quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A natureza do Traquinagens



Saudações Agentes da Educação e Pesquisadores;

Ler e reler o conteúdo desse blog, e tomar consciência de seu conteúdo político. Essa tarefa não se faz com poucas investigações freudianas, nem sequer na forma esbaforida no atendimento superficial e corrido de seus tópicos pois seu conteúdo fora gestado e ainda está gestado e que por ainda está dentro de um processo de construção não se pode analisa-lo em escalas quantitativas somente. Muito do que descreve o Traquinagens se encontra em sua entrelinhas, em sua pontuação e até mesmo em seu silêncio.

Caso chegue na conclusão de que não se deve mais se motivar a traçar entendimentos dentro do campo educacional, acha o autor melhor abortar suas humildes anotações, não por um falso ascetismo, por uma falsa humildade... mas por ter gente boa, muita boa na contribuição de um campo educacional virtuoso ao ponto de começar a também degustar os ensinamentos dos grandes mestre da educação....Freud não explica tudo. Aliás é necessário saber de tudo?

A todos que querem tomar conhecimento do Traquinagens* como uma página que aborda os fenômenos/eventos pedagógicos devem os mesmos "degustá-lo" com calma. Pode-se ter uma overdose de descrições que visam melhor explicar o “tecido da realidade” pedagógica.

Propõe o Traquinagens por vezes uma aridez de pensamento que desanima – afinal a realidade é árida ao romantismo adotado na formação dos Pedagog@s mas por vezes pode ser veículo de auto libertação, numa seara não tão árida, que pode admitir “oásis” quando avança na configuração de uma visão mais acurada a respeito dos fenômenos pedagógicos em estrito sentido.

Na descoberta da abertura do fenômeno pedagógico a alguns campos da ciência também o Traquinagens seguirá essa forma: aberta, dialética, mutante, intercambiante com o meio ambiente a ponto de ter anotações transversais em Sociobiologia, em estar aberto à vanguarda da ciência, da neurologia, da forma vygotskiana de tratar a própria natureza estrita da pedagogia (mesmo sendo Vygotsky psicólogo de formação), da antropologia (física e cultural) e dos grandes mestre da Sociologia.

Ora, por ser aberto seu conteúdo, sua natureza não é feita somente pela especulação pura ou brainstorming’s, mas também por vezes, por ampla fundamentação estatística, por profunda ancoragem teórica ou um composto de auto evidências a qualquer hora demonstrável no cotidiano e na prática escolar e também em ambientes não escolares.

Portanto, a natureza do Traquinagens, se estenderá para além de sua formalidade escrita (de conteúdo) mas pelo seu conteúdo de potencial prático, de prática que se revela para além do escrito, admitindo uma série de outras considerações que podem ser feitos na análise (que seja somente freudiana, mas que façam-na para possibilitar o início de um protodebate dialético que possibilite sínteses) das entrelinhas, do subjetivismo do autor, do contexto de formação de sua infância atemporal (e que por vezes torna-se incognoscível a terceiros - compreendido somente pela criança da qual pertence àquela infância atemporal).

Mas então como entender o Traquinagens? Aliás essa pergunta é relevante?

Sim e não. Sim, por necessitar o Traquinagens repassar o que pensa, sente e subjetiviza em forma inteligível para todos terem acesso por que não se faz Pedagogia com considerações, anotações, teses, hipóteses, levantamentos com todo esse material engavetado, de forma unilateral, pessoal unitária/egoística, não; Pedagogia se faz na interação de relações dialógicas.
Por outro lado não se compromete em metodizar, em explicar, em tornar compreensível o que o autor simplesmente VIVEU. Mesmo por que, pelo fenômeno pedagógico ter caráter aberto, por vezes indeterminável, dialético – não faz sentido em poucas anotações dar conta de todas as variáveis que compõem o fenômeno pedagógico. E mais, admite o autor que dimensões do fenômeno pedagógico não são para entender – mas para simplesmente vive-los.
Não se descreve ipsi litteris o perfume das flores – nem mesmo uma metalinguagem iria dar conta do cheiro das flores. De forma análoga ao fenômeno pedagógico, certas nuances não se explicam - se vive, se entende pela integração social, pelo brilho do olhar do educando quando passa por um processo heurístico... quando a “ficha cai”.

De forma histórica, a linguagem humana, pelo menos para o autor - não é capaz de descrever "in totum" sensações, percepções e vivências de sua infância atemporal, aliado às suas experiências e vivências adquiridas em sua formação, nesse exato momento em que escreve tais anotações até quanto o autor quiser trazer à tona - percepções que podem ajudar na composição e entendimento do universo pedagógico para melhor ensinar, aprender e ser.

Como o Traquinagens possui uma dimensão também em suas entrelinhas, destaca-se a necessidade portanto de ler e reler o Traquinagens com a mente aberta, de forma reflexiva e com calma, sabendo que o mesmo possui um posicionamento político - da qual a tempos já optou: os esfarrapados de Freire.

Assim sendo, faz todo sentido - contextualizar, expor, analisar (sistematicamente ou freudianamente), fazer ilações ou inferências sobre seu conteúdo levando em consideração seu objetivo: nosso estrato social pobre e na aquisição e multiplicação de uma conscientização emancipatória.

Ora; admitindo então um determinado objeto e linha política pedagógica declarada, solicita o Traquinagens que seu conteúdo seja antes previamente analisado e que tal análise leve em consideração seu objeto e linha de entendimento, não fazendo tais questões palavra última na divulgação do próprio Traquinagens.

Novamente, se achar por bem, abortar suas divulgações assim o fará seu autor sem titubeio por que não trata o Traquinagens de dogmatismo educativos ou de formação, nem sequer se prende a malabarismo intelectuais (destituídos de uma práxis), não se prende a Freud, Skinner, Lacan, ao juramento médico e seus entendimentos na poda da capacidade humana de entender e compreender o que está sendo lecionado.

Não é marxista, complexista, Piagetiano, Vygotskyano ou Freiriano, nem adota em ultima instância as teorias de viés histórico-cultural - mas pelos postulados/paradigmas em Marx, Morin, Vygotsky et al ter melhor condição para abraçar essa apaixonante matriz fenomenologia - o pedagógico (que é aberto/fluido), mesmo sabendo que nuances do fenômeno pedagógico escorrerá pelas "mãos" das teorias, postulados e entendimentos que se mantêm como vanguarda do entendimento da natureza da Pedagogia e essa na história, admitida e cunhada na cultura humana. Admite o Traquinagens seu “nanismo teórico”, por isso se furta dos gigantes da teoria para melhor enxergar o “horizonte” dos fenômenos educacionais.

Por isso da paixão do Traquinagens pelo universo Pedagógico e sua fenomenologia.

Fenômenos esses que surgem do diálogo, da práxis libertadora, da interação do Homo Sapiens, agora Homo Faber (ver Gramsci) que passou por um processo longo pelo trabalho como adaptação biológica e principalmente cultural e que agora ensina e aprende em comunhão.
Torna-se agora o Homo Sapiens, Homo Sapiens e Faber ao mesmo tempo pois agora é ser enquanto ser biológico e ser enquanto ser social, ser cultural que possibilitou aí o brotar dos fenômenos pedagógicos – pela criação do epifenômeno intrínseco ao Homo Faber – a cultura dentro de um período histórico.
Antes; somente em sentido protopedagógico - pois o ensinar dos hominídeos* ver espécies antes do Homo Sapiens não desenvolveria o trabalho, com isso seu conhecimento era por tentativa e erro e/ou mera observação ou para sua própria sobrevivência – comunicando ao bando um perigo eminente ou fonte e comida.
Em outra oportunidade falará o Traquinagens sobre o processo de entendimento e repasse de conhecimento do Homem pré-histórico.
Agora; o Traquinagens assume sua humildade em depender de uma âncora teórica para lhe dar estabilidade para argumentar ou contra argumentar até a agudez de radicalizar e afirmar que não se precisa entender nuances do conteúdo do Traquinagens por esses serem significativos em totalidade somente ao autor do mesmo.
Não se trata de um subterfúgio intelectual para se esconder atrás do argumento da “subjetividade” para tergiversar de questões que o autor não possui o entendimento. Mas uma constatação de que não é objetivo do Traquinagens ser uma tentativa de descambar para uma pseudopanacéia teórica em se tratando dos fenômenos sociais e educacionais.

Não tem por meta o Traquinagens abraçar toda essa fenomenologia, mesmo por que operacionalizar ou tornar o Traquinagens com essas características estaríamos atropelando a própria natureza aberta e dialética da fenomenologia que envolve a escola, a sociedade, o ensino a aprendizagem e todos os agentes da educação – objeto de estudo do Traquinagens.

Sempre trará o Traquinagens – objetos e escopos já determinados visando facilitação das anotações que compõe o próprio Traquinagens. Mesmo admitindo que parte dessa fenomenologia passará CERTAMENTE despercebida pelo tirocínio do autor. Também não impede a opção de trabalhar de forma transversal, multidisciplinar.

Aos fenômenos pedagógicos - a paixão declarada do Traquinagens em analisa-los de forma política e existencial; ao determinismo Psicométrico, médico ou mistificador nossa implacável intransigência por balizadores científicos que força o Traquinagens à não admitir o determinismo ou o senso comum na explicação dos fenômenos pedagógicos contemporâneos para que em seguida possa expor a apaixonante composição aberta e dialética dos fenômenos educacionais/pedagógicos.



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©2007 '' Por Elke di Barros