sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Educação em Língua Materna 3

Relatório 3 – BORTONI-RICARDO, Stella Maris (Educação em Língua materna – A Sociolingüística na Sala de Aula – Capítulo III – São Paulo - Editora: Parábola 2008 – ISBN 978-85-88456-17-4).


1.OBJETIVO

Refletir sobre a variação lingüística no repertório dos professores e nos alunos de ensino fundamental.

2.RESUMO

Inicialmente, a autora irá problematizar uma questão interessante e que irá permear todas as demais discussões quanto à linha pedagógica a se adotar em sala de aula no ensino da língua materna em séries fundamentais. Utilizar ou não a norma culta no ensino do português, e como corrigir eventuais “erros de português”.
Sob a ótica da Sociolingüística, alguns erros de português na verdade são variantes da língua materna, sendo considerado para o processo de aprendizado não erros mas diferenças. Tem a oportunidade o professor de também identificar erros na decodificação de palavras e/ou termos – devendo assim o professor informar o aluno da forma certa, da forma padrão.
Nas relações entre professores e alunos –alguns padrões são identificados pela autora para identificar algumas dificuldades encontradas pelos professores:
1) Não se identifica a existência de diferenças entre dialetos e erros de decodificação na leitura e/ou escrita;
2) Em eventos de oralidade e de letramento, não se utiliza ou se utilizam parcialmente de regras não-padrão (perpetuando os “erros”);
3) Identificam-se regras não-padrão mas não corrigem os alunos para não constrangê-los;
4) Identificam-se regras não-padrão e logo apresentam um modelo variante-padrão;

Levar em consideração que erros de decodificação não devem ser objetos de monitoração lingüística mas sim uma oportunidade para o diálogo, ensino e aprendizagem.
De forma paradoxal, as intervenções dos professores em eventos de letramento – por vezes monitoram concordâncias, erros na decodificação mas deixam escapar alguns pequenos erros na escrita e/ou leitura.
Admitem o monitoramento em vocalizações mas se esquecem de corrigir palavras como “deusde”.
Pode optar o professor em não interromper a leitura pelo conteúdo relevante a ser transmitido em detrimento a um monitoramento que pode não ter valor heurístico/pedagógico, ou de aprendizagem.
Com isso, sob todos esses melindres do COMO ensinar o português, sugere a autora que o interessante ao processo pedagógico seria identificar e conscientizar da diferença existente entre o falar e a escrita formal e que ambos devem compor uma melhor estratégia pedagógica no ensino equilibrado da língua materna.
A conscientização do estilo (fala e escrita) deve ser tratada sem o prejuízo do processo ensino-aprendizagem.
E por fim, identifica que onde existem tensões étnicas, socioeconômicas existem também um maior monitoramento lingüístico.

2.1 IDÉIA PRINCIPAL

No ensino de língua materna para as séries iniciais, fica o professor titubeante em seguir ou não a norma culta da língua e como, quando e sob qual forma fazer a correção dos “erros de português”.

2.2 PRINCIPAIS CONCEITOS

Norma Culta (ou norma padrão), variante-padrão, oralidade, letramento.

3. COMENTÁRIOS CRÍTICOS E PERSPECTIVA QUE A LEITURA TROUXE

Muitas vezes, no ambiente escolar, no ensino da língua materna, o professor domina partes da norma culta, mas por vezes, em eventos de letramento (em um ditado por exemplo) identificam erros de decodificação na palavras e se utilizam do monitoramento, ou por vezes monitoramos concordâncias e esquecemos de corrigir palavras escritas de forma errada.
Sob a perspectiva sociolinguística a importância de se ter “feeling”, ou “jogo de cintura” no ensino da língua materna para identificar erros pontuais, “sem importância” a priori para o processo de aprendizado ou erros na fala ou escrita advindo do não conhecimento da norma culta.

4. REFLITA

Diante do dilema variação vs norma culta, qual deve ser o papel da escola como principal agência de letramento de nossa sociedade?


Essa questão norteará sempre o ensino de língua materna e será sempre uma questão presente na mente dos (as) pedagogos(as) o fim da escola é a formação, a aprendizagem efetiva do educando. Com isso, além de ter domínio da regra padrão do português deve o professor ter o tino, o “feeling” de intervir nos eventuais “erros” sempre visando o aprendizado, não uma mera pedagogia bancária (como diz FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido) no mero depósito de informações padrão do português sem o devido entendimento do educando. Ou como dizem, uma correção na “virgula” da regra padrão – descartando por vezes o descobrimento ou entendimento do aluno em relação ao português.

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©2007 '' Por Elke di Barros