno ano. A União se mensurar os prejuízos da evasão, trataria imediatamente de suprir transporte gratuito para universitári@s/estudantes em geral e boa alimentação também gratuita ou barata para universitári@s e que ainda sim, traria folga aos seus próprios cofres. Uma irracionalidade também advinda da falta de compromisso dos educandos em Pedagogia de todo o Brasil na formulação de seu curso, grade, perspectivas acadêmicas, possibilidade de fazer pesquisa, criar projetos relevantes, atuar no social sem demagogia acadêmica que estaria somente preocupada com um pragmatismo destituído de uma práxis que aponte para o indizível de Lispector – Liberdade é pouco, o que eu quero não tem nome. Aqui não é uma questão de capacidade intelectual, mas de feeling cível e existencial.
Não almejamos, pela democratização do conhecimento uma liberdade louca, mas uma louca liberdade de poder pensar a realidade da sociedade em que vive da forma que lhe der mais significado, que lhe simbolizar melhor tal realidade. Não é pelo fato de viver e usufruir das virtudes da democracia como sistema de governo é que tenhamos com pesquisadores a audácia de não por em xeque pilares, aforismo, axiomas do próprio sistema democrático? Ora, sua concepção loqueana/rousseana num contrato social nunca levou em consideração todas as partes, todos os entes sociais envolvidos na “virtuosidade de um contrato social” chancelado pelo poder de lei instituída, onde de um lado um sistema dita o que devemos pensar, comer, fazer e/ou produzir e de outro lado pequenas “ilhas” de resistências libertárias identificadas em teoria científica, movimentos sociais, lideranças políticas ou pensadores.
A difusão e democratização de conhecimento científico é pouca e setorizada, somente dois por cento dos jovens brasileiros tem acesso à universidade, à pesquisa esse número é ainda bem menor. Na Argentina a porcentagem é em torno de quinze por cento. Por vezes soa até mal falar das possibilidades de fazer pesquisa e/ou extensão universitária no Brasil. O jovem brasileiro enxerga as UF’s somente para super heróis da intelectualidade por conseguir passar no vestibular. Depois, arqueia à carteira sua cerviz e mente, escuta o falar dos educadores, volta pra casa, dorme e novamente, dia após dia, arqueia à carteira sua cerviz e mente se alienando e se deixando alienar seja pelo comodismo ou pelo desânimo como discente.
A situação se apresenta por uma natureza anti pedagógica/heurística. Certamente centenas de formados não possuiram perspectiva crítico ou pensamento pedagógico.
O que falar de nossos parques industriais e tecnológicos, voltados para mercado externo e capital internacional, grandes contratos, cláusulas de adesões em corrente e um total descompromisso de inteligência, de gestão e de soberania. Tudo isso deixa em frangalhos uma pretensa política científica e educacional no Brasil.
Bilhões da rubrica do MCT são negociados pela lógica contratualista e acabam em processos de P&D que são para descobrir um melhor cosmético para a vaidade moderna que por um lado libertou a sexualidade feminina mas por outro impôs uma ditadura da moda moderna sob as tendência de Channel até aos da contra cultura em Woodstock. Em sentido científico, o mercado está mais preocupado na estética ocidentalizada do quê na segurança alimentar de bilhões. Essa lógica está impregnada na liberação de rubricas estatais para C&T onde deveríamos evidenciar a Embrapa, a tecnologia em agricultura de precisão, em biotecnologia etc.
O descompasso também afeta as políticas de C&T, P&D para o povo e sociedade. Dando vazão a contratos escusos não se investe mais em parques tecnológicos para produção interna, mais barata e acessível a todos. Torna o problema cíclico e complexo.
A produção e divulgação de conhecimento científico (já com os 41 bilhões pelo MCT); ainda está elitisado e de difícil acesso para trabalhadores rurais, camponeses, trabalhadores autônomos, mulheres desempregadas e jovens.
Não existe articulação das ações da rubrica do MCT para atender pelo poder da tecnologia tais necessidades. O comércio geral de mercadoria é produzido para fins práticos, úteis, mas hoje o útil é fetiche, e o fetiche é utilidade. Coisificaram o homem e humanizaram coisas e nessa relação de inversão moral, C&T fica ao plano corporativo ou contratual. Ou na utilização de recursos públicos para pesquisar demandas exclusivas de pessoas que tem muito dinheiro.
O atendimento da LDB, em planos de C&T passaria pelo atendimento de INFRAESTRUTURA municipal, estadual e federal visando dar melhores condições de vida ao brasileiro.
Em questão de produção científica e ações continuadas de extensão o “nivelamento” pelo parâmetro vestibular não é seguro e não demonstra nenhum tipo de relação entre quem passou ou não e quem produz ciência ou não dentro e fora da academia. Isso por que ambas podem acontecer – feitura de Ciência dentro ou fora da academia.
A academia não deve ser acessível somente pelo critério meritocrático, mas como ferramenta primeira de desenvolvimento local, descentralizado, voltado para as necessidades da comunidade.
Do processo privatista neokeneysiano/neoliberal de Bretton Woods á situação atual.
A privatização das uf’s e cefet’s é inconstitucional e destituída completamente de sentido soberano. Seria simplesmente parar de pensar o Brasil como nação soberana na produção de conhecimento científico.
Tendo acesso as uf’s e cefet’s por gordas mensalidades é acentuar a privatização e elitizar ainda mais as Universidades Federais. Um contra senso se forma em termos soberanos e de inteligência, mesmo por que tal privatização e agora uma brutal extensão do privado na educação que perigosamente, impõe restrições diretas à produção de pesquisa e extensão.
Retornemos aos salões da fina flor da belle époque no decretar do fim da história (ver Hegel e posteriormente Fukuyama)? Como a mentira paira na afirmação da superação de uma democracia capitalista ocidental em detrimento a inúmeras formas de existência que sequer possui moeda ou a lógica capitalista? Não sabem que a História humana e a História da Educação são também dinâmicas, abertas, dialéticas e nunca se reescreve em sentido lato?
De forma estrutural e conjuntural inúmeros fenômenos se repetem (ver as crises financeiras), mas nunca sob proporções e impactos socioeconômicos diretos e também culturais aos povos em sentido lato, metaestrutural, metaconjuntural ou metahistórico.
Perceber a Educação e a Pedagogia sob uma lógica contratualista e capitalista nunca dará em termos sociais a possibilidade de pensar um sistema de fomento e concretização de pesquisa em massa e sua extensão aos pobres, aos esfarrapados de Freire.
Educação não é mercadoria e não deveria estar sob a égide de lógicas puramente contratualistas e financeiras, chancelada legalmente pelo encontro de Bretton Woods* em 1994 nos EUA. (Vide nota complementar.).
O resultado foi a execução de todo um corpo de políticas para os países emergentes de elitização do conhecimento científico tendo por base teórica o neokeneysianismo. Um desastre total em termos de inclusão de consumo e acesso à produção científica.
Assim, a privatização elitiza o conhecimento científico e o acesso às uf’s e cefet’s. No caso da UnB é até lógico, a potencialidade da UnB com um patrimônio de mais de 1.2 bilhão de reais torna-se uma boa estrutura para lucrar no repasse de ensino solapado, desatualizado e até mesmo irrelevantes ou insignificantes as aspirações dos educandos.
Como a UnB por natureza é autônoma e pública assim deve se manter, devendo capilarizar e descentralizar mais suas instalações, produções científicas, se abrir para parceiros (públicos e privados, outros órgãos da máquina etc) sob a fiscalização de sua própria autonomia e fins possibilitar a produção de mais pesquisa e de mais resultados positivos. Um exemplo bem atual que acontece aqui no Brasil foi a descoberta de como fazer plásticos 100% biodegradáveis à partir do trabalho de bactérias. Tal descoberta é de pesquisadores do interior de São Paulo, da área de biotecnologia. Tudo pesquisa brasileira, com resultados importantíssimos para a indústria e bem estar social de toda a população brasileira.
E por ser autônoma, deve também decidir por ela mesma, a validade ou não da PA (Cotas) após o término da política e tabulação de dados para análise.
Como para nós, não existe problema com o objeto da política, nem nada é proposto para a realidade nacional, prevalece a política. Não há problema – não há hipótese – não há teste de hipótese – não há análise de resultado de teste – Rejeição científica, processo incompleto e sem lógica.
O atuar científico
Como citado anteriormente no esboço de uma filosofia da ciência natural, em referência às leis naturais e a realidade existencial, nunca está totalmente coberta pela visão etnocêntrica, aliás, sempre restringe muito o entendimento científico achar que sua cultura, religião ou cosmovisão é mais desenvolvida do que outras. Nem se deve, na feitura de planejamentos de C&T e P&D visões egoísticas.
Não. A realidade vista e demonstrada pela Ciência, não está ao bel prazer de ideologias ou inclinações éticas, que o diga ao interesse financeiro. Logicamente sua feitura depende de recursos financeiros, mas o fim de se produzir pesquisa científica, ou repassar conhecimento é que deve estar para além do capital ou do puro interesse financeiro.
A soberania nacional em termos estratégicos e de inteligência é mais importante do que financeirizar a educação ou os processos de ensino-aprendizagem.
A realidade explicada de forma cumulativa pela academia não está pautada por paixões e achismos, isso por ser (a Ciência) cumulativa tornam-se públicos métodos, resultados e seus louros a todo o povo. A cultura do patenteamento não exclui uma radical democratização do conhecimento científico. Ciência ao povo para obtenção de uma sociedade virtuosa pedagogicamente.
A Ciência e seu método não tratam da particularidade de ninguém, seja homem ou mulher, jovem ou adulto, rico ou pobre.
Fenômenos ditos naturais e sistematizações históricas são corroboradas por uma linguagem exata e de conceituações práticas que se demonstra na realidade dos fatos que acontecem.
Também se fundamenta nas evidências acumuladas durante a histórica da ciência e das ciências sociais. Deveria ter as decisões sociais balizadas em mais status científico pelas evidências acumuladas do que pela uma única argumentação binária e superficial de maiorias votantes ou do corporativismo pessoal.
Assim sendo, dentro da irrefutabilidade do critério histórico das PA’s fica a pergunta:
O que querem os anticotas, reescreverem a história do regime escravocrata? Reescrever o genocídio de 24 milhões de afrodescendentes explorados e mortos da captura ao trabalho servil?
O que querem portanto a comunidade UnB e demais lideranças estudantis que são anticotas? Querem reescrever a história escravocrata brasileira? Querem ser eternizados como revisionistas sem norte? Que glória teria isso? Onde está tal revisão histórica? Apresentem-se revisionistas suas versões? Onde estão? Não se faz História da Educação com teses engavetadas ou publicadas sob a égide de coisa financeira, de mercadoria, de negócio contratual? História da Educação é primeiramente uma conjunção de historiadores que afirmam sob vasta literatura que dirá que a Ciência é pública e cumulativa, não privada e feita sob o mérito de meia dúzia de eruditas ou doutores do capital representando poderosos conglomerados societários e demais corporações.
Apresentem revisionistas - tal sistematização que suspenderia temporariamente o aberto e público apoio político à PA (Cotas). Cabe agora a contra-prova dos revisionistas.
Alguém se apresenta necessariamente publicamente, para sistematizar uma revisão histórica de quatro séculos, indicando condicionantes e determinantes que apontam para uma não existência de uma sociedade escravocrata e da não existência de um genocídio étnico/racial de 24 milhões de afrodescendentes (ver RIBEIRO, Darcy).
Apresentem-se os revisionistas, que temporariamente torna-se suspensa tal crítica pública.Apresentem-se e detalhem, também sob vasta literatura da História da Educação que o conhecimento científico se formou sob a mente de poucos iluminados e que a Ciência e seus fins deve ser democratizada somente sob o parâmetro do mérito adquirido numa volátil prova de vestibular ou da disponibilidade financeira para pagar ensino superior.
A quebra dessa lógica em ver e entender Ciência é possibilitar que nossos educandos “gastem borracha” pela imaginação e pelo pensamento científico na feitura de teses, investigações e pesquisas científicas. Não se trata de uma questão de procedimentos de tentativa e erro, mas de uma eterna busca do educando pelo saber. Trata-se de um processo heurístico que acontecerá pela percepção subjetiva e cognitiva do educando em contato com o outro e com a descoberta de quê a realidade existencial pode ser estudada, perguntada, fantasiada e entendida não somente pela linearidade do vestibular, mas também pela flexibilidade da visão poética/artística ou do próprio processo pedagógico/heurístico.
Possibilitar o educando a aprender a aprender e a refletir o que aprendeu para se libertar do condicionamento do “saber epocal” (do saber de sua época histórica) da qual aprendeu na escola e na sociedade. Aqui se encontra o germe de possibilidades na implementação de uma pedagogia freiriana libertária. Possibilitar que a sociedade humana se emancipe e se liberte por um processo pedagógico de conscientização/politização das massas que vise acumular força e resistência ao modus operandi do capital em detrimento à natureza pública e cumulativa do fenômeno educacional, do fenômeno pedagógico contemporâneo e da Ciência.
Nota sobre o neoliberalismo em Bretton Woods e a educação nos emergentes.
Nos oito anos do governo FHC, a lógica privatista imperou e ainda impera na desestruturação e desregulamentação do Sistema Educacional Brasileiro e na articulação de sistema de pesquisa em inúmeras uf’s e cefet’s. Na feitura de literatura científica, mas ainda totalmente desarticulada das necessidades locais, produtos e cursos caros, ainda inviáveis para a grande maioria.
Nesse estranho contexto fica a pergunta e onde fica todo o labor mental de uma boa parte da comunidade científica acerca das diretrizes do livro verde e branco do MCT?
Menos produção científica, menos produção material, menos produção econômica, maior a escassez e aumento dos preços de alimentos e itens de subsistência, mais problemas sociais.
Com a produção científica agora pela lógica neokeneysiana, pode-se afirmar – O Brasil não possui uma continua e sinérgica produção científica – voltada para aos brasileiros. Nossa matriz econômica ainda está vinculada e atrelada às vicissitudes do capital. Com isso, por uma lógica contratualista; o que produzir, quando, como, onde, por que e para quem produzir são perguntas que já estão dadas na realidade social e sua superação somente com a superação de parte das estruturas incorrigíveis do capital. Os altos juros tiram o oxigênio das ações da União para promover Ciência e Educação aos pobres, aos esfarrapados de Freire.
Nessa arquitetura financeira viciada, a lógica queria levar a educação para o ciclo – produção de ensino – cobrança de matricula – instituição emite papel acionário – instituição e produção educacional voltada para o mercado e lucro.
O atuar científico não é pautado pelo romantismo. O atuar científico não é pautado pelo romantismo tacanho, pela pieguice capitalista em enumerar casos como: “- Olha, era tão pobre e agora conseguiu subir na vida...”;”Meus pais eram semianalfabetos e pobres e pelo estrito mérito deles hoje tenho minha casa e meu carro”; “Quem tem competência e perseverança consegue se permanecer com um bom padrão de vida.”; “- Os pobres da sociedade deveriam ser mais perseverantes”; “ – Os pobres estão nessa situação por que querem, por que são vagabundos e preguiçosos”. “- Veja, era cortadora de cana e agora é professora.” Veja o Silvio Santos, ontem camelô, hoje empresário milionário”.
E com essa infinitude de induções escorregadias ao juízo, pois esse tipo de indução que leva situações particulares para supostas leis gerais, inclusive visando supostas leis sociais, mas que na verdade quer é estancar por um processo de despolitização que o cidadão comum não deve ter acesso ao por que da sociedade ser pobre, ou dividida em milhares de pobres que sustentam poucos ricos? A natureza dessas induções impossibilita o pensar social, o pensar estrito sociológico ou libertário.Identifica-se mais um engodo da democracia que é repetida ad nauseam, sob inúmeras formas e jeitos retóricos para impor mentalmente, verdades que soam como naturais – mas que são na verdade interesse unilateral do capital em seu fim de somente sobrevalorizar-se para se perpetuar sem produzir. Inúmeras nuances e a própria democracia são construções humanas e podem muito bem serem superadas conforme a História humana se desenvolve. Democracias, Monarquias, Estados únicos podem se contrapor, se complementar em sentido político-jurídico mas todas elas também são construções sociais e que podem, pela auto determinação dos povos reformular tais situações em relação a sistemas de governo – fora a grande contradição teórica e prática do poder do capital exercer sobre o “poder” democrático, estrutura e marcos jurídicos e instituições criadas.
As induções democráticas do tipo (ontem pobre, hoje rico) são uma grossa mentira estatística, o IBGE demonstra que o extrato social pobre permanece em sua totalidade e em termos percentuais aumenta, não diminui pelas “virtudes” da democracia.
Para quem conhece um pouco de Ciência, a proposição é falaciosa e afronta a realidade que se apresenta contraditória ao que é proposto. Vender que a democracia funciona e que em sentido político pode ser considerada com o “fim da história” é de suma importância para que muitos veem a decretar esse fim da História humana. Novamente um engodo de fazer vergonha à dinâmica aberta e dialética dos fenômenos sociais. Novamente uma grossa mistificação sociológica, que vergonhosamente oferece induções falsas para justificar que o contrato social democrático é tido como o pináculo da verdade em termos de ciência política ou de economia política.
A sectarização do ¿sistema democrático como pináculo em ciência política torna-se um perigoso jogo de palavras polidas e juridicamente (dogmaticamente) perpetuadas como natural. O jusnaturalismo é uma perversão, é um estupro à diversidade existencial e à diversidade de cosmovisões que o homem criou por meio de sua cultura. Torna-se um estupro por que admite teoricamente como condição natural o direito à vida, mas esfacela diariamente cidadãos em confrontos desiguais.
Algumas estruturas provavelmente se estabelecerá no tempo, o capital possui virtudes mas estruturalmente nunca esteve tão frágil as democracias latinas, africanas, as repúblicas indo/chinesas e nos demais países periféricos ao capital global e que já coloca tais sistemas de governos em choque novamente à nuances da sobrevalorização do capital em si – como o comércio bélico que sobrevive pela destruição de povos e recursos naturais.
As democracias estão numa encruzilhada essencial – ou assume a não virtude adquirida dos direitos humanos básicos e passa refletir orgânica e institucionalmente sobre a questão, ou chancela de vez a exploração contratual, onde as partes envolvidas são engolidas não por contratos sociais, mas por imposições unilaterais sejam corporativas, estatais, legais ou institucionais que engolirá as partes mais fracas e imporá, com já impõe unilateralismos políticos, econômicos, sociais e culturais diversos. O contrato social é um contrato unilateral onde a violência (germe do capitalismo) é quem dita as regras.
O resultado é um eterno tensionamento do poder nos sistemas democráticos, que estará logicamente sob sua força maior – o capital. O poder nas democracias atuais gira em torno de um centro de gravidade, cuja força é o capital, não os poderes do sistema de governo que sob um tensionamento natural (advindo do sistema de freios e contrapesos de Montesquieu) agora na comunicação, se vê atrelado a lógicas de poder do capital e da mídia global, não do legislativo, não do poder de polícia ou do poder administrativo do executivo ou do poder legal do judiciário. Tudo na democracia em termos da detenção do poder está formalmente vinculado à abstração “povo”, mas concretamente ao capital como centro irradiador e criador do poder no sistema democrático. O poder nas democracias capitalistas emana do capital em última instância, não da abstração filosófica - povo. Todo o poder nas democracias ocidentais emana do capital – isso por que o poder governamental “corre atrás” dos ajustes do capital (exemplo: movimentos cambiais) para ajustar seus orçamentos já totalmente endividados e sujeitos à volatilidade do próprio capital, que volta e meia aperta o torno da mais valia absoluta para se sobrevalorizar. Isso é patente no sistema com um todo orquestrado. Norteado por uma doutrina dogmática do financiamento, da especulação ou dos inúmeros ajustes contratuais, que encontraram na letra e nas entrelinhas da lei, formas de perpassar sua hegemonia de poder aos orçamentos estatais.
Definitivamente a democracia não se institui no poder deliberativo de seu povo, mas num centro de gravidade que a tudo “puxa” para sua forma de manutenção, seu ente se entende por capital. Capital como um organismo vivo, de fisiologia e metabolismo vinculados na sociedade, na política, no estado, na religião e nas relações sociais em diferentes níveis e graus. De diferentes formas e maneiras. Sob uma chancela jurídica contratual e aceita como natural pelo estado e também pela sociedade moderna.
De forma análoga – suas construções injustas também são percebidas com “naturais”, ou como socialmente justificáveis. Pela quarta vez, mais um engodo ideológico do sistema conhecido como democracia.
Em continuidade ao atuar científico, devemos nos atentar para a necessidade de não tornar o debate científico um mero jogo retórico personalístico, de crítica rasa, pessoal, apaixonado. Ciência não se faz com romantismo nem com jargões e clichês repetidos do senso comum, das novelas, da TV e mídia de massa. Ciência pode corroborar o senso comum, mas é mais completa e sua natureza (na forma de ver o mundo) é mais aguda e interessante do que o senso comum como forma de explicar as coisas como são e do por que acontecem.
O compromisso científico deveria ser somente voltado para as questões de soberania nacional, questões reais, não para intrigas e futricas pessoais nem tão pouco interesses escusos de erudocratas, professores intocáveis ou doutores honoris causa para preencher o formalismo rebuscado ou protocolos academicistas cheios de rendas e franjas intelectuais.
O academicismo pomposo, destituído de poder de vontade (vide Nietzsche), destituído de fim lógico é a teatralidade pela teatralidade. Tal universo é sempre identificado pelo falar rebuscado e por uma característica adulação para enganar aos educandos em discursos doces. Geralmente é também destituído de qualquer visão sociológica ou libertária. Na maioria das vezes que esse universo ultraintelectual brada sobre nível acadêmico vemos personalismos ou belos enredos de novela.
O pensar científico não imita a arte e seu conteúdo subjetivo, a ciência segue seu curso cumulativo e público na explicação neutra e impessoal de um objeto predeterminado da realidade existencial. Mas a não imitação, não exclui o artístico no científico – ou que se submeta o pensar científico a uma estética artística ou ideológica, ou puramente acadêmica. As esferas se complementam não se excluem em última análise.
Por vezes o eruditismo argumenta da forma ad nausem, obscura, difusa e sectária e sem vigor político pautado na realidade cotidiana. A verdadeira retórica pela retórica destituída de sentido científico mas que é carregada de sentido ideológico que irá encher a “pança” dos pobres educandos com o conteudismo idenficado por Paulo Freire numa espécie de pedagogia bancária, onde o educando seria um mero depósito de informação. Infelizmente o processo de ensino-aprendizagem iria se deteriorar quanto à saciedade de conhecimento de nossos educando.
Hoje; infelizmente o estado brasileiro ainda oferece uma “alimentação intelectual” aos nossos educandos de forma incompleta. Enganos, erros historiográficos, volição a ideologias, volição ao naturalismo do capital em atuar na vida cotidiana, enganos pessoais, ilusões e autoilusões, erros analíticos são repassados dos educadores aos educandos sem a devida análise crítica e superação em análise crítica contemporânea em se tratando de situar esse modelo de sociedade e de difusão do conhecimento. Tudo tem impacto na tacanhice e no desgaste institucional já identificado em currículos, grades horárias, disciplinas desatualizadas, assuntos irrelevantes, personalismos de literatura, enviezamento da discussão do universo pedagógico (natureza, objeto(s) de estudo, problemáticas relevantes e perspectivas) principalmente em se tratando da formação geral das em licenciaturas.
Como o universo pedagógico também se restringe conforme a difusão e acessibilidade aos louros da produção científica, temos ainda empecilhos curriculares e de formação, pedagogo com formação geral fraca e despolitizada, licenciados que sequer tem perfil ou experiência de sala de aula e também bacharéis que sequer tem acesso às instituições que poderiam lhe proporcionar pesquisa e fazer extensão como atuação pedagógica.
Sobra nas UF’s, guardada suas devidas proporções e exceções - uma retórica que é vista na formulação de uma cultura livresca adorada pela grande mídia, mentalidade típica de nossos docentes de UF’s sem sequer entender com funciona o departamento vizinho. Sem ao menos participar de uma reestruturação de fins institucionais soberanos. Sonhar Darcy Ribeiro é possível em se pensando em termos de atuar no ambiente pedagógico de forma transversal e científica – motivada por um eterno desafio de levar conhecimento, pesquisa e resultados práticos à sociedade brasileira. Sonhar Darcy é também admitir que sob um caráter institucional a UnB liberta, mas também oprime. A História irá identificar figuras como Darcy Ribeiro, como Anysio Teixeira como virtuosos, mas paradoxalmente, também sob um caráter histórico, seus projetos assassinaram dezenas de trabalhadores que infelizmente perderam suas vidas na construção da Universidade de Brasília. Em sentido pedagógico – UnB virtuosa, em sentido Histórico existencial, paradoxal pelo aumento de quadros erudocratas, centralização do conhecimento e pesquisa, acessibilidade ainda elitizada onde somente dois por cento dos jovens brasileiros tem acesso à uma vaga gratuita em uma uf ou cefet. Nos estados e municípios o acesso também é restrito aos jovens brasileiros.
A desproporcionalidade e inexistência de políticas educacionais para atender a LDB são acontecimentos factuais e dependerá muito da difusão de C&T, na estruturação de dinâmicas sociais opressoras para dar condições de produzir P&D e de um novo atuar científico e pedagógico possível aos agentes da educação.
A alimentação intelectual de nossos cidadãos deve ser em sentido emancipatório não de mero depósito de informação. Educação e ciência pedagógica para emancipar o homem não para reproduzir discursos, lógicas ou tendências atuais. Não se trata também de impor qualquer sistema disciplinar pré-estabelecido mas construí-lo juntamente com a sociedade local, alvo do repasse de conhecimento, alvo e fim do atuar pedagógico.
Aos conservacionistas o entendimento independente dos fluxos naturais. A natureza não age conforme o bel prazer ou ideologia humana, mas a mesma possui sua fluidez própria.
Como tal fluidez natural também molda a sociedade humana, inclusive sua superestrutura e nuances histórico/culturais, teima o homem em sectarizar o conhecimento científico impondo (pelo desconhecimento da própria Ciência e sua História) condicionantes inexistentes, falácias e enganos freqüentes que determinaram as corruptas relações entre o estado, iniciativa privada em conglomerados financeiros e sociedade que sustenta as rubricas para C&T e P&D, mas que não se tem acesso aos louros da Ciência ou do ensino acadêmico.
Retorna a sociedade científica brasileira aos auspícios do desenvolvimentismo contratual e financeiro de uma elite política conservadora que irá manter os louros e produção científica somente dentro dos muros das universidades, museus de história natural ou bibliotecas – templos intocáveis aos mortais – acessível somente aos “iluminados” erudocratas. Esses mesmos erudocratas, em sentido pedagógico, ocultam determinados tipos de conhecimento à sociedade, excluindo segredos industriais e informações militares – ainda existe conhecimento restrito somente a algumas academias ou doutores.
Torna-se agora a República Federativa do Brasil – uma erudocracia, uma plutocracia cristã sectária moldada historicamente pelo poder generalizador e padronizador do capital e seu fim em sobrevalorização especulativa.
Depois desse pequeno artigo, ainda devemos anexar uma dimensão pedagógica ainda não citada, a do saber tradicional, repassa de geração após geração pela prática diária de suas formas de vida. O saber também é repassado de forma inclusive pedagógica, de geração após geração pelos costumes, cultura geral. A utilização medicinal de plantas na cura de doenças é assim adotada por milênios pela espécie e muito desse conhecimento ainda não tem chancela científica mas nem por isso deve ser descartado, inclusive por que sob essa dimensão também pedagógica, a tradição também nos aparece sob uma possível via educacional, sem sombra de dúvida. A educação não se restringe aos muros da academia.
Apesar de possuir uma dimensão formal/institucional para falar em nome da Ciência, conhecimento também é repassado pelas espécies sem o controle, sem a avaliação científica de proposições, por exemplo, dentro da fitoterapia. Atentemos também que a modernidade é padrão ocidental adotado mas a diversidade antropocultural e de “saberes” deve ser respeitada como diversidade existencial e que também requer uma dimensão pedagógica própria. Uma pedagogia própria para perverter, para destruir/reconstruir as necessidades da modernidade em significar e simbolizar a realidade. Ou (re)significar, (re)simbolizar a realidade. Admitamos que a realidade se mostra dialética, aberta e em devir filosófico também para as atuações pedagógicas contemporâneas.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Artigo: Menos borracha, mais hipóteses.
Postado por Ciência da Educação às 09:30
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